De acordo com o levantamento, realizado pelo instituto Quaest e encomendado pela Genial Investimentos, o percentual dos que avaliam Haddad mais forte que no começo do mandato somou 51% em março, contra 35% que tiveram uma percepção de manutenção da força do ministro e 14% que o veem menos forte que no início do governo.
A pesquisa indicou ainda uma percepção quase estável do mercado financeiro de que a política econômica do país está seguindo na direção errada, com 71% dos entrevistados afirmando essa perspectiva, contra 73% em novembro do ano passado. Os que veem a política econômica brasileira na direção certa representaram 29%, contra 27% na pesquisa anterior.
Em relação à qualidade do trabalho do ministro da Fazenda, a porcentagem dos que a consideram positiva ou regular cresceu para 50% e 38%, respectivamente — ante 43% e 33% em novembro –, enquanto os que avaliam o trabalho de Haddad negativamente caiu pela metade, para 12%.
Já a avaliação do governo Lula pelo mercado financeiro piorou em março, com 64% expressando uma avaliação negativa, contra 52% em novembro passado. Os que veem o governo como regular são 30%, de 39% na rodada anterior, e positivo apenas 6%, de 9%.
De acordo com a pesquisa, 50% dos entrevistados apontaram o intervencionismo na economia como um dos maiores riscos para o governo Lula, seguido pelo estouro da meta fiscal, com 23%, e a perda de popularidade do presidente, com 19%. Apenas 1% considerou um retorno da inflação um risco para o governo.
EXPECTATIVA PARA OS JUROS
Sobre a taxa básica de juros Selic, 73% avaliam que o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) manterá a proposta de mais dois cortes de 0,5 ponto percentual na taxa de juros, ao anunciar sua decisão de política monetária nesta quarta-feira, contra 27% que esperam uma diminuição no ritmo de reduções.
Para 22% dos entrevistados pela Quaest, a taxa de juros no final do ano será de 9,5%, enquanto 21% esperam uma Selic em 9,25%. Por outro lado, 20% esperam que a taxa de juros encerre 2024 em 9,75% ou mais, e uma mesma proporção vê a Selic em 9%.
A avaliação positiva do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, pelo mercado financeiro subiu de 85% em novembro passado para 94% em março deste ano. Os que avaliam a atuação de Campos Neto como regular permaneceram em 5%, enquanto a percepção negativa de sua atuação desde o começo de 2023 caiu para 1%, contra 10% na sondagem anterior.
A pesquisa realizou 101 entrevistas online com gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão ligados a fundos de investimentos com sede em São Paulo e no Rio de Janeiro entre os dias 14 e 19 de março.
(Reportagem de Patricia Vilas Boas)