Finanças

Ibovespa fecha em alta, com BRF em destaque e Brasília no radar; dólar sobe

Investidores acompanham reforma tributária, tramitação de marco fiscal e discussões sobre o Carf.

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O Ibovespa fechou em alta nesta quarta-feira (5), embora sem conseguir se sustentar acima dos 120 mil pontos, com BRF (BRFS3) disparando mais de 10% em meio a expectativas com o aumento de capital, enquanto agentes financeiros seguiram acompanhando as negociações envolvendo a proposta de reforma tributária. O dólar também encerrou em alta, após divulgação da ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed).

No dia, o Ibovespa teve alta de 0,40%, aos 119.549 pontos. Já o dólar subiu 0,21%, a R$ 4,85.

No fim da tarde, a taxa do Depósito Interbancário (DI) para janeiro de 2024 estava em 12,805%, ante 12,79% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 10,77%, ante 10,712% do ajuste anterior. Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2026 estava em 10,18%, ante 10,065% do ajuste anterior, e a taxa para janeiro de 2027 estava em 10,215%, ante 10,081%.

Projetos econômicos do Brasil

Presidente da Câmara, Arthur Lira 07/11/2022 REUTERS/Adriano Machado

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse nesta quarta-feira que pretende colocar a proposta de reforma tributária para votação no plenário da Casa na quinta-feira, e manifestou esperança na aprovação da reforma, mas afirmou que os votos favoráveis ainda precisam ser contados.

“A nossa intenção é já hoje no final da tarde pautá-la para início de discussão, exaurir a discussão hoje e amanhã e, se tudo correr bem, com votação em primeiro turno já na noite de quinta-feira”, afirmou em entrevista à GloboNews.

Governadores afirmaram ser favoráveis à reforma, mas ainda defendiam ajustes no texto. Entre eles, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse que seu Estado concorda com “95%” da proposta e que os pontos de divergências são pontuais e “fáceis de serem ajustados”.

Na visão do gestor de ações da Ace Capital Tiago Cunha, a percepção positiva sobre as reformas sendo pautadas no Congresso soma-se à perspectiva de início do ciclo de corte de juros no Brasil, o que apoia o desempenho de ações brasileiras.

“As reformas adicionam a previsibilidade necessária do lado fiscal, bem como eliminam ou reduzem uma série de distorções tributárias, o que certamente melhorará a competitividade das empresas brasileiras”, acrescentou.

Além da reforma tributária, Lira também afirmou que espera votar nesta semana ainda o projeto de lei que devolve ao governo o voto de desempate nas decisões do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), assim como a nova regra fiscal após alterações feitas no texto por senadores.

Cenário externo

Alta da dólar

Segundo Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos, a alta do dólar foi estimulada em parte por questões políticas internas em meio aos esforços da Câmara dos Deputados para votar uma série de projetos econômicos.

“(A reforma tributária) está sendo empurrada para que tentem votar até sexta-feira, mas eu acho que isso não deve acontecer, o que não é bom para o desempenho do real perante o dólar”, alertou Avallone.

Juros nos EUA

A ata do último encontro de política monetária do Federal Reserve (Fed), divulgada nesta quarta, apontou que um órgão unido concordou em manter a taxa de juros ​​na reunião de junho como uma forma de ganhar tempo e avaliar se seriam necessários novos aumentos, mesmo que a grande maioria esperasse que seria necessário apertar ainda mais a política monetária.

Enquanto “alguns participantes” quiseram aumentar os juros em junho porque o progresso no arrefecimento da inflação estava lento, “quase todos os participantes julgaram apropriado ou aceitável manter” a taxa básica na atual faixa de 5% a 5,25%, disse a ata.

Destaques do Ibovespa

BRF

A BRFS3 valorizou-se 10,28%, a R$ 9,87, após a companhia anunciar nesta semana uma oferta de ações que permitirá a concretização de um investimento da saudita Salic e da Marfrig na companhia brasileira. Em maio, ambos anunciaram um compromisso de investir até 4,5 bilhões de reais através de aumento de capital na BRF. A precificação do follow-on está marcada para o dia 13 de julho. Os recursos serão usados para reforçar sua estrutura de capital, mais especificamente, lidar com redução do endividamento bruto.

MRV

A MRVE3 subiu 6,67%, a R$ 12,79, em mais um dia de alta relevante, após divulgar na véspera desempenho operacional do segundo trimestre, que analistas da XP Investimentos consideraram robusto, além de intenção de uma potencial oferta de ações. Para a XP, o follow-on parece positivo, “podendo endereçar o processo de redução da alavancagem financeira”.

Braskem

A BRKM5 caiu 4,42%, a R$ 27,66. Em meio a expectativas envolvendo as negociações sobre o controle da companhia, a petroquímica afirmou que tem avançado nas tratativas com o município de Maceió e que as discussões envolvem pagamento adicional de R$ 1,7 bilhão para pleitos indenizatórios relacionados ao afundamento do solo em bairros da capital alagoana. Analistas do JPMorgan também cortaram a recomendação dos papéis para “neutra” e reduziram o preço-alvo de 30 para R$ 28,50.

Vale

A VALE3 cedeu 0,88%, a R$ 65,32, mesmo após o contrato de minério de ferro mais negociado na Dalian Commodity Exchange, na China, encerrar as negociações diurnas com alta de 0,7%, a 828 iuanes (US$ 114,39) por tonelada.

Petrobras e Prio

A PETR4 fechou com variação negativa de 0,13%, a R$ 30,11, apesar do sinal positivo nos preços do petróleo no mercado internacional. No setor, PRIO3 avançou 1,52%, a R$ 38,62, após divulgar na véspera, depois do fechamento da bolsa, dados operacionais de junho.

Itaú, Bradesco, BB e Santander

A ITUB4 encerrou com acréscimo de 0,87%, a R$ 29,03, enquanto BBDC4 terminou com elevação de 0,18%, a R$ 16,57. No setor, contudo, BBSA3 caiu 0,66% e SANB11 perdeu 1,43%.

Bolsas mundiais

Wall Street

O índice S&P 500 encerrou em baixa modesta nesta quarta-feira.

Segundo dados preliminares, o S&P 500 perdeu 0,20%, para 4.446,65 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq cedeu 0,18%, para 13.791,65 pontos. O Dow Jones caiu 0,38%, para 34.288,83 pontos.

Europa

As ações blue chip da zona do euro caíram nesta quarta-feira, com as empresas de tecnologia pressionadas antes da ata do Federal Reserve (Fed), enquanto dados fracos do bloco europeu e da China alimentaram temores de um forte golpe no crescimento global.

Salão da Bolsa de Valores de Frankfurt 09/05/2022 REUTERS
  • Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 1,03%, a 7.442,10 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 0,63%, a 15.937,58 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 0,80%, a 7.310,81 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 0,59%, a 28.220,18 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 1,06%, a 9.486,30 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 0,16%, a 5.956,83 pontos.

Ásia e Pacífico

As ações chinesas fecharam em baixa nesta quarta-feira, depois que uma pesquisa do setor privado mostrou que a atividade de serviços do país expandiu no ritmo mais lento em cinco meses em junho, enquanto a escalada das tensões sino-americanas também prejudicou o sentimento dos investidores.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 0,25%, a 33.338 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 1,57%, a 19.110 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,69%, a 3.222 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,77%, a 3.868 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 0,55%, a 2.579 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,49%, a 17.056 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,57%, a 3.185 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 0,35%, a 7.253 pontos.

*Com informações da Reuters.

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