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Bolsa recua 1,33% e volta a fechar nos 98 mil pontos; dólar sobe

Barreira psicológica do investidor foi quebrada, mas economia global ainda passa por ajustes

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Apesar de ter concluído a semana anterior nos 100 mil pontos, melhor patamar da bolsa de valores desde março, o Ibovespa, principal índice da B3 recuou nesta segunda-feira (13). E fechou em queda de 1,33% aos 98.697 pontos.

O índice começou a semana em alta, mas virou para queda de tarde puxado pelo desempenho da Petrobras e dos bancos, que encerraram o pregão majoritariamente em baixa. Os investidores destas blue chips não estavam muito animados. Os papéis do Bradesco (BBDC4), Itaú Unibanco (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) caíram 1,39%, 1,47% e 1%, respectivamente. Enquanto as ações do Santander (BCSA34) tiveram alta leve de 0,15%.

Os bancos públicos, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, estão a todo vapor na concessão de crédito do Pronampe, voltado para pequenas empresas. O BB já liberou quase R$ 5 bilhões em empréstimos enquanto a Caixa concedeu R$ 3,7 bilhões. Os bancos privados operam em participação menor.

O Credit Suisse também fez uma revisão para o setor bancário, que teve um desempenho inferior no Ibovespa e reforçou a recomendação outperform para o setor. A expectativa é que as ações valorizem 22%. Com isso o preço-alvo dos papéis do Bradesco subiu de R$ 22,50 para R$ 29, enquanto o preço das ações do Itaú passou de R$ 26,90 para R$33. E do Santander avançou de R$29,50 para R$36. O Banco do Brasil também subiu de R$ 34 para R$41.

As ações da Petrobras (PETR4; PETR3) oscilaram entre perdas e ganhos. As preferenciais da companhia fecharam em queda de 1,55%, enquanto as ordinárias recuaram 0,65%. Os contratos futuros de petróleo registraram baixas com investidores atentos à possibilidade de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) decida relaxar seu corte na oferta, diante da retomada gradual das atividades em vários países.

O petróleo WTI para agosto fechou em queda de 1,11% (US$ 0,45), a US$ 40,10 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para setembro caiu 1,20% (US$ 0,52), a US$ 42,72 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

A companhia também se prepara para o processo de venda da sua participação de 51% na Gaspetro.

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O cenário externo também impactou na queda do Ibovespa. Os índices Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq fecharam em queda após o S&P 500 atingir sua máxima desde o começo da pandemia. Os Estados Unidos se dividem entre notícias boas, como o primeiro dia sem casos de coronavírus em Nova York ou a instituição sanitária FDA ter atribuído a designação fast track para as vacinas contra a Covid-19, desenvolvidas pela Pfizer e BioNtech. Este reconhecimento facilita o desenvolvimento destas vacinas.

Do lado negativo, a Califórnia avança nos casos de coronavírus o que pode dificultar a reabertura das atividades no estado. Apesar dos avanços, os EUA ainda tem 3,3 milhões de infectados e houve 134.884 mortes.

Com isso o dólar comercial fechou em alta de 1,21%, cotado a R$ 5,388. Na máxima do dia, a moeda americana chegou a R$5,387. A moeda americana acelerou os ganhos perto do fechamento, com a notícia de que a Califórnia ordenou o fechamento de atividades internas em bares, restaurantes, academias e cinemas, entre outros, como estratégia para tentar conter os avanços do coronavírus. A decisão piorou os mercados rapidamente e fez o dólar ganhar força no exterior.

Destaques da Bolsa

A estreia da Ambipar na B3 é um retrato da atratividade do mercado de capitais, pelo menos aos olhos do investidor doméstico. A companhia de gestão ambiental é a primeira empresa no setor a ser listada na Bolsa, e disparou acima de 15% logo após primeira abertura na B3. Os pedidos dos investidores pelas ações superaram em mais de dez vezes as ações que foram ofertadas. Com R$ 1,08 bilhão indo ao caixa da empresa, a Ambipar prepara agora uma nova onda de crescimento, mirando aquisições.

