Finanças
Ibovespa fecha em queda na semana após dados dos EUA; dólar sobe
Mercado também repercutiu aceleração da inflação no Brasil.
O Ibovespa fechou em queda nesta sexta-feira (10) e no acumulado da semana, contaminado por Wall Street, em meio a preocupações com o setor bancário nos EUA, e com dados do mercado de trabalho norte-americano mantendo na mesa a chance de um aperto monetário mais forte pelo Federal Reserve (Fed). O dólar, por sua vez, fechou em alta.
Dados de inflação no Brasil e o noticiário corporativo mais carregado também mexeram com o mercado.
No dia, o Ibovespa recuou 1,38%, aos 103.618, enquanto que na semana a baixa foi de 0,24%. O dólar teve alta de 1,30% neste pregão, a R$ 5,2077. Na semana, a moeda norte-americana teve elevação de 0,15%.
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IPCA
O dia foi marcado pela divulgação da inflação de fevereiro no Brasil. No mês passado, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,84%, depois de ter avançado 0,53% em janeiro, mostraram os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Apesar da aceleração mensal para a taxa mais elevada desde abril de 2022 (+1,06%), o índice passou a acumular nos 12 meses até fevereiro alta de 5,60%, de 5,77% no mês anterior.
As expectativas de analistas em pesquisa da Reuters eram de alta de 0,8% no mês, acumulando em 12 meses 5,54%.
“Qualquer dado que leve a uma interpretação ao mercado, de que a taxa de juros deve permanecer alta por um tempo maior, acaba impactando negativamente nos ativos de risco. Com o IPCA vindo acima do esperado, o primeiro impacto é negativo na bolsa”, comenta André Fernandes, sócio da A7 Capital.
“Apesar da alta do IPCA no mês de fevereiro, o mercado não acredita que ao longo do ano esse ritmo deva-se manter, e seguem acreditando em uma tendência de desaceleração da nossa inflação ao longo de 2023. Com isso, o Copom deve manter a taxa de juros inalterada pelo menos para essa primeira reunião”, acrescenta.
Payroll
Do cenário externo, investidores repercutiram a divulgação do payroll, relatório com dados sobre o mercado de trabalho norte-americano, em busca de pistas sobre o rumo da taxa de juros no país.
A economia dos Estados Unidos criou empregos em um ritmo sólido em fevereiro, provavelmente garantindo que o Federal Reserve (Fed) eleve as taxas de juros por mais tempo, embora a inflação salarial tenha mostrado sinais de arrefecimento.
A abertura de vagas fora do setor agrícola norte-americano totalizou 311 mil empregos no mês passado, mostrou o relatório do Departamento do Trabalho nesta sexta. Os dados de janeiro foram revisados para baixo para mostrar a criação de 504 mil postos de trabalho, em vez dos 517 mil informados anteriormente.
Economistas consultados pela Reuters previam a abertura de 205 mil empregos. Eles dizem que a economia precisa criar 100 mil empregos por mês para acompanhar o crescimento da população em idade ativa.
As estimativas para a criação de vagas de fevereiro variavam de 78 mil a 325 mil.
Destaques da B3
Via
A ação VIIA3 recuou 6,19% nesta sexta-feira, tendo como pano de fundo a renúncia de Helisson Brigido Andrade Lemos, vice-presidente de inovação digital da companhia, ao cargo de diretor estatutário da empresa.
Ainda na véspera, a companhia divulgou seu balanço do quarto trimestre de 2022, reportando prejuízo líquido de R$ 163 milhões no período, revertendo lucro de R$ 29 milhões no mesmo período do ano anterior.
Magazine Luiza
O papel MGLU3 teve alta de 0,29%, após a empresa comunicar que seu comitê de conduta e ética “tomou conhecimento de uma denúncia anônima” que cita irregularidades envolvendo operações de bonificação relativas a compras de fornecedores e distribuidores.
Além disso, a varejista também divulgou seus resultados dos três últimos meses do ano passado.
Arezzo
A ação da Arezzo (ARZZ3) também teve pregão marcado por forte perda de 11,58%, uma vez que a companhia teve queda de 7,1% no lucro líquido ajustado no quarto trimestre de 2022, pressionado por resultado financeiro e alta nas despesas, com declínio também na margem Ebitda ajustada.
CVC
O ativo CVCB3 recuou 17,75% mesmo após anunciar acordo com debenturistas envolvendo até R$ 900 milhões em dívidas. O papel vinha de cinco pregões seguidos de valorização, período em que acumulou um ganho de quase 50%.
Embraer
A ação EMBR3 avançou 5,67% após resultado trimestral da fabricante de aviões e previsão de que a receita líquida aumente em 2023 frente ao ano anterior, com melhora gradual na cadeia de suprimentos e uma elevação nas entregas de aviões.
Hapvida
O papel HAPV3 teve valorização de 27,32%, após despencar mais de 30% na véspera e perder R$ 7 bilhões, na esteira de preocupações com a solvência da empresa de serviços de saúde, que avalia a possibilidade de emitir ações – apesar de as cotações estarem em mínimas históricas – para fortalecer sua estrutura financeira.
Bolsas pelo mundo
Wall Street
Os índices de Wall Street fecharam em baixa nesta sexta-feira.
Segundo dados preliminares, o S&P 500 perdeu 1,45%, para 3.861,78 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq recuou 1,76%, para 11.139,16 pontos. O Dow Jones caiu 1,06%, para 31.912,66 pontos.
Europa
As ações europeias caíram para uma mínima de sete semanas nesta sexta-feira, com as ações do setor financeiro liderando uma ampla queda depois que um alerta de um banco dos Estados Unidos gerou preocupações sobre as condições do setor globalmente.
- Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 1,67%, a 7.748,35 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 1,31%, a 15.427,97 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 1,30%, a 7.220,67 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 1,55%, a 27.281,96 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 1,47%, a 9.285,00 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 0,51%, a 6.025,76 pontos.
Ásia e Pacífico
As ações da China e de Hong Kong ampliaram as perdas nesta sexta, uma vez que ressurgiu a preocupação dos investidores com a recuperação chinesa após dados mais fracos do que o esperado nesta semana.
“Os indicadores econômicos desta semana, por exemplo, a queda de 10,2% acima do esperado nos dados de importação de janeiro e fevereiro, reavivaram as preocupações dos investidores sobre o ritmo da recuperação econômica na China e pesaram sobre o sentimento em Hong Kong”, disse Linus Yip, estrategista-chefe da First Shanghai Securities.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 1,67%, a 28.143 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 3,04%, a 19.319 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 1,40%, a 3.230 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 1,31%, a 3.967 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 1,01%, a 2.394 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 1,55%, a 15.526 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 1,15%, a 3.177 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 2,28%, a 7.144 pontos.
*Com informações da Reuters.
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