A Venezuela fechou um acordo de 20 anos para a produção e exploração de gás natural liquefeito (GNL) com a britânica BP e a estatal de Trinidade e Tobago, uma medida muito aguardada para transformar o país sul-americano em um grande exportador do combustível.
O acordo permitirá a produção do campo de gás de Cocuina, na costa venezuelana, disse o ministro do Petróleo do país, Pedro Tellechea, em um comunicado na quarta-feira (24).
De acordo com o Ministério do Petróleo da Venezuela, 25% da produção abastecerá o setor petroquímico de Trinidade e Tobago, enquanto o restante alimentará a indústria de exportação de GNL da ilha. O campo produzirá cerca de 400 milhões de pés cúbicos por dia.
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As empresas petrolíferas internacionais têm gradualmente retornado à Venezuela nos últimos anos. As sanções dos Estados Unidos reduziram severamente o investimento estrangeiro no país, que tem as maiores reservas de petróleo e gás natural da América do Sul.
No início deste ano, a espanhola Repsol obteve uma licença dos EUA para continuar operando na Venezuela, a Chevron reiniciou a perfuração de petróleo no país e a refinaria indiana Reliance garantiu aprovação para retomar a importação de petróleo da Venezuela.
O acordo acontece menos de uma semana antes dos venezuelanos irem às urnas para a eleição presidencial do país.
A BP tem se concentrado mais recentemente em expandir a produção de petróleo e gás em mercados familiares como o Golfo do México. Um porta-voz da BP se recusou a comentar.
Estudos anteriores mostram que os campos de Manakin e Cocuina, na Venezuela, têm um trilhão de pés cúbicos de reservas de gás.
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