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ESG

Desmatamento na Amazônia cai no primeiro mês do governo Lula

Dados do Inpe mostraram 167 quilômetros quadrados desmatados no mês passado, queda de 61% em relação a janeiro de 2022.

O desmatamento na floresta amazônica caiu em janeiro em relação ao ano anterior, mostraram dados de satélite nesta sexta-feira (10), na primeira divulgação de dados mensais durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Dados preliminares de satélite coletados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostraram 167 quilômetros quadrados desmatados na região no mês passado, uma queda de 61% em relação a janeiro de 2022, que teve a pior marca para o mês em oito anos.

Em meados de janeiro, agentes ambientais lançaram suas primeiras ações contra a extração de madeira sob o comando de Lula, que prometeu acabar com a crescente destruição da floresta, registrada no governo de seu antecessor, Jair Bolsonaro.

O desmatamento em janeiro também ficou abaixo da média histórica de 196 quilômetros quadrados para o mês desde 2016, embora os dados de janeiro possam ter sido especialmente influenciados pelas nuvens pesadas sobre a floresta no início do ano.

“É positiva a observação de uma queda relevante nos dados de desmatamento de janeiro de 2023 (especialmente na Amazônia), em relação ao mesmo período do ano passado”, explica Daniel Silva, especialista em Conservação do WWF-Brasil.

“Entretanto, ainda é cedo para falar sobre uma reversão de tendência, já que parte desta queda pode estar relacionada com uma maior cobertura de nuvens no período. O sistema Deter usa imagens de satélites com sensores ópticos que podem ser afetados pela ocorrência de nuvens. Portanto, precisaremos estar atentos aos dados dos próximos meses”, acrescentou.

Ele observou que os dados de janeiro representaram a primeira queda em relação ao ano anterior em cinco meses.

Os novos números vêm depois que a Reuters informou de forma exclusiva na quinta-feira que os Estados Unidos estão considerando sua primeira contribuição para o Fundo Amazônia, iniciativa destinada a combater o desmatamento na floresta, com um possível anúncio durante a reunião do presidente Joe Biden com Lula na Casa Branca nesta sexta-feira (10).

Vista aérea de área desmatada da Amazônia em Uruará, no Pará 21/01/2023 REUTERS/Ueslei Marcelino

O Fundo Amazônia, que é administrado pelo Brasil e apoiado principalmente por Noruega e Alemanha, foi reativado pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, no dia em que ela assumiu o cargo no mês passado, depois de ficar congelado desde 2019 sob o governo Bolsonaro.

Mesmo com o início de ano positivo, especialistas e funcionários do Ibama alertam que pode levar anos para Lula cumprir as metas de conservação depois que Bolsonaro cortou financiamento e funcionários em agências importantes.

O governo também está lutando contra o garimpo ilegal nas terras yanomami, a maior reserva indígena do país, em meio a uma crise humanitária que deixou milhares de indígenas sob fome e doenças devido aos efeitos danosos da atividade mineradora.

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