Um dia após o presidente americano Donald Trump assinar ordens para tarifar Canadá e México em 25%, e China em 10% além das tarifas já praticadas, a União Europeia afirmou neste domingo (2) que responderá de forma firme se os EUA fizerem o mesmo com o bloco, em um sinal recente de descontentamento com as táticas comerciais de Trump que estão repercutindo globalmente.
Na sexta-feira (31), Trump disse que “absolutamente” imporá tarifas à União Europeia. A Comissão Europeia e os estados-membros discutirão essa possibilidade durante uma reunião ministerial sobre comércio em Varsóvia na terça-feira (4).
Um porta-voz da comissão afirmou que, até o momento, o bloco de 27 membros não foi informado sobre a imposição de tarifas adicionais sobre produtos da UE, destacando que a relação comercial e de investimento com os EUA é a maior do mundo. O uso de tarifas é “doloroso para todos os lados”, disse o porta-voz, e a UE lamentou a decisão de Trump de impô-las ao Canadá, México e China.
“A UE responderia firmemente a qualquer parceiro comercial que imponha tarifas de forma injusta ou arbitrária sobre bens europeus”, afirmou o porta-voz. “Há muito em jogo.”
O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, também afirmou, na quinta-feira (30), que o Brasil vai retaliar, caso vire alvo de tarifas americanas.
Guerra comercial dos EUA
As tarifas de 25% de Trump sobre bens do Canadá e do México e os direitos de 10% sobre produtos da China devem entrar em vigor na terça-feira e afetarão uma gama de produtos que vai desde tequila até carros.
Tanto o Canadá quanto o México disseram que retaliarão, com o primeiro-ministro Justin Trudeau afirmando que Ottawa imporá tarifas de 25% contra 155 bilhões de dólares canadenses (US$ 106 bilhões) de produtos americanos. Pequim também prometeu medidas de contração correspondentes em resposta.
As tensões entre a UE e a nova administração Trump já estão elevadas após a proposta do presidente de comprar a Groenlândia, que a Dinamarca insistiu não estar à venda. Mette Frederiksen, a primeira-ministra do país, tem buscado apoio de aliados da UE em uma tentativa de enfrentar Trump.