Os papéis da Ambipar (AMBP3) fecharam o pregão em alta de 18,38%, cotados a R$ 29,30.

Entre os destaques positivos subiram também as ações do IRB Brasil (IRBR3), que fecharam em alta de 5,65%. Os papéis sofreram forte alta nesta segunda-feira com o encerramento do prazo para participar na oferta de ações da resseguradora. Recentemente o conselho da companhia aprovou o aumento de capital de R$2,3 bilhões.

Ainda em um cenário de valorização do minério de ferro, com pureza de 62% negociado em Qingdao, que chegou a US$ 111,85 a tonelada (maior valor desde agosto de 2019), as ações da CSN (CSNA3) e Vale (VALE3) fecharam em alta de 3,92% e 1,19%, respectivamente.

A maior queda do dia foi da Ambev (ABEV3) que recuou 5,72%. O Banco BTG anunciou que ainda aguarda a recuperação da companhia no curto prazo, com a queda do volume na venda de cervejas, indicador que deve também vir menor ao esperado no segundo trimestre.

Boletim Focus

O Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira (13) pelo Banco Central mostra que a mediana para o IPCA neste ano passou de alta de 1,63% para 1,72%. Há um mês, estava em 1,60%.

As projeções para o câmbio e para Selic no final do ano foram mantidas, em R$ 5,20 e 2% ao ano. Já no Produto Interno Bruto (PIB) há uma melhora. Os economistas do mercado financeiro esperam agora uma queda de 6,10%, ante os 6,50% previstos anteriormente.

Bolsas americanas

As bolsas de Nova York reverteram os ganhos obtidos durante o pregão e fecharam sem direção única, após a Califórnia anunciar restrições em atividades, em meio ao avanço da pandemia de covid-19 nos Estados Unidos. Antes disso, havia otimismo no mercado com avanços em medicamentos e potenciais vacinas para a doença.

O índice Dow Jones fechou em leve alta de 0,04%, a 26.085,80 pontos, o S&P 500 recuou 0,94%, a 3.155,22 pontos, e o Nasdaq cedeu 2,13%%, a 10.390,84, depois de ter renovado máxima histórica intraday durante a sessão.

Com o crescente aumento de novos casos de coronavírus, a Califórnia vai fechar operações internas em estabelecimentos como bares e restaurantes, informou o governador do Estado, Gavin Newsom. A notícia desencadeou uma reversão no sentimento do mercado acionário americano, que já apresentava alguma instabilidade, mas operava impulsionado pelo otimismo dos investidores.

As ações, principalmente de tecnologia, eram beneficiadas por informações de que duas das vacinas para covid-19 que estão sendo desenvolvidas pela Pfizer e pela BioNTech receberam status de “fast track” de reguladores nos EUA, o que significa que o processo de revisão será mais rápido. Além disso, a companhia americana Biosig Technologies havia anunciado que testará o antiviral merimepodib em pacientes com coronavírus.

No S&P 500, os subíndices dos setores de tecnologia e de serviços de comunicação registraram as maiores perdas, de 2,12% e 1,97%, respectivamente. As ações da Amazon caíram 3,00%, as da Microsoft cederam 3,09% e as do Facebook recuaram 2,48%. Os papéis da Apple, por sua vez, registraram queda de 0,46%, em meio a relatos de que a companhia não espera que sua equipe retorne totalmente aos escritórios antes do fim do ano.

As ações da farmacêutica Moderna, por outro lado, subiram 14,65%, após a informação de que a empresa passará a integrar o índice acionário Nasdaq 100. Além disso, um analista do banco de investimento Jefferies disse esperar que a potencial vacina para covid-19 da Moderna receba aprovação de reguladores americanos.

Em uma semana com decisões de política monetária e divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) da China no segundo trimestre, os investidores também estão na expectativa pelos balanços corporativos do setor bancário dos EUA. Para o analista Ian Lyngen, do BMO Capital Markets, o mercado olhará o volume de provisões dos grandes bancos para perdas com empréstimos. “As perspectivas para o segundo semestre serão potencialmente mais relevantes na definição do tom das negociações nos mercados”, comenta em um relatório de mercado.

*Com Estadão Conteúdo

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