Finanças
Ibovespa encerra em alta, mas acumula queda de 1,15% na semana
Risco de recessão na economia dos EUA seguiu no radar dos mercados.
O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, encerrou a sexta-feira (24) em alta, acompanhando os mercados no exterior, com os receios sobre a possibilidade de recessão nos Estados Unidos reduzindo as apostas de que os juros devem subir com mais força por lá. No acumulado da semana, porém, o indicador sofreu recuo. Já o dólar, que passou parte do pregão instável, terminou o dia e a semana em alta.
O Ibovespa subiu 0,60%, aos 98.672 pontos, após atingir a máxima de 99,311. No acumulado da semana, registrou recuo de 1,15%. No ano, o índice cai 5,87%.
O dólar subiu 0,45%, a R$ 5,2528, após chegar a R$ 5,2754 na máxima do dia. Na semana, a moeda americana acumulou avanço de 2,13%, enquanto no ano reporta queda de 5,78%.
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Recessão nos EUA?
Os mercados financeiros globais foram afetados neste mês por preocupações de que altas rápidas dos juros pelos principais bancos centrais possam causar uma recessão. Isso porque juros mais altos desestimulam o consumo, o que tende a aliviar a alta de preços, mas, por outro lado, pode esfriar também o crescimento da economia.
Além da alta dos juros, o risco de recessão poderia ser exacerbado por desafios como a guerra na Ucrânia e sinais de desaceleração na China.
Dados de quinta-feira mostraram que a atividade empresarial dos Estados Unidos desacelerou consideravelmente em junho, levando os investidores a reduzir as apostas sobre o pico dos juros e mesmo a antecipar suas expectativas sobre o momento de cortes.
A queda dos preços de commodities esta semana também aliviou preocupações com a inflação aquecida, com os preços do cobre caminhando para a maior queda semanal em um ano e o petróleo apontando o segundo declínio semanal.
“Seguimos em uma dinâmica em que o mercado está deixando de olhar apenas a inflação como problemas para o mundo, e passando a dar atenção grande a uma possível recessão”, avaliou o diretor de investimentos da TAG, Dan Kawa.
Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, chamou a atenção para um cenário global que tem se mostrado adverso para ativos de risco, como ações e moedas de países emergentes, como o Brasil, nas últimas semanas.
O pessimismo cresceu desde que o banco central dos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed), endureceu sua postura de política monetária e subiu os juros norte-americanos no maior ritmo desde 1994 neste mês, sinalizando mais por vir.
Cenário interno
Internamente, o dia também foi marcado pela prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o IPCA-15. O indicador subiu 0,69% em junho, acelerando sobre alta de 0,59% no mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) pela manhã.
Além disso, o cenário fiscal e político segue preocupando. Investidores têm mostrado forte preocupação com a discussão de medidas do governo para compensar a alta dos preços dos combustíveis, que, por arriscarem levar a uma redução de receitas tributárias ou a um aumento de gastos fora da regra do teto, poderiam agravar a credibilidade fiscal do Brasil.
Na quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro, sancionou, com vetos, projeto que estabelece um teto para as alíquotas de ICMS sobre os setores de combustíveis, gás, energia, comunicações e transporte coletivo. Outras medidas atualmente sendo discutidas para aliviar os efeitos da inflação são elevação do Auxílio Brasil, aumento no valor do vale-gás a famílias e criação de uma espécie de voucher para caminhoneiros.
Bolsas mundiais
Wall Street
Os principais índices de Wall Street subiram, de olho nas expectativas sobre o rumo da taxa de juros.
O índice Dow Jones subiu 2,68%, a 31.500,60 pontos, enquanto o S&P 500 ganhou 3,06%, a 3.911,59 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq Composite avançou 3,06%, a 11.607,62 pontos.
Europa
As ações europeias subiram acentuadamente nesta sexta-feira, ficando em território positivo no acumulado da semana, à medida que investidores começaram a moderar apostas de alta de juros pelos principais bancos centrais. O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em alta de 2,62%, a 412,93 pontos, marcando sua melhor sessão em mais de três meses.
- Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 2,68%, a 7.208,81 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 1,59%, a 13.118,13 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 3,23%, a 6.073,35 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 2,33%, a 22.119,20 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 1,70%, a 8.244,10 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 1,84%, a 6.030,46 pontos.
Ásia e Pacífico
As ações da China fecharam no nível mais alto desde o início de março, avançando pela quarta semana consecutiva, depois de o país ter intensificado os esforços para estimular a economia com a injeção de capital no sistema bancário para manter a liquidez estável.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 1,23%, a 26.491 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 2,09%, a 21.719 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 0,89%, a 3.349 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 1,17%, a 4.394 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 2,26%, a 2.366 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou alta de 0,84%, a 15.303 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,61%, a 3.111 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,77%, a 6.578 pontos.
* Com informações da Reuters
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