Finanças
Ibovespa fecha em queda e marca maior sequência de perdas desde 1984
Puxado por ações de commodities, indicador recuou pela décima sessão consecutiva; dólar avançou.
O Ibovespa, principal indicador da bolsa de valores brasileira, fechou em queda nesta segunda-feira (14) engatando o 10º pregão consecutivo com sinal negativo, tendo como pano de fundo a queda de commodities como o petróleo e o minério de ferro no exterior, enquanto a agenda brasileira destacou o comportamento da atividade econômica medida pelo IBC-Br. Já o dólar acelerou os ganhos ante o real.
No dia, o Ibovespa caiu 1,06%, aos 116.810 pontos. A última vez em que o Ibovespa caiu por mais do que 10 pregões foi entre o final de janeiro e o começo de fevereiro de 1984, quando fechou em baixa por 11 pregões seguidos, segundo dados da Refinitiv. O dólar avançou 1,26%, a R$ 4,9655.
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Cenário interno
A economia brasileira encerrou o segundo trimestre com crescimento, mas em forte desaceleração em relação ao ritmo visto no início do ano, em meio aos efeitos da política monetária restritiva e do esvaziamento do impulso do setor agrícola, de acordo com dados do Banco Central nesta segunda-feira.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) avançou 0,63% em junho em relação ao mês anterior, mostrou dado dessazonalizado do indicador, que é um sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB).
A leitura do mês foi um pouco melhor do que a expectativa em pesquisa da Reuters, de avanço de 0,60%, e ainda mostrou retomada depois da retração do mês anterior.
Com isso, o IBC-Br apresentou no segundo trimestre crescimento de 0,43% na comparação com os três primeiros meses do ano, quando registrou avanço de 2,21%. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o IBC-Br teve alta de 2,10%, enquanto no acumulado em 12 meses passou a uma alta de 3,35%, de acordo com números observados.
O dia também é marcado pela divulgação do Boletim Focus, que apontou que analistas consultados pelo Banco Central fizeram pequenos ajustes em suas projeções, com destaque para a melhora na expectativa de crescimento este ano e inflação mais baixa em 2024.
Cenário externo
O dia foi marcado por preocupações com a desaceleração da economia da China, importante comprador global de commodities, agravada por dificuldades na área imobiliária. No centro da turbulência nesta segunda-feira está a Country Garden, importante incorporadora chinesa que busca atrasar o pagamento de um título privado.
“Após não conseguir pagar os juros de empréstimos na semana passada, uma possível quebra da gigante do setor imobiliário Country Garden também tem chamado a atenção de operadores globais devido, principalmente, à parcela que o setor imobiliário chinês corresponde da demanda local pelo minério de ferro”, avaliou a equipe da Commcor DTVM em boletim a clientes.
Os problemas de endividamento da gigante imobiliária chinesa Country Garden’s se aprofundaram depois que seus títulos onshore foram suspensos, fazendo com que suas ações despencassem 16%, para uma mínima recorde na segunda-feira.
Além disso, os novos empréstimos bancários da China caíram em julho e outros indicadores importantes de crédito também enfraqueceram, mesmo depois que as autoridades cortaram as taxas de juros e prometeram dar mais apoio à economia.
Após dados mais fracos do Índice de Gerentes de Compras de julho, a contração mais profunda nos dados comerciais, a deflação e o crescimento mais lento do crédito reafirmaram o fraco crescimento em julho, disseram analistas do Barclays em nota, acrescentando que esperam que os dados de atividade desta semana também pintem um quadro sombrio.
Bolsas mundiais
Wall Street
Os principais índices de Wall Street caíam nesta segunda-feira, com as ações da Tesla entre as principais perdas, enquanto os investidores aguardavam balanços trimestrais de gigantes do varejo dos Estados Unidos e dados econômicos para avaliar a força dos gastos dos consumidores.
Às 11:54 (de Brasília), o índice S&P 500 ganhava 0,44%, a 4.483,90 pontos, enquanto o Dow Jones subia 0,11%, a 35.318,51 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq Composite avançava 0,51%, a 13.714,47 pontos.
Europa
As ações europeias fecharam em alta nesta segunda-feira, recuperando-se após atingirem o menor nível em quase uma semana, conforme ganhos no varejo e na saúde superaram a queda nos setores de mineração e energia, ambos prejudicados por preocupações com o setor imobiliário da China.
- Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 0,23%, a 7.507,15 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 0,46%, a 15.904,25 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 0,12%, a 7.348,84 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 0,57%, a 28.435,49 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 0,05%, a 9.429,60 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 0,16%, a 6.036,84 pontos.
Ásia e Oceania
As ações da China e de Hong Kong caíram nesta segunda-feira, com o sentimento do investidor permanecendo moderado depois que dados de crédito decepcionantes se somaram às preocupações com a desaceleração da economia da China, agravada por choques imobiliários.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 1,27%, a 32.059 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 1,58%, a 18.773 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,34%, a 3.178 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,73%, a 3.855 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 0,79%, a 2.570 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 1,25%, a 16.393 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 1,41%, a 3.247 pontos.
- Em SYDNEY, o índice S&P/ASX 200 recuou 0,86%, a 7.277 pontos.
(*Com informações da Reuters.)
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