Economia
PIB do Brasil cresce 1,2% no 2º tri, acima das expectativas
Com destaque para a indústria, economia apresentou quarta alta seguida e acumula avanço anual de 2,5%.
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil registrou avanço de 1,2% no 2º trimestre de 2022 em comparação ao 1º trimestre – crescimento acima do esperado e quarto período seguido de alta. O maior crescimento foi da indústria, seguido pelo setor de serviços, com maior peso na economia, divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (1º).
Na visão de economistas, a surpresa positiva no trimestre mostrou que a atividade do país está muito mais forte do que se imaginava, estimulando projeções mais elevadas para o PIB de 2022.
Em valores correntes, o PIB do segundo trimestre totalizou R$ 2,4 trilhões. O resultado veio acima do esperado pelo mercado, mantendo o ritmo visto no início de 2022. A expectativa em pesquisa da Reuters era de expansão de 0,9% no período sobre os três meses anteriores.
Revisões de trimestres anteriores
Segundo a revisão de resultados dos trimestres passados, o crescimento no primeiro trimestre do ano passou de 1% para 1,1%. No 2º trimestre de 2021, foi de queda de 0,2% para retração de 0,3%. Já no 4º trimestre de 2021, o crescimento passou de 0,7% para 0,8%.
PIB acumulado
Ainda segundo o IBGE, no acumulado dos quatro trimestres até junho de 2022, a economia brasileira cresceu 2,6%, conforme mostra o gráfico abaixo:
O PIB do Brasil teve alta de 2,5% em comparação ao mesmo intervalo de 2021, de acordo com o IBGE. Nesse período, houve desempenho negativo na agropecuária (-5,4%) e positivo na indústria (0,2%) e nos serviços (4,1%).
PIB por setores: produção
O maior destaque do trimestre foi a indústria, que teve crescimento de 2,2%, seguida pelos serviços, que avançaram 1,3%, e a agropecuária, com aumento de 0,5%.
Segundo IBGE, “o crescimento na Indústria se deve aos desempenhos positivos de 3,1% na atividade de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos, de 2,7% na Construção, de 2,2% nas Indústrias Extrativas e 1,7% nas Indústrias de Transformação”.
Já os destaques positivos de serviços foram Outras atividades de serviços (3,3%), Transporte, armazenagem e correio (3,0%), Informação e comunicação (2,9%), Comércio (1,7%), Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (1,4%) e Atividades imobiliárias (0,3%). Já Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (-0,8%) apresentaram queda.
PIB por setores: demanda
Pela ótica da demanda, as exportações de bens e serviços no setor externo tiveram queda de 2,5%, enquanto as importações de bens e serviços cresceram 7,6% em relação ao primeiro trimestre de 2022.
A despesa de consumo das famílias cresceu 2,6% em relação ao trimestre imediatamente anterior. Foi a maior alta desde o quatro trimestre de 2020 (3,1%). Já o consumo do governo recuou 0,9%, após registrar estabilidade no trimestre anterior.
Em relação aos investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo), houve aumento de 4,8%, ligado às atividades de construção e de informação e comunicação, segundo o IBGE. A taxa de investimento foi de 18,7% do PIB no segundo trimestre.
Comparação anual do PIB
Frente ao mesmo trimestre de 2021, o PIB brasileiro cresceu 3,2%, segundo o IBGE.
O setor de agropecuária recuou 2,5% em relação ao mesmo período de 2021. Entre os produtos agrícolas, cujas safras são significativas no segundo trimestre, a soja (-12,0%) e o arroz (-8,5%) apresentaram queda na estimativa de produção anual e perda de produtividade, enquanto que o milho e o café cresceram em 2022, 27,0% e 8,6%, respectivamente.
A indústria cresceu 1,9%, com melhor resultado da atividade de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (10,8%).
Já as estimativas da pecuária deram uma contribuição positiva ao desempenho da agropecuária no segundo tri, com destaque para os bovinos, enquanto o valor adicionado dos Serviços avançou 4,5% na comparação anual.
A despesa de consumo das famílias cresceu 5,3% na comparação com 2021. Segundo o IBGE, “o resultado positivo foi influenciado pelo crescimento da massa salarial real, aumento do crédito a pessoas físicas em relação ao segundo trimestre de 2021, além do saque extraordinário do FGTS e antecipação do décimo terceiro salário para aposentados e pensionistas do INSS”.
Exportações de bens e serviços no setor externo caíram 4,8%, visto que a queda das Importações de bens e serviços foi de 1,1% no segundo trimestre de 2022.
* Com informações da Reuters.
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