Finanças
Ação da Petz estreia na B3; veja 3 prós e contras antes de investir na empresa
Resultados fortes e mercado promissor rendem boas expectativas sobre a empresa, mas concorrência e riscos de novas lojas são pontos de atenção.
A estreia da varejista de produtos para animais de estimação Petz (PETZ3) na bolsa brasileira, a B3, acontece nesta sexta-feira (11), depois de uma oferta inicial de ações (IPO) que movimentou mais de R$ 3 bilhões. A ação foi precificada em R$ 13,75, no centro da faixa indicativa em R$ 12,25 e R$ 15,25.
Segundo a Petz, os recursos provenientes na oferta primária do IPO (quando vão para o caixa da empresa), cerca de R$ 336 milhões, serão utilizados para abrir novas lojas e hospitais veterinários, além de investimentos em tecnologia. Atualmente, são 110 lojas (distribuídas em 13 estados mais o Distrito Federal), sete hospitais veterinários e 1 centro de distribuição.
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A Petz protocolou em fevereiro seu pedido junto à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) para abrir o capital na B3.
Em meio à forte expectativa do mercado, analistas apontam que o fato de o setor de varejo de animais ser novo na bolsa deve ser um ponto de atenção. Os resultados recentes da empresa, que mostram forte crescimento das receitas, também estão no radar.
Veja abaixo 3 pontos favoráveis e 3 desfavoráveis sobre as perspectivas para o investidor que pensa em comprar ações da Petz:
PONTOS FAVORÁVEIS:
1 – Números fortes
No primeiro semestre do ano, mesmo com a crise econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus, a Petz viu suas vendas aumentarem. O crescimento foi de 36%, para R$ 731 milhões. “Quando você cresce a receita em mais de 30%, realmente é um número espantoso, impressiona”, opina Eduardo Guimarães, especialista de ações da Levante Ideias de Investimentos.
Em relatório, a Suno Research destaca que “o histórico de resultados da Petz é, sem dúvida, um dos melhores entre as empresas que estão realizando IPO no B3 nesta safra”.
2 – Setor promissor
A Petz será a primeira do setor de produtos e serviços para animais de estimação a entrar para a bolsa de valores brasileira. Para Guimarães, o fato de ser um setor “jovem e diferente” joga a favor da empresa. “O Brasil tem a terceira maior população do mundo de cães e gatos. A gente tem um mercado em forte crescimento”, destaca.
O relatório da Suno também aponta as projeções para o setor. “Podemos afirmar que as perspectivas futuras para o negócio da Petz são muito boas, na medida em que o setor como um todo tende a crescer”, diz o documento, citando projeção da Euromonitor de que, no Brasil, este mercado apresente um crescimento de 16,6% entre 2024 e 2019.
Com base nas boas perspectivas para o mercado pet, Guimarães projeta uma taxa média de retorno anual de 18% para a ação da Petz, considerando um período de 10 anos.
3 – Possibilidade de ganhar mercado
Relatórios da Levante Investimentos e da Suno Research destacam a possibilidade de a empresa se expandir ainda mais no mercado de pets, conhecido por ser bastante pulverizado. Das 110 lojas da marca, 69 se concentram no maior centro comercial do país – o que ajuda a explicar as perspectivas de expansão.
“Até agora, as lojas se concentram em São Paulo, onde muitas vezes há uma sobreposição com concorrentes relevantes. Ao observarmos o mapa das lojas, fica claro o potencial a ser explorado no país, permitindo o ganho de market share [participação de mercado]”, diz a Suno no documento.
PONTOS DESFAVORÁVEIS:
1 – Concorrência
O modelo de negócios da Petz, inserida no setor de varejo e com uma forte concorrência, é o primeiro fator de risco para o investidor que pretende tornar-se acionista, segundo a equipe da Suno em seu relatório. De acordo com o documento, a empresa, que busca expandir sua rede de lojas, “poderá enfrentar uma competição acirrada com as marcas locais, inclusive com redes multinacionais de varejo, que podem adotar políticas agressivas de preços”.
2 – Centro de distribuição
A Petz possui apenas um centro de distribuição, localizado em Embu das Artes (SP), na região metropolitana paulista. Isso pode ser visto como um fator de risco para as operações da companhia, segundo a Suno. “Caso a operação seja interrompida por qualquer motivo – inclusive, podendo acontecer a contaminação dos funcionários por Covid-19 –, todas as 110 lojas da empresa seriam duramente afetadas, provocando a escassez de produtos”, diz o relatório.
3 – Risco de abrir novas lojas
A própria companhia já informou que pretende utilizar a maior parcela do montante arrecadado com o IPO na abertura de novas unidades. Diante dessa meta, a Suno destaca os riscos relacionados ao projeto, que incluem, por exemplo, disponibilidade de espaços desejáveis, logística suficiente, atração e treinamento de profissionais qualificados que se alinhem à cultura da companhia. O relatório menciona ainda o risco de expandir o negócio em meio à pandemia do novo coronavírus.