Finanças

Dólar avança após 8 quedas seguidas, mas ainda abaixo de R$ 5; Ibovespa recua

Dia foi de desempenho sem direção comum em Wall Street e de queda nos preços do petróleo.

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O dólar fechou em alta frente ao real nesta segunda-feira (28), embora distante das máximas da sessão, interrompendo uma longa sequência de baixas com amparo da força da moeda norte-americana no exterior, em dia marcado por receios sobre os próximos passos de política monetária do Federal Reserve, a guerra na Ucrânia e a disseminação da covid-19 na China.

Já o Ibovespa, principal indicador da bolsa de valores brasileira, fechou em queda, interrompendo oito altas seguidas, em meio ao desempenho sem direção comum em Wall Street e de queda nos preços do petróleo.

No dia, o dólar subiu 0,53%, comercializado a R$ 4,7716. Já o Ibovespa caiu 0,29%, aos 118.737 pontos.

Internamente, a pesquisa semanal Focus do Banco Central mostrou elevação por economistas na projeção de inflação para 2022 de 6,59% para 6,86%, e para 2023 de 3,75% para 3,8%. O boletim foi divulgado novamente com atraso e o Banco Central adiou a publicação de estatísticas nesta semana, em meio às ações de servidores por reajuste salarial.

Boletim Focus: pesquisa de 28/3/2022. (Elaboração: Samy Dana)

Já no cenário externo, apesar de autoridades ucranianas minimizarem as chances de uma grande avanço nas negociações, a retomada das conversas presenciais entre Ucrânia e Rússia é um sinal de mudanças nos bastidores, à medida que a invasão russa enfrenta dificuldades. O último encontro frente a frente havia sido em 10 de março.

As informações sobre o início da reunião, que ocorrerá na Turquia, ainda estavam desencontradas, mas o governo ucraniano afirmou que ela não deve começar até terça-feira (29).

Juros nos EUA

Depois de Federal Reserve (Fed), banco central norte-americano, ter elevado os juros em 0,25 ponto percentual neste mês, pela primeira vez desde 2018, os mercados monetários passaram a precificar ajuste mais agressivo, de 0,5 ponto, no próximo encontro, o que é visto como fator de impulso global para os rendimentos dos Treasuries e para o dólar.

Na agenda da semana, o mercado aguarda a divulgação do índice de inflação norte-americano PCE – preferido do Fed para avaliar a alta dos preços – e do relatório de emprego do governo dos EUA, “ambos dados que poderão intensificar o forte movimento de abertura dos juros (nos EUA) que temos acompanhado recentemente”, disse em nota Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos.

Bolsas mundiais

Wall Street

O S&P 500 subiu pela terceira sessão consecutiva nesta segunda-feira, com um forte salto nas ações da Tesla ofuscando a fraqueza nos setores de energia e bancos, enquanto Rússia e Ucrânia estavam prestes a realizar seu primeiro encontro presencial para negociações de paz em mais de duas semanas.

De acordo com dados preliminares, o S&P 500 ganhou 0,71%, para 4.575,43 pontos, enquanto o Nasdaq Composite subiu 1,30%, para 14.353,73 pontos. O Dow Jones Industrial Average avançou 0,26%, a 34.954,04 pontos.

Europa

As ações europeias subiram nesta segunda-feira, lideradas por montadoras e setores defensivos, com esperanças de um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia impulsionando o sentimento, enquanto a queda nos preços do petróleo pressionou os papéis da commodity.

O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em alta de 0,14%, a 454,17 pontos. O índice está a cerca de 8% da máxima recorde que alcançou no início de janeiro. Montadoras europeias e setores cíclicos, que incluem ações de serviços públicos e de construção lideraram os ganhos.

A liquidação nos mercados de títulos da zona do euro não mostrava sinais de desaceleração, com operadores chegando a precificar até quatro altas de juros pelo Banco Central Europeu dentro de um ano. Enquanto isso, os preços do petróleo caíam mais de 9 dólares o barril depois que o centro financeiro chinês de Xangai estabeleceu um lockdown de dois estágios para conter o salto nas infecções por covid-19. As ações de petróleo recuaram 2,1%, para registrar sua pior sessão em quase quatro semanas.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 0,14%, a 7.473,14 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 0,78%, a 14.417,37 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 0,54%, a 6.589,11 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 0,63%, a 24.712,60 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 0,42%, a 8.365,60 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,96%, a 5.904,99 pontos.

Ásia e Pacífico

O índice de blue-chips da China fechou em baixa nesta segunda-feira depois que um lockdown em Xangai para conter a disseminação das infecções por Covid-19 levantou temores de desaceleração econômica, enquanto as ações de Hong Kong avançaram pela primeira vez em três sessões com suporte das empresas de tecnologia.

O centro financeiro chinês de Xangai informou neste domingo que fará um lockdown na cidade em duas etapas para realizar testes de Covid-19 durante o período de nove dias, após ter reportado um novo recorde diário de infecções assintomáticas.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 0,73%, a 27.943 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 1,31%, a 21.684 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 0,07%, a 3.214 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,63%, a 4.148 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 0,02%, a 2.729 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,89%, a 17.520 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,54%, a 3.431 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,08%, a 7.412 pontos.

*Com informações da Reuters.

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