Finanças
Ibovespa fecha em queda de mais de 2% e dólar avança após alerta do Fed
O Federal Reserve manteve a taxa de juros inalterada e alertou que a batalha contra a inflação está longe de ser concluída.
O dólar fechou em alta e o Ibovespa em queda nesta quinta-feira (21), mesmo sem surpresas na decisão de política monetária do Banco Central da véspera, uma vez que o tom ainda duro por parte do Federal Reserve (Fed) em sua reunião de definição dos juros pesou no sentimento global.
No dia, o Ibovespa recuou 2,15%, aos 116.145 pontos. Já o dólar subiu 1,10%, a R$ 4,9336.
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O Fed manteve a política monetária na véspera, como esperado, mas sinalizou que provavelmente aumentará os juros nos Estados Unidos ao menos mais uma vez este ano. O banco central ainda revisou para cima suas projeções para o patamar de juros ao longo de 2024, com alertas de que a batalha contra a inflação está longe de encerrada.
“O mercado acreditava que a gente teria uma taxa inalterada até o final do ano, e, além de um comunicado bem mais duro do que o mercado estava esperando, o (chefe do Fed, Jerome) Powell deixou em aberto novos aumentos até o final do ano, o que traz tração para o dólar”, explicou Gabriel Mota, operador da Manchester Investimentos.
“Se a gente tiver efetivamente aumentos na taxa de juros nos Estados Unidos e aqui continuarmos com o nosso cenário de queda (da Selic), que não deve ser alterado, a gente muito provavelmente vai começar a ver investidores estrangeiros tirando dinheiro aqui do Brasil e levando para os Estados Unidos, porque lá há títulos públicos pagando taxas de juros elevadas e isentos de risco”
Gabriel Mota, operador da Manchester Investimentos
De fato, no fim da tarde de quarta-feira o Banco Central do Brasil decidiu por novo corte de 0,50 ponto percentual na Selic, a 12,75% ao ano, e afirmou que sua diretoria antevê reduções equivalentes nas próximas reuniões.
Embora isso tenda a tornar os retornos oferecidos por investimentos denominados em real menos atraentes, alguns participantes do mercado disseram que o fato de a decisão ter vindo sem surpresas e sem indicar aceleração do ritmo de queda dos juros limita muito qualquer impacto do Copom nos ativos brasileiros, com o protagonismo da sessão ficando principalmente para o Federal Reserve.
“O comunicado trouxe poucas surpresas com o corte unânime e a manutenção da sinalização dos ajustes de mesma magnitude ‘nas próximas reuniões'”, avaliou o BTG Pactual em relatório a clientes. “Barra é alta para aceleração dos cortes.”
Bolsas mundiais
Wall Street
Wall Street sofreu forte queda nesta quinta-feira, com o apetite por risco dos investidores atenuado por preocupações de que a política monetária restritiva do Federal Reserve permanecerá em vigor por mais tempo do que o previsto.
Os três principais índices de ações dos Estados Unidos caíram mais de 1% e os rendimentos de referência dos Treasuries atingiram o maior nível em 10 anos um dia depois de o chair do Fed, Jerome Powell, alertar que a inflação ainda tem um longo caminho a percorrer antes de se aproximar da meta de 2% do banco central dos EUA.
O Dow Jones caiu 1,08%, para 34.070,42 pontos. O S&P 500 perdeu 1,64%, para 4.330 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq caiu 1,82%, para 13.223,99 pontos.
Ásia e Oceania
As ações da China e de Hong Kong caíram ainda mais nesta quinta-feira, também de olho nas sinalizações sobre a taxa de juros dos Estados Unidos.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 1,37%, a 32.571 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 1,29%, a 17.655 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,77%, a 3.084 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,90%, a 3.672 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 1,75%, a 2.514 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 1,32%, a 16.316 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 1,21%, a 3.202 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 1,37%, a 7.065 pontos.
(*com informações da Reuters)
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