Finanças

Ibovespa fecha em queda e dólar sobe, de olho em dados da China e ata do Copom

Investidores também repercutem a temporada de balanços, com destaque para Itaú.

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O Ibovespa recuou nesta terça-feira (8), enquanto o dólar operou em alta ante o real, acompanhando o movimento verificado no exterior, com investidores no Brasil reagindo também à ata do último encontro do Banco Central.

No dia, o Ibovespa fechou em queda de 0,24%, aos 119.090 pontos. O dólar subiu 0,06%, a R$ 4,8976.

Dados da China decepcionam

Os mercados globais iniciaram o dia reagindo aos novos números sobre a economia chinesa, que decepcionaram. As importações da China caíram 12,4% em julho na comparação anual, conforme dados da alfândega, um resultado bem pior que a previsão de queda de 5% da pesquisa da Reuters e do declínio de 6,8% em junho.

Porto em Xangai, China 19/10/2020. REUTERS/Aly Song/File Photo/File Photo

Já as exportações recuaram 14,5%, em movimento mais forte do que a queda esperada de 12,5% e o recuo de 12,4% do mês anterior.

Neste contexto, moedas de países exportadores de commodities, como o peso chileno e o real, eram penalizadas, mas divisas fortes como o iuan e o euro também se desvalorizavam ante o dólar.

Ata do Copom

No Brasil, o viés de alta para a moeda norte-americana se sobrepôs a eventuais pressões contrárias vindas da ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada pelo BC. Na semana passada, o colegiado havia cortado a taxa básica Selic em 0,5 ponto percentual, para 13,25% ao ano, em decisão com votos divididos entre os dirigentes.

No documento desta terça-feira, o Copom avaliou ser pouco provável uma intensificação dos cortes na Selic à frente, porque tal decisão exigiria surpresas positivas substanciais.

“O Comitê julga como pouco provável uma intensificação adicional do ritmo de ajustes, já que isso exigiria surpresas positivas substanciais que elevassem ainda mais a confiança na dinâmica desinflacionária prospectiva”

ata do Copom

Para João Savignon, head de pesquisa macroeconômica da Kínitro, o tom da ata pode ser considerado mais duro – ou “hawkish”, no jargão do mercado – por colocar uma “barra bastante alta” para que seja possível cortes maiores que 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões.

Ao indicar que é pouco provável um corte maior, de 0,75 ponto percentual, o BC em tese contribui para tirar um pouco da pressão altista do dólar ante o real, mas a moeda norte-americana seguia em alta firme nesta manhã em função do exterior.

Destaques da B3

Vale

A ação da Vale (VALE3) fechou em queda de 0,65%, a R$ 67,46, assim como outras do setor, pressionando o Ibovespa. Os contratos futuros de minério de ferro caíram nesta terça, repercutindo os dados comerciais fracos da China, enquanto cortes na produção de aço continuaram pesando sobre o mercado.

Itaú

O papel ITUB4 fechou o pregão em queda de 0,44%, um dia depois do balanço divulgado pelo banco. De um modo geral, analistas avaliam que o Itaú apresentou um desempenho trimestral forte, destoando-se dos balanços dos principais concorrentes.

Bolsas mundiais

Wall Street

As ações dos Estados Unidos fecharam em baixa nesta terça-feira em uma ampla liquidação depois que cortes nas notas de vários bancos norte-americanos pela agência de classificação de risco Moody’s reacenderam temores sobre a saúde das instituições financeiras e da economia dos Estados Unidos.

De acordo com dados preliminares, o S&P 500 perdeu 0,42%, para 4.499,40 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq recuou 0,78%, para 13.885,33 pontos. O Dow Jones caiu 0,45%, para 35.314,55 pontos.

Europa

As ações europeias caíram nesta terça-feira, uma vez que os bancos italianos ficaram sob pressão depois que o governo do país aprovou um imposto de 40% sobre os credores, embora um salto nos papéis da farmacêutica Novo Nordisk após dados positivos sobre seu medicamento para obesidade tenha ajudado a limitar as perdas.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 0,36%, a 7.527,42 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 1,10%, a 15.774,93 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 0,69%, a 7.269,47 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 2,12%, a 27.942,25 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 0,61%, a 9.301,80 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 0,08%, a 6.035,66 pontos.

Ásia e Oceania

As ações da China caíram nesta terça-feira depois que as exportações e importações do país em julho contraíram mais do que o esperado, enquanto o mercado de Hong Kong foi pressionado pelo setor imobiliário.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,38%, a 32.377 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 1,81%, a 19.184 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,25%, a 3.260 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,26%, a 3.979 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 0,26%, a 2.573 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,70%, a 16.877 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,12%, a 3.313 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,03%, a 7.311 pontos.

(* com informações da Reuters)

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