Finanças
Ibovespa fecha em queda, puxado por Vale em meio a baixa do minério de ferro
Investidores iniciaram a semana à espera de dados econômicos dos Estados Unidos.
O Ibovespa, principal indicador da bolsa brasileira, encerrou em queda nesta segunda-feira (24), puxado pelo forte recuo da ação da Vale e outras empresas ligadas a commodities metálicas que cediam acompanhando os preços do minério de ferro na Ásia, enquanto investidores ainda aguardam por dados econômicos dos Estados Unidos a serem divulgados nesta semana. O dólar, por sua vez, fechou em queda sobre o real.
Na sessão, o Ibovespa caiu 0,40%, aos 103.946 pontos. O dólar recuou 0,35%, a R$ 5,0409. O dia também foi de queda nas taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros), com os vencimentos para janeiro de 2026 caindo 0,85%, para 11,67%, e para 2033 recuando 0,79%, a 12,60%.
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Investidores iniciaram a semana à espera de dados econômicos dos EUA, como Produto Interno Bruto (PIB) e leituras de inflação, a serem divulgados nos próximos dias. Os números podem calibrar as apostas para o próximo movimento do Federal Reserve (Fed) nos juros. Balanços trimestrais de grandes empresas de tecnologia como Alphabet, dona do Google, Microsoft e Meta também estão no radar.
Cenário interno
O mercado voltou a elevar a expectativa para a inflação em 2023, mas manteve o cenário para os três anos seguintes, ao mesmo tempo em que melhorou as contas para o desempenho econômico, mostrou a pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central nesta segunda.
A expectativa para a alta do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) este ano subiu em 0,03 ponto percentual, a 6,04%, bem acima do teto da meta (de 3,25%).
Enquanto a inflação segue pressionada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenta atrair de volta investidores estrangeiros cautelosos. Em visita a Portugal – sua primeira à Europa desde que assumiu a Presidência -, Lula prometeu restaurar a estabilidade e a credibilidade, convidando empresas portuguesas e outras a construir parcerias com as empresas brasileiras. O presidente está tentando diminuir as preocupações dos investidores com os objetivos de gastos sociais.
Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda que a abertura de uma investigação no Congresso sobre os ataques de 8 de janeiro não atrapalharia a tramitação do novo arcabouço fiscal proposto pelo governo. Ele havia sido questionado sobre o tema.
Falando a jornalistas nesta segunda, Haddad comentou ainda a notícia de que o Ministério da Fazenda está preparando com a Advocacia Geral da União (AGU) a divulgação de uma lista das empresas que são hoje beneficiadas por renúncias e subsídios
Segundo Haddad, as renúncias e subsídios dessas companhias representam “quase R$ 600 bilhões que a União perde (em arrecadação) em nome de meia dúzia que faz lobby no Congresso e no Judiciário”.
Destaques da B3
Braskem
As ADRs de Braskem chegaram a cair forte nos primeiros negócios do dia, o que deu o tom para o desempenho dos papeis no Ibovespa. As ações BRKM5 fecharam em baixa de 4,34%.
O mau desempenho reflete a decisão da Justiça de Alagoas em bloquear R$ 1 bilhão das contas da companhia devido ao afundamento do solo em Maceió.
Vale
A ação mineradora Vale (VALE3) teve queda de 3,62%, puxando o Ibovespa para baixo devido ao peso importante que tem sobre a composição do índice.
A companhia é afetada pela queda no preço do minério na China. Os contratos futuros de minério de ferro caíram para o nível mais baixo em mais de quatro meses nesta segunda, uma vez que a fraca demanda por aço na China provocou uma desaceleração da produção, ao mesmo tempo em que as últimas divulgações das principais mineradoras sinalizaram ampla oferta do ingrediente siderúrgico.
IRB Brasil
A ação resseguradora IRB (IRBR3) subiu 6,23%, depois de a empresa informar que reverteu prejuízo de R$ 50,9 milhões registrado em fevereiro do ano passado, com um lucro de R$ 14,3 milhões no mesmo mês deste ano.
Os prêmios emitidos pela companhia somaram R$ 537,2 milhões em fevereiro ante R$ 478,5 milhões no mesmo mês do ano passado. O índice de sinistralidade no período passou de 81% para 81,7%.
Oi
A ação ordinária da Oi (OIBR3) teve alta de 0,93%, depois que a empresa, que está em sua segunda recuperação judicial, publicou informações financeiras preliminares e não auditadas na sexta (21). De acordo com a tele, sua posição de caixa no fechamento do ano passado era de R$ 3,223 bilhões.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de rotina foi de R$ 320 milhões no quarto trimestre do ano passado. No ano de 2022, foi de R$ 2,148 bilhões, ainda de acordo com os dados não auditados.
Bolsas Globais
Wall Street
Os principais índices de Wall Street buscavam uma direção comum nesta segunda-feira, com os investidores aguardando balanços das empresas de megacapitalização e dados importantes sobre a economia norte-americana.
As ações dos Estados Unidos mantiveram-se praticamente estáveis durante o início da temporada de balanços com resultados mais fortes do que o esperado dos grandes bancos, acalmando os temores sobre o contágio da crise bancária em março.
Das 90 empresas do S&P 500 que divulgaram os resultados do primeiro trimestre até agora, quase 77% superaram as estimativas de lucro dos analistas, conforme dados do Refinitiv IBES. A taxa média a longo prazo é de 66%.
Às 11h28, o índice S&P 500 ganhava 0,17%, a 4.140,50 pontos, enquanto o Dow Jones subia 0,18%, a 33.868,34 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq Composite recuava 0,04%, a 12.068,18 pontos.
Europa
As ações europeias fecharam estáveis nesta segunda, no início de uma semana repleta de balanços corporativos. O índice pan-europeu STOXX 600 fechou com variação negativa de 0,01%, a 468,97 pontos, e se manteve em uma estreita faixa de três pontos durante a maior parte do dia.
Após um mês caótico em março, as ações europeias sobem 2,4% até agora em abril, seu melhor desempenho mensal desde janeiro, à medida que avaliações de preços favoráveis e apostas de reabertura da China impulsionam as empresas.
- Em LONDRES, o índice Financial Times oscilou para baixo 0,02%, a 7.912,20 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 0,11%, a 15.863,95 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 0,04%, a 7.573,86 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve queda de 0,75%, a 27.537,07 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 0,10%, a 9.406,40 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se em 0,03%, a 6.198,61 pontos.
Ásia
As ações da China caíram pela quarta sessão consecutiva nesta segunda-feira, pressionadas por preocupações persistentes sobre a sustentabilidade da recuperação econômica, apesar das previsões mais otimistas de bancos globais.
“A incerteza sobre a recuperação imobiliária é um fator importante que segura o mercado no momento”, escreveu Qi Wang, cofundador e CIO da MegaTrust Investment (HK). “Acho que o mercado está questionando a sustentabilidade da força do consumo se o mercado imobiliário não se recuperar.”
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,10%, a 28.593 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 0,58%, a 19.959 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,78%, a 3.275 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 1,24%, a 3.982 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 0,82%, a 2.523 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou alta de 0,15%, a 15.626 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,08%, a 3.324 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 0,11%, a 7.322 pontos.
*Com informações da Reuters.
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