O crescimento da China no primeiro trimestre do ano, de 5,3%, ficou acima das expectativas, em grande parte por conta da produção industrial forte nos dois primeiros meses de 2024. Janeiro e fevereiro foram meses de crescimento sólido. Mas os dados de março indicaram que a economia doméstica chinesa está, na verdade, desacelerando. 

Com excesso de produção, o país tem exportado mais. Em volume, foi o patamar mais alto de exportações dos últimos dez anos. A China inundou o mundo com paineis solares, carros elétricos, chips e baterias – produtos de setores que receberam altos subsídios nos últimos anos. 

É um duplo problema para indústrias de países ocidentais: excesso de oferta (que já tem puxado para baixo os preços) e a disputa com concorrentes que recebem um belo empurrãozinho do governo chinês. 

Estudo recente do Instituto Kiel, da Alemanha, indica que Pequim, que já colocou montanhas de dinheiro no setor da construção, tem nos últimos anos subsidiado fortemente suas indústrias nacionais, particularmente em setores ligados às tecnologias verdes, como a mobilidade elétrica e a energia eólica.