O presidente Donald Trump está prestes a lançar sua primeira rodada de tarifas no sábado (1º), levando governos estrangeiros e empresas a se apressarem para contornar potenciais taxas e se preparar para uma retaliação.
Os alvos são Canadá, México e China. Trump prometeu tarifas de 25% sobre cerca de US$ 900 bilhões em mercadorias dos primeiros países, cujos superávits comerciais com os EUA há muito incomodam o presidente. No caso da China, as tarifas serão de 10%.
A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, se recusou a dizer se haverá isenções.
Na quinta-feira, Trump prometeu cumprir o prazo de 1º de fevereiro que ele mesmo estabeleceu, embora o presidente seja conhecido por mudar de ideia.
O escopo das tarifas também permanece incerto. Trump não disse se elas se aplicariam às importações de petróleo canadense, por exemplo.
Embora seja possível que as tarifas sejam de curta duração, o tom da política comercial está claro, disse David Seif, economista-chefe para mercados desenvolvidos da Nomura. “Esperamos que Trump implemente mais tarifas este ano e que a tarifa média sobre bens importados para os EUA aumente significativamente em 2025”, destacou ele.
Economistas alertam que uma guerra comercial aumentaria os custos para os fabricantes americanos que dependem de materiais importados e aumentaria os preços para os consumidores. A economia do México encolheu no quarto trimestre, à medida que os riscos aumentam.
“Tais aumentos de tarifa podem levar a uma reorganização em larga escala dos padrões comerciais. Estimamos que as importações dos EUA de bens do Canadá e do México podem cair cerca de 70% e, da China, quase 40% no médio prazo, uma vez que as economias tenham se ajustado totalmente às novas condições”, disseram Maeva Cousin and Eleonora Mavroeidi, da Bloomberg Economics. As importações dos EUA do restante do mundo aumentariam, ajudando a compensar parte do declínio — com as economias asiáticas entre as vencedoras”.
Isso representa o primeiro grande teste para determinar se Trump pode usar o poder econômico dos EUA para remodelar cadeias de suprimento, reduzir os déficits comerciais e se vingar daqueles que ele percebe que estão explorando os EUA.
Algumas autoridades estrangeiras veem as ameaças do presidente como uma jogada de alavancagem em vez de um compromisso inabalável de aumentar os impostos de importação.