Finanças

Ibovespa fecha nos 121 mil pontos, maior nível desde abril de 2022; dólar cai

Mercado segue na expectativa por decisão do Fed e divulgação do IPCA-15.

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O Ibovespa, principal indicador da bolsa brasileira, fechou em alta nesta segunda-feira (24), acima dos 121 mil pontos. Enquanto isso, o dólar teve queda sobre o real nesta segunda-feira (24), conforme investidores trabalhavam em modo de espera antes de dados de inflação no Brasil e da reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed) nesta semana.

O Ibovespa subiu 0,94%, aos 121.342 pontos, maior nível desde abril de 2022. Na máxima do dia, foi a 121.771 pontos, maior nível desde 12 de agosto de 2021. O dólar caiu 1%, a R$ 4,7326, menor valor desde abril de 2022.

Também no cenário externo, o mercado repercute o anúncio de medidas para estimular o investimento privado na China.

Alta do Ibovespa

O Ibovespa fechou em 120 mil pontos pela primeira vez no mês na última sexta-feira, e caminha para ter seu quarto mês de alta consecutivo, com avanço de cerca de 20% no período, ancorado na perspectiva de queda de juros a partir da reunião de juros do Banco Central na semana que vem, bem como em medidas econômicas do governo, como a tramitação do novo arcabouço fiscal e a reforma tributária, e avanço em Wall Street.

“Não tem nada novo. Acho que o mercado está em alta e este rompimento do 120 mil no Ibovespa deu uma animada”

Fernando Siqueira, chefe de research da Guide

“O Ibovespa sobe hoje a meu ver na esteira da bolsa norte-americana, maior apetite por juro. Aqui, hoje, a gente não tem agenda”, disse Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos.

Expectativas sobre o Fed

Sede do Fed em Washington, DC 26/01/2022. REUTERS/Joshua Roberts

O evento central desta semana é a reunião de política monetária do Fed, que se encerra na quarta, com expectativa de que o banco central dos Estados Unidos aumente a taxa de juros em 0,25 ponto percentual.

“Acreditamos que a reunião do Fed na quarta-feira terá um impacto limitado sobre os mercados de câmbio, já que as próximas decisões de juros serão feitas com base na dependência de dados”.

Eduardo Moutinho, analista de mercado da Ebury

“O resultado mais provável é um aumento de 25 pontos-base na taxa de juros, seguido por uma retórica ligeiramente ‘hawkish’ (dura contra a inflação, ou seja, propensa a juros mais altos). Acreditamos que esse cenário ressalta que as excelentes notícias sobre inflação nos Estados Unidos significam que o Fed pode tirar o pé do acelerador e esperar alguns meses para avaliar o desenvolvimento do mercado de trabalho e da inflação.”

Se esse cenário de pausa no aperto monetário do Fed após julho se confirmar, a tendência é o dólar se enfraquecer globalmente, uma vez que investidores provavelmente realocariam recursos em mercados mais rentáveis que os dos EUA.

Inflação no Brasil

No Brasil, o IBGE divulga na terça-feira os números de julho da prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15).

Um cenário de arrefecimento da inflação no Brasil tem alimentado apostas na queda da Selic já a partir de agosto. Na sexta-feira, as taxas dos contratos futuros de juros voltaram a precificar chances majoritárias de o Banco Central cortar a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual já no início do próximo mês.

Embora o nível atual dos juros, de 13,75%, seja apontado como um apoio para o real ao atrair investimentos para o mercado de títulos local, alguns especialistas argumentam que eventuais perdas de ingressos na renda fixa após a queda da Selic podem ser compensadas por entradas de dinheiro no país via renda variável, o que continuaria apoiando a divisa brasileira.

Prédio do Banco Central em Brasília 29/10/2019 REUTERS/Adriano Machado

Além disso, alguns investidores também defendem que, mesmo que o BC comece a afrouxar a política monetária em breve, fará isso de forma gradual, de forma que os juros continuarão em nível elevado por algum tempo.

“Até o momento, as expectativas estão divididas entre um corte de 25 ou 50 pontos-base na Selic. Em ambos os cenários, ainda esperamos que o real tenha um desempenho superior até o final do ano por conta dos altos níveis de taxa de juros”, disse Moutinho, da Ebury.

Bolsas pelo mundo

Wall Street

O Dow Jones subiu nesta segunda-feira e alcançou sua maior sequência de ganhos em seis anos, com os investidores apostando em outros setores além de tecnologia em uma semana repleta de balanços e uma reunião do Fed.

O índice Dow Jones fechou em alta de 0,52%, a 35.411,24 pontos. O S&P 500 ganhou 0,40%, a 4.554,64 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq Composite avançou 0,19%, a 14.058,87 pontos.

Europa

Índices de ações da Europa subiram marginalmente nesta segunda-feira, com ganhos de empresas de energia e papéis de telecomunicações ofuscados ​​pelo agravamento dos temores de recessão na zona do euro e perdas nas ações espanholas, depois que a eleição geral do país não apresentou um vencedor claro.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 0,19%, a 7.678,59 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 0,08%, a 16.190,95 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 0,07%, a 7.427,31 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 0,18%, a 28.908,42 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 0,29%, a 9.543,50 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,17%, a 6.190,24 pontos.

Ásia e Oceania

As ações da China fecharam em baixa nesta segunda-feira mesmo com o anúncio de medidas para estimular o investimento privado, enquanto operadores buscavam sinais de uma reunião do Politburo (comitê executivo dos partidos comunistas) que deve acontecer no final desta semana.

O órgão de planejamento estatal da China divulgou nesta segunda-feira medidas que buscam promover e estimular o investimento privado em alguns setores de infraestrutura, acrescentando que fortalecerá o apoio financeiro a projetos privados.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 1,23%, a 32.700 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 2,13%, a 18.668 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,11%, a 3.164 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,44%, a 3.805 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 0,72%, a 2.628 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou alta de 0,02%, a 17.033 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,40%, a 3.265 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 0,10%, a 7.306 pontos.

(* com informações da Reuters)

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