As bolsas do Oriente Médio subiram neste domingo, lideradas por Israel e Egito, enquanto traders da região apostam que os ataques dos Estados Unidos ao Irã podem acelerar o fim do conflito entre os dois países – o domingo é dia útil por lá (já a a sexta-feira não).

O índice de referência TA-35 de Israel avançou 1,5%, marcando o sexto dia consecutivo de ganhos e mantendo o rumo para o maior avanço trimestral desde 2003. O índice de ações do Egito saltou 2,7%.

Outros mercados da região permanceram estáveis. O Boursa Kuwait Premier Market Index e o MSX30 de Mascate (Omã) subiram 0,4% cada. O índice de referência do Catar avançou 0,2%. Já o Tadawul All Share Index da Arábia Saudita recuou 0,3%.

“Os mercados estão focados em saber se a guerra vai se espalhar para outros países, e até agora não há evidências disso”, disse Hasnain Malik, estrategista da Tellimer, em Dubai. “A interpretação mais otimista é que a intervenção dos EUA acelerará o fim da guerra. Isso, é claro, ainda precisa ser confirmado.”

Em Israel, as ações de bancos foram responsáveis pela maior parte dos ganhos.

“O mercado está mostrando um otimismo cauteloso, diante da realidade de segurança atual”, disse Yaniv Pagot, vice-presidente de operações da Bolsa de Valores de Tel Aviv, em um comunicado. “Os aumentos refletem uma melhora no prêmio de risco do Estado de Israel.”

Apostas em Volatilidade

Independentemente da reação inicial no Oriente Médio, os investidores globais se preparam para uma possível turbulência nos mercados na segunda-feira, o que pode levar a uma corrida para ativos de proteção.

Gestores de recursos agora estão atentos à potencial resposta do Irã, incluindo se o país tentará bloquear o Estreito de Ormuz — um ponto estratégico para o transporte de petróleo e gás — ou se irá atacar ativos dos EUA na região.

“No curto prazo, mercados como o de petróleo vão girar em torno de uma questão central: se o Irã retaliará e ampliará a guerra de forma a impactar a oferta de petróleo, ou se irá recuar e oferecer concessões em seu programa nuclear”, disse Malik, da Tellimer. “O maior risco para a região é um colapso do regime no Irã e uma descida para uma guerra civil no estilo da Síria. A intervenção dos EUA pode aumentar essa probabilidade.”

Por Srinivasan Sivabalan