Economia
Quem é Pedro Guimarães, investigado por assédio sexual no comando da Caixa
Próximo a Bolsonaro e defensor das privatizações, executivo foi denunciado por 5 funcionárias do banco estatal.
Próximo do presidente Jair Bolsonaro e defensor das privatizações, Pedro Guimarães deve deixar o comando da Caixa Econômica Federal na manhã desta quarta-feira (29), segundo o jornal “O Globo”, após o Ministério Público Federal ter aberto uma investigação para apurar denúncias de assédio sexual feitas por funcionárias do banco.
Nas denúncias, cinco mulheres relataram abordagens inapropriadas do presidente do banco (veja abaixo). A revelação foi feita pelo site Metrópoles nesta terça-feira (28) e repercute na imprensa e meio político nesta manhã.
Guimarães está na presidência da Caixa desde 3 de janeiro de 2019, início do mandato de Bolsonaro na presidência. Figura carimbada do mercado financeiro, ele foi indicado ao comando do banco estatal pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
O início de sua gestão foi marcado por um discurso de reestruturação da Caixa, melhora da governança corporativa e privatização de ativos do banco, como a Caixa Seguridade e Caixa Cartões.
Nos mais de três anos em que ocupou o cargo, Guimarães tornou-se uma das figuras mais próximas de Bolsonaro na cena política, estando ao seu lado em eventos e viagens presidenciais.
Durante a pandemia, o ex-presidente da Caixa esteve à frente da distribuição de programas governamentais como o Auxílio Emergencial e saque extraordinário do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Em abril de 2021, sob sua gestão, Guimarães comandou a primeira abertura de capital de uma subsidiária do banco, a Caixa Seguridade (CXSE3).
O ex-presidente da Caixa chegou a ser cotado para assumir o lugar do ex-ministro Rogério Marinho. Guimarães também chegou a ser um dos nomes cogitados para uma possível substituição de Paulo Guedes na Economia, segundo reportagens da imprensa.
Vida pré-Caixa
Antes de ingressar na Caixa, Guimarães atuou por mais de 20 anos no mercado financeiro, à frente de ofertas públicas iniciais de ações (IPOs), ofertas públicas subsequentes (follow-ons), emissões de dívidas, assessoria em fusões e aquisições (M&As).
Seu nome também esteve ligado a reestruturações de empresas e processos de privatização dos bancos Banespa, Banerj, Bemge, Banestado e Meridional. Guimarães é Ph.D. e mestre em economia pela University of Rochester, mestre em Economia pela FGV/RJ e bacharel em Economia pela PUC/RJ.
Denúncias de assédio
Na terça, o Metrópoles publicou matéria em que afirma que Guimarães é alvo de uma investigação sigilosa do MPF após funcionárias do banco relatarem ter sido vítimas de assédio cometido por ele.
O site também publicou relatos, sem divulgar os nomes reais das funcionárias, sobre esses assédios, que teriam ocorrido principalmente durante viagens de trabalho de Guimarães.
Procurados, MPF e Caixa não comentaram o assunto de imediato.
Segundo o colunista “Lauro Jardim”, o presidente Jair Bolsonaro teria dito a Guimarães que as denúncias de assédio sexual feitas pelas servidoras do banco são “inadmissíveis”. Na ocasião, Guimarães disse ao presidente que pretende “se defender na Justiça”.
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