Finanças
Bolsa fecha em alta e encosta nos 118 mil pontos pela 1ª vez desde janeiro
Após zerar as perdas da pandemia, índice caminha para a máxima histórica; dólar chega a R$ 5,10
Consolidando o seu sinal positivo em 2020, o Ibovespa fechou em alta 1,47% aos 117.857 pontos nesta quarta-feira (16).
Durante o dia, o índice da B3 chegou a superar os 118 mil pontos pela primeira vez desde janeiro, encostando na sua máxima histórica. O recorde para o ano de 2020 ainda é de 119.527 pontos.
O Ibovespa teve como principais suportes as blue chips, sendo impulsionado por Ambev, Bancos, Petrobras e Vale. O índice valorizou acompanhando o otimismo no cenário externo com o Federal Reserve (Fed) comprometido a injetar recursos no mercado financeiro contra a recessão e no Brasil, com a aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2021 na Câmara.
Nos Estados Unidos, as bolsas americanas fecharam mistas. O S&P 500 subiu 0,20% e Nasdaq avançou 0,50%. Enquanto o índice Dow Jones recuou 0,15%.
Investidores ficaram de olho no desfecho da última reunião de política monetária do ano do Fed que manteve as taxas de juros nos Estados Unidos próximas a zero, no intervalo entre 0% e 0,25%.
Na Europa, as bolsas fecharam majoritariamente em alta com otimismo por um possível acordo comercial pós-Brexit entre o Reino Unido e a União Europeia. A maior alta foi da bolsa de Frankfurt que subiu 1,52%, a 13.565,98 pontos.
No cenário doméstico, o Ibovespa se beneficiou da aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2021 e da fala do ministro de Economia, Paulo Guedes, que corroborou que o auxílio emergencial não será prorrogado.
Com essa sinalização de que o teto de gastos será respeitado, o índice segurou os ganhos, apesar dos ruídos políticos. Foi um dia de troca de farpas entre Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados contra Jair Bolsonaro e o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.
A possível estabilidade fiscal superou também o pessimismo com os dados do varejo brasileiro, as vendas recuaram 1,1% em novembro frente ao mesmo período do ano anterior, descontada a inflação, mostra o Índice Cielo de Varejo Ampliado (ICVA).
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O dólar valorizou contra o real nesta quarta-feira, a moeda americana ganhou tração no período da tarde impulsionada pelo exterior, após o Federal Reserve (Fed) manter os juros perto do zero.
O dólar comercial fechou em alta de 0,34%, cotado a R$ 5,1062. Na máxima do dia, a moeda americana chegou a R$ 5,1428. No mês de dezembro o dólar ainda recua 4,49%.
Destaques da Bolsa
O destaque positivo do dia foi da Braskem (BRKM5) que disparou 5,61%. Segundo Murilo Breder, analista da Easynvest, a companhia valorizou com a notícia de que a Odebrecht avalia que, entre fevereiro e março de 2021, deve iniciar as conversas com potenciais compradores de sua fatia de 38,3% na petroquímica. “A saída da construtora pode melhorar a governança corporativa da Braskem”, afirma.
Subiu também a Minerva (BEEF3) com alta de 4,26%. A companhia anunciou uma nova plataforma de comércio eletrônico para clientes e parceiros com o seu portfólio completo de produtos e entregas para toda a área de atendimento.
Em breve o consumidor final poderá fazer as compras pelo portal meuminerva.com.br
Ainda entre os destaques positivos, a Natura (NTCO3) valorizou 3,88%.
No lado oposto do Ibovespa, a maior queda foi da Eletrobras (ELET3;ELET6) que recuou 3,36% e 2,83%, respectivamente.
Após ter valorizado nas últimas semanas com a notícia de que a privatização da empresa ocorreria ainda no primeiro semestre de 2021, a companhia voltou a cair com anúncio de Rodrigo Maia de que a privatização está sob suspeita porque as mudanças propostas do governo podem beneficiar os atuais acionistas.
“Agora a Associação dos Empregados da Eletrobras (Aeel) pede a instalação de uma CPMI e uma explicação ou renúncia do atual presidente da companhia, Wilson Ferreira Júnior”, explica Breder.
Caíram também a Sabesp (SBSP3) e Yduqs (YDUQ3) com baixa de 2,47% e 2,17%, respectivamente.
Bolsas americanas
Wall Street subiu nesta quarta-feira, com o Nasdaq fechando em nível recorde, enquanto investidores aguardavam um potencial pacote fiscal de estímulo econômico e depois que o Federal Reserve repetiu promessa de manter sua taxa básica de juros perto de zero.
As ações negociaram em território positivo depois que o Fed prometeu continuar injetando dinheiro nos mercados financeiros para combater a recessão, mesmo com as perspectivas dos formuladores de política monetária para o próximo ano melhorando após a distribuição inicial de uma vacina contra o coronavírus.
Dow Jones recuou 0,15%, aos 30.154,93 pontos, o S&P 500 ganhou 0,20%, aos 3.701,26 pontos, e o Nasdaq valorizou-se 0,50%, aos 12.658,19 pontos.
Bolsas na Europa
As Bolsas da Europa fecharam o pregão desta quarta-feira (16), majoritariamente em alta, apesar de terem desacelerado os ganhos no final da manhã, acompanhando a volatilidade do mercado acionário em Nova York. O otimismo com as negociações para um acordo comercial pós-Brexit entre o Reino Unido e a União Europeia sustentaram certo apetite por risco, assim como indicadores econômicos que superaram a expectativa de analistas.
O índice pan-europeu Stoxx 600 registrou ganho de 0,82%, a 396,08 pontos.
O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) da zona do euro subiu de 45,3 em novembro para 49,8 em dezembro, ante previsão de avanço a 45,7. A divulgação do dado impulsionou o apetite por risco, mas a Capital Economics alerta que a economia ainda está deprimida e que restrições impostas por alguns países para tentar conter a disseminação do coronavírus ainda devem levar a uma retração da atividade econômica do bloco no quarto trimestre do ano.
Antes do PMI, os investidores já estavam otimistas com o desenrolar das negociações entre Londres e Bruxelas por um acordo comercial pós-Brexit.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, relataram “progressos” nas tratativas, enquanto o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse ter “todas as esperanças” de que um entendimento possa ser alcançado, apesar de ter mencionado também o impasse sobre as águas de pesca.
A expectativa por mais estímulos fiscais nos Estados Unidos, de um lado, também impulsionou o apetite por risco. O avanço da covid-19 e o registro de novo recorde de mortes diárias na Alemanha, contudo, impuseram cautela aos negócios.
Em Londres, o índice FTSE 100 fechou em alta de 0,88%, a 6.570,91 pontos.
Já o índice DAX, de Frankfurt, encerrou o pregão com ganho de 1,52%, a 13.565,98 pontos, puxado por ações como a da Volkswagen (+2,90%) e da Continental (+2,85%).
Em Paris, o CAC 40 subiu 0,31, a 5.547,68 pontos, com alta de 1,58% nas ações da Capgemini e de 1,25% nas da ArcelorMittal.
Na Bolsa de Lisboa, o PSI 20 terminou o dia com ganho de 0,42%, a 4.796,08 pontos.
Em Milão, o FTSE MIB avançou 0,23%, a 21.986,52 pontos.
O Ibex 35, de Madri, foi o único a fechar em queda, de 0,16%, a 8.139,50 pontos.
*Com Reuters e Agência Estado