Os contratos futuros da soja subiram 2,8% em Chicago, atingindo o maior nível desde julho de 2024.
Isso ocorreu depois que o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou que a China faria compras “substanciais” da oleaginosa sob um pacto que os dois países estão perto de finalizar.
O trigo apresentou o maior salto desde 12 de agosto.
O comércio agrícola estava entre uma série de questões sobre as quais os negociadores americanos e chineses disseram ter chegado a um acordo no fim de semana, abrindo caminho para que os líderes Donald Trump e Xi Jinping finalizem um acordo e aliviem as tensões que abalaram os mercados globais.
Os dois devem se reunir ainda esta semana na Coreia do Sul, à margem da cúpula da APEC.
Soja no centro das discussões
A soja tem sido um ponto central de tensão entre os dois gigantes agrícolas.
A China, maior importadora mundial da cultura, a utilizou como moeda de troca em sua guerra comercial com os EUA, evitando embarques de seu segundo maior fornecedor e recorrendo à América do Sul para importações recordes.
Os agricultores americanos, sofrendo com a crise financeira causada pela saída de seu principal consumidor, pressionaram Washington a chegar a um acordo com Pequim.
Dados do Departamento de Agricultura dos EUA divulgados na segunda-feira mostraram embarques semanais de soja dos EUA de cerca de 1,06 milhão de toneladas, queda de 33% em relação à semana anterior, sem embarques para a China.
Alguns analistas estão otimistas quanto à demanda chinesa para o final de 2025 e início do próximo ano, antes que o Brasil comece a colher o que se estima ser outra safra recorde.
“A China ainda não garantiu grande parte de seu suprimento de soja para dezembro e janeiro”, disse Naomi Blohm, analista da Total Farm Marketing, em nota na segunda-feira, estimando as necessidades potenciais do país nesses meses em 8 a 9 milhões de toneladas.
Outros veem espaço limitado para novas vendas nos EUA nos próximos meses.