Finanças
As ações mais negociadas são as que rentabilizam melhor?
Os analistas do Nu invest, Murilo Breder, José Falcão, Eduardo Perez e Hugo Carone fazem uma análise dos 5 papeis mais negociados na B3.
Com a bolsa de valores (B3) contabilizando quase 4 milhões de investidores pessoas físicas, é normal que os novos entrantes na bolsa brasileira busquem saber quais são as ações mais negociadas. Mas será que as ações mais negociadas são as que rendem mais?
Segundo levantamento da Economatica Brasil, cinco ações lideram o ranking de negociabilidade neste ano. São elas: Vale (VALE3), Petrobras (PETR4), Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4) e B3 (B3SA3).
Ações mais negociadas
Quando comparado com anos anteriores, as primeiras posições pouco mudam – ou nada mudam. No ano passado, por exemplo, as ações da Via (VIIA3) ocupavam o quinto lugar. Já em 2019 quem ocupava este posto era o Banco do Brasil (BBAS3).
A questão é que quase sempre estas mesmas empresas acabam por ser as mais negociadas e as maiores da bolsa. Porém, pode ser que este cenário esteja mudando aos poucos com novas companhias de peso abrindo capital com o recente boom de IPOs na bolsa. Pra ter uma ideia, a Economatica aponta que a concentração do volume financeiro médio entre as 10 ações mais negociadas na B3 foi a menor da história em 2020. Ficou em 36,5%, contra a média de 40% a 55% até 2018.
O ano de 1998, em que a Telebrás sofreu cisão, registrou a maior concentração da história da bolsa, com 86,7% do volume concentrado entre as 10 ações mais movimentadas pelo mercado.
Mas investir nas empresas mais negociadas da bolsa não significa necessariamente que estes são os melhores investimentos. Isso porque nem todas as ações do Ibovespa podem trazer bons retornos. Empresas já consolidadas tendem a ter menos espaço para crescimento do que outras ainda em desenvolvimento. Por outro lado, as empresas maduras normalmente apresentam melhores estruturas de governança e maior experiência para lidar com as turbulências do mercado. Uma mescla entre empresas menores e maiores protege o investidor da alta volatilidade das primeiras e permite valorizações maiores que apenas aplicando nas últimas.
Dos cinco papeis mais negociados no Ibovespa, nenhum está no campo positivo em 2021. Pelo menos até os primeiros nove meses do ano. Os papeis VALE3 começaram o ano negociados a R$ 91,46 e no fechamento do último pregão de setembro estavam cotados a R$ 76,24. Em igual período, os papeis PETR4 saíram de R$ 28,91 para R$ 27,23; do ITUB4 de R$ 29,09 para R$ 28,93; B3SA3 de R$ 20,02 para R$ 12,74 e BBDC4 de R$ 21,03 para R$ 20,83.
Um ponto que vale falar é que, por mais que as ações muito negociadas apontem para um grande volume, isso não significa que há um maior número de investidores apostando nelas. A justificativa para isso é devido a maior base de investidores dessas companhias serem majoritariamente pessoas jurídicas, fundos e instituições. Sendo assim, esse maior volume de negociação chama a atenção mas certamente não deve ser o único fator para escolha das ações na hora de investir.
Existem muitas ações que são muito mais negociadas em determinado período e, por critérios do Ibovespa, não são nele incluídas, como por exemplo as ações de empresas em recuperação judicial. Existe o caso clássico que é o a Oi (OIBR3 e OIBR4). Seus papeis são muito negociados, mas não estão no Ibovespa justamente por esse motivo.
No Cafeína de hoje, os analistas do Nu invest Murilo Breder, José Falcão, Eduardo Perez e Hugo Carone fazem uma análise das cinco companhias mais negociadas na bolsa.
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