Finanças

Ibovespa fecha em leve queda e dólar recua, de olho em dados dos EUA

Mercado busca pistas sobre os próximos passos do Fed sobre os juros norte-americanos.

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O Ibovespa fechou em leve baixa nesta quinta-feira (10), com o mercado reagindo a mais uma sequência de divulgação de resultados corporativos. Enquanto isso, o dólar recuou sobre o real após a divulgação de novos dados de inflação e de emprego nos Estados Unidos, em sintonia com o movimento da moeda norte-americana ante outras divisas de emergentes ou exportadores de commodities no exterior.

O Ibovespa caiu 0,05%, aos 118.350 pontos. O dólar teve queda de 0,45%, a R$ 4,8821.

Dados dos EUA

O índice de preços ao consumidor dos EUA subiu 0,2% em julho, em linha com a projeção de economistas ouvidos pela Reuters. Já os pedidos de auxílio-desemprego somaram 248 mil na semana passada, acima da estimativa de 230 mil dos economistas.

Após a divulgação dos dados, o dólar à vista acelerou as perdas ante o real, em movimento paralelo à queda maior da moeda norte-americana ante divisas fortes e em relação a algumas moedas de países exportadores de commodities.

De acordo com Gabriel Mota, operador de renda variável da Manchester Investimentos, a aceleração da queda ocorreu porque o número de inflação veio em linha com o esperado pelo mercado, reforçando a leitura de que o Federal Reserve (Fed) pode não elevar mais os juros em 2023.

Já Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad, diz que “a estabilidade das medidas de inflação em julho certamente vai pesar no balanço de riscos para apoiar uma parada da subida de juros nos EUA em setembro, mas parece que a dinâmica do mercado de trabalho precisará de um enfraquecimento mais nítido para dar a confiança necessária aos diretores do FOMC”.

Cenário interno

No Brasil, o setor de serviços voltou a mostrar expansão pela segunda vez seguida em junho, mas terminou o segundo trimestre com um desempenho mais fraco do que o esperado para o mês e com forte perda de força.

O volume de serviços avançou 0,2% em junho na comparação com maio, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta. O resultado mostra desaceleração do setor após ganho de 1,4% em maio, e ainda ficou abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,5% para o mês de junho.

“O movimento observado entre maio e junho reflete em grande medida nossas expectativas para o setor de serviços em 2023 que, afora altas motivadas por fatores sazonais, deve enfrentar um período de forte desaceleração após o crescimento robusto registrado em 2022 e o subsequente enfraquecimento da demanda ao longo deste ano”, avaliou em nota o economista Matheus Pizzani, da CM Capital.

Destaques da B3

A ação da Azul (AZUL4) saltou 9,83%, a R$ 18,22, após reportar prejuízo líquido ajustado de R$ 567 milhões no segundo trimestre, menor que o resultado negativo de R$ 721 milhões sofrido no mesmo período do ano passado. No setor, a Gol (GOLL4) subiu 6,27%.

O papel da Braskem (BRKM5) disparou 6,84%, a R$ 24,99, conforme segue vulnerável a notícias envolvendo venda de participação relevante na companhia.

Hapvida (HAPV3) saltou 6,05%, a R$ 5,26, mesmo após queda de 8% no lucro líquido ajustado do segundo trimestre ano a ano, para R$ 221,6 milhões. Analistas do Itaú BBA avaliaram positivamente o balanço e eleogiaram o compromisso da empresa com a implementação de aumentos de preços para seus planos corporativos, apesar da pressão sobre o crescimento orgânico no curto prazo.

Por sua vez, o Grupo Soma (SOMA3) afundou 7,68%, a R$ 9,98, após a dona de marcas como Animale, Farm e Hering reportar queda de 21,9% no lucro líquido ajustado do segundo trimestre. Na teleconferência sobre o balanço, segundo relato de analistas do Citi, a empresa indicou que a tendência positiva de vendas observada em junho continuou em julho. No entanto, acrescentaram, a administração preferiu não aumentar as expectativas sobre o trimestre ainda, que é afetado por remarcações.

Rede D’Or (RDOR3) caiu 4,92%, a R$ 32,27, após divulgar lucro líquido de R$ 435,4 milhões no segundo trimestre, alta de 21,5%. Em teleconferência sobre o resultados, executivos da rede de hospitais afirmaram que conversas sobre aquisições começam a ganhar mais tração. Também veem espaço para expansão de margem e tíquetes crescendo acima da inflação nos próximos trimestre.

O papel do Banco do Brasil (BBAS3) subiu 0,51%, a R$ 46,97, após reportar lucro líquido ajustado de R$ 8,79 bilhões no segundo trimestre, avanço de 11,7% ano a ano, apesar do aumento de provisões.

Bolsas mundiais

Wall Street

Os principais índices de Wall Street fecharam praticamente estáveis ​​na quinta-feira, após ganhos iniciais com dados de inflação mais brandos do que o temido, uma vez que os investidores se preocupavam com as perspectivas de longo prazo da economia dos EUA e se as ações têm mais espaço para avançar.

De acordo com dados preliminares, o S&P 500 teve variação positiva de 0,03%, para 4.469,05 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq ganhou 0,12%, para 13.739,06 pontos. Dow Jones subiu 0,15%, para 35.173,64 pontos.

Europa

As ações europeias subiram nesta quinta-feira, de olho em expectativas sobre o Fed, e enquanto o setor de luxo recebeu um impulso da China depois que o país flexibilizou restrições a viagens.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 0,41%, a 7.618,60 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 0,91%, a 15.996,52 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 1,52%, a 7.433,62 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 0,94%, a 28.575,05 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 1,58%, a 9.502,20 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,35%, a 6.080,63 pontos.

Ásia e Oceania

As ações da China e de Hong Kong fecharam em alta nesta quinta-feira, revertendo perdas do início do pregão, já que a suspensão da proibição da era da pandemia de viagens em grupo impulsionou as ações de companhias aéreas e relacionadas, e ajudou a melhorar o ânimo.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,84%, a 32.473 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 0,01%, a 19.248 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 0,31%, a 3.254 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 0,21%, a 3.975 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 0,14%, a 2.601 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 1,40%, a 16.634 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,28%, a 3.322 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,26%, a 7.357 pontos.

(* com informações da Reuters)

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