Finanças
Ibovespa recua 1% na semana; dólar fecha estável
Vendas varejistas tiveram queda de 1% tanto em maio ante abril quanto em relação ao mesmo mês de 2022.
O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, encerrou a sexta-feira (14) e a semana em queda.
Os últimos dias foram marcados pela divulgação dos índices de inflação no Brasil e nos Estados Unidos. Nesta sexta-feira, o mercado também acompanhou os números negativos das vendas no varejo brasileiro e forte recuo das ações da BRF e Petrobras. O dólar, por sua vez, encerrou estável.
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O Ibovespa terminou o dia com recuo de 1,31%, aos 117.698 pontos, depois de oscilar entre a mínima de 117.525 pontos e máxima de 119.328 pontos. Na semana, acumulou queda de 1%. O dólar encerrou o pregão praticamente estável, negociado a R$ 4,7971.
As ações da BRF recuaram quase 7%, após a empresa precificar oferta de ações de R$ 5,4 bilhões, enquanto a Méliuz disparou 13% depois d renovar mínima histórica na véspera.
Cenário interno
As vendas no varejo brasileiro tiveram queda de 1,0% em maio na comparação com o mês anterior e recuaram também 1,0% em relação ao mesmo período de 2022, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (14).
Pesquisa da Reuters apontava expectativas de estabilidade na comparação mensal e de 1,95% sobre um ano antes.
Na analise das oito atividades pesquisadas, quatro marcaram taxas positivas e quatro negativas. Entre as que registraram queda, destaque para o setor de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que recuou 3,2% após apresentar crescimento de 3,6% em abril.
“Este é um setor que representa mais de 50% da fatia de todas as informações coletadas pela PMC. Além disso, a atividade vem de uma aceleração em abril, em um fenômeno que serviu para estancar as quedas anteriores”, explica Cristiano Santos, gerente da pesquisa, em nota.
Para o pesquisador, a conjuntura pressionou o consumidor a fazer opções, que acabaram se concentrando no consumo em hiper e supermercados em abril, o que mudou agora em maio. “É uma espécie de rebote, onde a escolha do consumidor pareceu ser de consumir menos nessa área e consumir mais em outras atividades”, complementa.
Exterior
Os contratos futuros de minério de ferro nas bolsas de Dalian e Cingapura ampliaram ganhos pela quarta sessão nesta sexta-feira e atinge máxima de quase 4 meses, sustentados por esperanças crescentes de medidas de estímulo na China após dados de exportação mais fracos, bem como estoques mais baixos em usinas e portos.
Na Dalian Commodity Exchange (DCE), o minério de ferro mais negociado para setembro atingiu uma máxima de quase quatro meses ao fechar as negociações diurnas com alta de 2,54%, a 849 iuanes (119,02 dólares) a tonelada, o maior patamar desde 17 de março.
O minério de ferro de referência em agosto na Bolsa de Cingapura subiu 3,58%, para 113,85 dólares a tonelada, a maior cotação desde 11 de abril.
As exportações da China caíram no mês passado em seu ritmo mais rápido desde o início da pandemia de Covid-19, há três anos.
O minério de ferro subiu em conjunto com as esperanças de que Pequim providenciaria mais ajuda econômica para o setor imobiliário local, já que os investidores ignoraram os dados comerciais decepcionantes, disseram analistas do National Australia Bank em nota.
Enquanto isso, os estoques de minério de ferro em 247 siderúrgicas pesquisadas pela Mysteel caíram 1,3% na semana, para 85,22 milhões de toneladas métricas em 14 de julho, enquanto os estoques nos 45 portos pesquisados recuaram 1,1%, na quarta queda semanal consecutiva, para 124,95 milhões toneladas métricas, segundo dados da consultoria.
A desvalorização do dólar norte-americano, após dados econômicos melhores do que o esperado, também ajudou a impulsionar os preços.
Destaques da B3
Acompanhe os principais destaques da bolsa de valores brasileira nestasexta-feira (14):
BRF
A ação BRFS3 caiu 6,71%, a R$ 8,90, após precificar sua oferta de ações a R$ 9 por papel, levantando R$ 5,4 bilhões. A operação concretizou o investimento da saudita Salic e da Marfrig na companhia brasileira.
Gol
O papel GOLL4 recuava 5,58%, a R$ 9,93, tendo como pano de fundo previsão da companhia aérea de um prejuízo por ação de cerca de R$ 1,05 para o segundo trimestre deste ano. A margem Ebitda foi estimada em aproximadamente 21% no trimestre.
Méliuz
A ação CASH3 avançou 13,26%, a R$ 8,03, após fechar na véspera em uma mínima histórica, a R$ 7,09, contabilizando uma perda de quase 40% no ano. O BTG Pactual reiterou recomendação de “compra” para o papel, segundo relatório com data de quinta-feira, após encontro com executivos da empresa.
MRV
O papel MRVE3 cedeu 1,15%, a R$ 12,85, depois de precificar oferta subsequente de ações a R$ 12,80 reais por ação, levantando R$ 1 bilhão, recursos que usará para melhorar estrutura de capital de suas operações de incorporação no Brasil.
Petrobras
A ação PETR4 recuou 1,96%, a R$ 29,05, em meio ao declínio dos preços do petróleo no exterior, com o Brent cedendo 0,66%, a US$ 80,82 dólares o barril.
Bolsas mundiais
Wall Street
Os principais índices de Wall Street que chegaram a subir pelo quinto dia consecutivo nesta sexta-feira encerraram o pregão com resultados mistos, depois que alguns dos principais bancos dos Estados Unidos e a seguradora UnitedHealth Group relataram resultados fortes no começo da safra de balanços corporativos do segundo trimestre.
O índice S&P 500 caiu 0,10%, a 4.505 pontos, enquanto o Dow Jones subiu 0,33%, a 34.509 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq Composite sofreu recuo de 0,18%, a 14.113 pontos.
Wall Street está a caminho de ganhos semanais robustos, com o Nasdaq se encaminhando para sua melhor semana desde meados de março.
Europa
As ações europeias caíram levemente nesta sexta-feira, mas esse resultado pouco fez para impedir que registrassem seu maior salto percentual semanal em mais de três meses, na esperança de que a redução da inflação permita que o Federal Reserve interrompa os aumentos de juros em breve.
- Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 0,08%, a 7.434,57 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 0,22%, a 16.105,07 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 subiu 0,06%, a 7.374,54 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 0,39%, a 28.663,30 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 0,43%, a 9.438,30 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 teve queda de 0,49%, a 5.987,17 pontos.
*Com Reuters.
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