Finanças

Ibovespa cai aos 101 mil pontos e acumula queda de 1,53% em novembro

Desconforto do mercado piorou após CEO da farmacêutica Moderna indicar que vacinas podem ser menos eficazes contra a nova variante.

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O Ibovespa, principal índice da B3, encerrou a terça-feira (30) em queda. O dólar subiu, em sessão marcada por preocupações internacionais sobre a variante ômicron da covid-19, após aprovação da PEC dos Precatórios na CCJ do Senado e comentários de autoridade do Banco Central.

O Ibovespa caiu 0,87%, aos 101.915 pontos, após atingir a mínima de 100.075 pontos e a máxima de 103.066 pontos. É o menor patamar do ano.

No acumulado de novembro, mês que se encerra nesta terça, o indicador recuou 1,53%. É o quinto mês seguido de queda, o que representa uma baixa de 20% no período.

O dólar subiu 0,48%, comercializado a R$ 5,6372, depois de oscilar entre R$ 5,6688 e R$ 5,5788 no dia, já no mês a queda é de 0,18%.

As fortes oscilações do dia ocorreram durante fala do diretor de Política Econômica do Banco Central, Fábio Kanczuk, que disse acreditar que a inflação é menos inercial e pode mudar muito ao longo do próximo ano, enquanto a política monetária ainda não teria tido tempo de afetar a atividade.

Enquanto isso, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta terça-feira a PEC dos Precatórios, medida considerada prioritária pelo governo do presidente Jair Bolsonaro por permitir a abertura de espaço fiscal de mais de R$ 100 bilhões e possibilitar o pagamento do novo programa social Auxílio Brasil.

A proposta altera o prazo de correção do teto de gastos pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o que abriria espaço fiscal para o pagamento de auxílio à população de 400 reais por família em 2022, ano eleitoral.

Embora esteja longe de ser notícia positiva para a credibilidade fiscal do país, a PEC passou a ser vista por investidores como dos males, o menor, já que alternativas para financiamento de benefícios sociais no ano que vem poderiam levar a descontrole total das contas públicas.

Variante ômicron

Elevando o desconforto entre os participantes do mercado global, o CEO da farmacêutica Moderna disse ao Financial Times que as vacinas disponíveis atualmente provavelmente serão menos eficazes contra a recém-detectada variante da covid-19.

“Nesta manhã, em especial, a dúvida (é) em relação à efetividade da vacina”, comentou em blog Dan Kawa, CIO da TAG Investimentos, citando “movimento clássico e coordenado de aversão a risco” nos mercados internacionais.

A descoberta da variante ômicron levou a restrições de viagens em vários países, e veio num momento de condições sanitárias já deterioradas em muitas economias importantes, especialmente no continente europeu.

Destaques da bolsa

Os papéis de Locaweb e Méliuz encerraram o pregão no topo das quedas do Ibovespa, enquanto a CCR ficou com a principal valorização do dia. Confira outros destaques.

Bolsas mundiais

Wall Street

As ações dos Estados Unidos encerram o dia em forte queda, após o CEO da Moderna afirmar que as vacinas disponíveis atualmente provavelmente serão menos eficazes contra a recém-detectada variante da covid-19:

  • O índice Dow Jones caiu 1,86%, a 34.483 pontos.
  • O S&P 500 perdeu 1,90%, a 4.567 pontos.
  • O índice de tecnologia Nasdaq recuou 1,55%, a 15.537 pontos.

Europa

As ações europeias recuaram nesta terça-feira, depois que o chair do Federal Reserve, Jerome Powell, alertou que a inflação nos Estados Unidos pode não ser transitória.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 0,71%, a 7.059 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 1,18%, a 15.100 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 0,81%, a 6.721 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 0,87%, a 25.814 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 1,78%, a 8.305 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 0,56%, a 5.433 pontos.

Ásia e Pacífico

As ações blue-chips da China fecharam em baixa nesta terça-feira, depois que a farmacêutica norte-americana Moderna deu novos alarmes sobre a variante ômicron, enquanto dados mostraram que o setor de serviços da segunda maior economia do mundo cresceu em ritmo ligeiramente mais lento em meio a surtos regionais de covid-19.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 1,63%, a 27.821 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 1,58%, a 23.475 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 0,03%, a 3.563 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,40%, a 4.832 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 2,42%, a 2.839 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou alta de 0,58%, a 17.427 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 2,54%, a 3.041 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,22%, a 7.256 pontos.

(*Com informações de Reuters)

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