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ESG

Visibilidade Trans: ‘diversidade é o coração do ESG’, diz Maite Schneider

Maite Schneider, consultora de Inclusão e Diversidade, é a entrevista do ESG News com Liliane Rocha.

O ESG News com Liliane Rocha começa 2023 citando uma reflexão marcante da convidada especial, Maite Schneider, em celebração ao mês da Visibilidade Trans. Ela que é consultora de Inclusão e Diversidade, reconhecida como a primeira profissional trans a ser Linkedin Top Voice, Cofundadora da TransEmpregos e Embaixadora da RME (Rede Mulher Empreendedora), reforçou em entrevista a necessidade das empresas, que buscam atuar alinhadas a uma agenda ESG, despertarem para a valorização e inclusão de profissionais transgênero (travestis e transexuais). 

Maite relembrou de que forma o preconceito e os vieses inconscientes a impediram de ser contratada em diversas empresas, pelas quais passou por processos seletivos, apesar de sua multiformação e amplo conhecimento.

“Eu tive a sorte de fazer vários cursos, que só o privilégio de ser uma pessoa branca e de classe média consegue dar. E, mesmo assim, minha carteira não tinha registro”.

A saída que Maite encontrou para atuar profissionalmente e colocar seu talento à serviço de outras pessoas, que como ela, não estavam conseguindo trabalhar, foi o empreendedorismo.

“Após receber tantos ‘nãos’, eu comecei a achar que o problema era eu, mas não era. Por isso, reforço que a meritocracia é uma das maiores fake news que existe. Eu tenho tudo para ser ‘filha’ da meritocracia e, mesmo assim, ela não me abraçou por conta de eu ser uma mulher trans”.

Maite Schneider

Segundo o Estudo Diversidade, Representatividade e Percepção – Censo Multissetorial da Gestão Kairós 2022, realizado com mais de 26 mil respondentes, entre 2019 e 2021, há menos de 1% de profissionais transgênero, tanto no quadro funcional como na liderança (gerente e acima) das empresas. 

Ao ser questionado pela colunista do InvestNews, Liliane Rocha, sobre como é possível mudar essa realidade nas empresas baseada em sua expertise, principalmente como cofundadora da TransEmpregos – projeto de empregabilidade para pessoas Trans – que hoje é o maior banco de dados de currículos e vagas deste segmento no Brasil -, Maite indicou alguns caminhos:

  • 1) Entender que todo negócio é sempre sobre pessoas (diversidade);
  • 2) Ter uma cultura organizacional maleável, que aceite pessoas que não estão prontas e sim dispostas a aprender
  • 3) Adotar uma jornada constante com foco em práticas de ESG.

“Os negócios só funcionam por conta da sua diversidade, afinal é feito de pessoas para outras pessoas”, reforça Maite.

Quando se trata dos avanços da agenda ESG nas empresas, a especialista diz que as organizações ainda estão pensando no processo de forma macro, mas não podem esquecer o micro. “Empresas não são o que elas juntam em termos de ações na B3, em termos de prêmios e certificações, elas são o que espalham na construção deste mundo melhor, que para ser melhor tem que ser mais humano”, finaliza. 

Neste mês em que o Brasil celebra a Visibilidade Trans, o convite desta coluna é para que as empresas e seguidores valorizem pessoas transgênero, deixando de lado seus vieses inconscientes e promovam a verdadeira inclusão no quadro interno de colaboradores, no ecossistema de fornecedores, liderando projetos e iniciativas, protagonizando a publicidade, representando a empresa nos mais variados espaços.

Acesse a coluna ESG News Com Liliane Rocha e se atualize sobre temas que certamente vão refletir nas decisões empresariais daqui para o futuro.

As informações desta coluna são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews e das instituições com as quais ele possui ligação. 

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