Economia
Relatório Focus: confira previsões para IPCA, PIB, Selic e câmbio
A projeção dos economistas para a inflação já está acima do centro da meta de 2021.
IPCA
Os economistas do mercado financeiro alteraram a previsão para o IPCA – o índice oficial de preços – em 2021. O Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira (1º), pelo Banco Central (BC), mostra que a mediana para o IPCA este ano foi de alta de 3,82% para 3,87%. Há um mês, estava em 3,53%. A projeção para o índice em 2022 passou de 3,49% para 3,50%. Quatro semanas atrás, estava em 3,50%.
O Boletim Focus trouxe ainda a projeção para o IPCA em 2023, que seguiu em 3,25%. No caso de 2024, a expectativa permaneceu em 3,25%. Há quatro semanas, essas projeções eram de 3,25% para ambos os casos.
A projeção dos economistas para a inflação já está acima do centro da meta de 2021, de 3,75%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%). A meta de 2022 é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (de 2,00% a 5,00%), enquanto o parâmetro para 2023 é de inflação de 3,25%, com margem de 1,5 ponto (de 1,75% a 4,75%).
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O BC deixou de publicar, no documento do Focus, as projeções sobre o Top 5. Estes dados podem ser consultados no Sistema de Expectativas de Mercado.
PIB
Os economistas do mercado financeiro mantiveram suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2021. A expectativa para a economia este ano permaneceu em alta de 3,29%. Há quatro semanas, a estimativa era de 3,50%. Para 2022, o mercado financeiro manteve a previsão do PIB em alta de 2,50%. Quatro semanas atrás, estava no mesmo patamar.
A projeção para a produção industrial de 2021 passou de alta de 5,18% para 4,30%. Há um mês, estava em elevação de 5,02%. No caso de 2022, a estimativa de crescimento da produção industrial permaneceu em 2,30%, ante 2,40% de quatro semanas antes.
A pesquisa Focus mostrou ainda que a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2021 foi de 64,00% para 64,55%. Há um mês, estava em 64,45%. Para 2022, a expectativa foi de 65,45% para 65,65%, ante 65,80% de um mês atrás.
Déficit primário
O Relatório de Mercado Focus trouxe a manutenção da projeção para o resultado primário do governo em 2021. A relação entre o déficit primário e o PIB este ano seguiu em 2,80%. No caso de 2022, permaneceu em 2,00%. Há um mês, os porcentuais estavam em 2,75% e 2,08%, respectivamente.
Já a relação entre déficit nominal e PIB em 2021 seguiu em 7,00%, conforme as projeções dos economistas do mercado financeiro. Para 2022, continuou em 6,60%. Há quatro semanas, estas relações estavam em 6,85% e 6,40%, nesta ordem.
O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.
Balança comercial
Os economistas do mercado financeiro alteraram a projeção para a balança comercial em 2021 na pesquisa Focus realizada pelo Banco Central, em superávit comercial de US$ 56,00 bilhões para US$ 55,10 bilhões. Um mês atrás, a previsão era de US$ 55,00 bilhões. Para 2022, a estimativa de superávit permaneceu em US$ 50,00 bilhões. Há um mês, estava em US$ 49,70 bilhões.
No caso da conta corrente do balanço de pagamentos, a previsão contida no Focus para 2021 passou de déficit de US$ 16,00 bilhões para US$ 12,00 bilhões, ante US$ 19,66 bilhões de um mês antes. Para 2022, a projeção de rombo passou de US$ 28,80 bilhões para US$ 19,70 bilhões. Um mês atrás, o déficit projetado era de US$ 29,05 bilhões.
Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será suficiente para cobrir o resultado deficitário nestes anos. A mediana das previsões para o IDP em 2021 passou de US$ 60,00 bilhões para US$ 55,00 bilhões. Há um mês, estava em US$ 60,00 bilhões. Para 2022, a expectativa passou de US$ 70,00 bilhões para US$ 64,40 bilhões, ante US$ 70,00 bilhões de um mês antes.
Selic
Os economistas do mercado financeiro mantiveram suas projeções para a Selic (a taxa básica da economia) no fim de 2021. A mediana das previsões para a Selic neste ano permaneceu 4,00% ao ano. Há um mês, estava em 3,50%.
No caso de 2022, a projeção permaneceu em 5,00% ao ano, igual um mês antes. Para 2023, seguiu em 6,00%, mesmo patamar de quatro semanas atrás. Para 2024, permaneceu em 6,00%, igual a um mês atrás.
Em janeiro, ao manter a Selic em 2,00% ao ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central preparou o terreno para possível elevação dos juros em 2021. Isso porque a instituição deu fim ao chamado “forward guidance” (ou prescrição futura, na tradução do inglês).
Adotado em agosto de 2020, o “forward guidance” era uma indicação técnica do BC de que não pretendia elevar os juros se a inflação seguisse sob controle e o risco fiscal não se alterasse. O problema é que, nos últimos meses, a inflação ao consumidor está mais salgada, puxada por aumentos de preços em itens como alimentos e energia.
Câmbio
O Relatório de Mercado Focus mostrou alteração no cenário para a moeda norte-americana em 2021. A mediana das expectativas para o câmbio no fim do período foi de R$ 5,05 para R$ 5,10, ante R$ 5,01 de um mês atrás. Para 2022, a projeção para o câmbio passou de R$ 5,00 para R$ 5,03, ante R$ 5,00 de quatro pesquisas atrás. A projeção anual de câmbio publicada no Focus passou a ser calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano. A mudança foi anunciada em janeiro passado pelo BC. Com isso, a autarquia espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.