O projeto será apresentado ao presidente norte-americano, Donald Trump, na próxima semana, disseram duas fontes ouvidas pela Reuters.
No entanto, Sanae Takaichi não se comprometerá com nenhuma nova meta de gastos com defesa, que ocorre no momento em que Washington pressiona o Japão e outros aliados, disse uma das fontes com conhecimento dos preparativos.
Os líderes se reunirão em Tóquio no início da próxima semana, durante a primeira visita de Trump ao Japão desde sua reeleição, após um acordo feito por seu antecessor, Shigeru Ishiba, para que o Japão invista até US$ 550 bilhões nos Estados Unidos em troca de tarifas automotivas mais baixas.
“A aliança com os Estados Unidos é a pedra angular da política externa e de segurança do Japão”, disse Takaichi na terça-feira (21) em sua coletiva de imprensa inaugural.
Estratégia do Japão
Uma reunião bem-sucedida com Trump ajudaria a fortalecer a administração incipiente de Takaichi, que precisa governar com uma minoria parlamentar. A conservadora linha-dura também precisará do apoio de Washington para seguir qualquer política de segurança regional.
“Seria prematuro comentar sobre quaisquer discussões durante a visita do presidente Trump”, disse um porta-voz do governo japonês quando perguntado sobre o pacote de compras planejado e possíveis investimentos.
A Casa Branca não respondeu imediatamente aos pedidos de entrevista.
Promessas do Japão
Os afagos que Takaichi planeja oferecer a Trump em seu primeiro grande teste diplomático incluem a compra de picapes Ford F-150, uma ideia lançada por Trump, e um acordo para comprar mais soja dos EUA, que o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, solicitou em uma ligação com seu colega japonês na semana passada, disseram as fontes, que pediram para não serem identificadas porque não estão autorizadas a falar com a mídia.
Em entrevista na CNBC em agosto, Trump disse que o Japão estava pronto para comprar “o belíssimo Ford 150”. Mas as picapes dos EUA, incluindo o símbolo icônico da Ford dos Estados Unidos, são grandes demais e consomem muito combustível para a maioria dos motoristas japoneses.
As restrições impostas por Pequim às importações de soja dos EUA prejudicaram os agricultores norte-americanos que dependem dos mercados asiáticos. Em setembro, as exportações para a China caíram para zero pela primeira vez em quase sete anos.
Tóquio poderia reduzir as compras de soja brasileira para abrir espaço para mais importações dos EUA, que já respondem por 70% do consumo do Japão, disse uma das fontes à Reuters.
As F-150s, projetadas para estradas norte-americanas mais largas, podem ser usadas no Japão como limpa-neve.