Finanças
Ibovespa fecha nos 99 mil pontos puxado por frigoríficos e dados de serviços
Apesar da incerteza, no mês de outubro o índice acumula ganhos de 5%
O Ibovespa fechou em alta de 0,84% aos 99.334 pontos nesta quarta-feira (14). O índice subiu reagindo positivamente aos dados de serviços. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o volume de serviços avançou 2,9% em agosto ante julho, acima da mediana esperada de 2,5%. Esta foi a terceira alta consecutiva do ano.
Também puxaram o índice as ações dos frigoríficos, que dispararam com notícia de peste suína no estado de Brandemburgo, na Alemanha. JBS (JBSS3) fechou em alta de 9,20%, seguida de Minerva (BEEF3) e Marfrig (MRFG3) que avançaram 2,60% e 3,30%, respectivamente.
O Ibovespa foi na contramão de Wall Street que teve um dia de baixas. No cenário externo, as bolsas americanas fecharam em queda repercutindo falas de Steven Mnuchin, secretário do Tesouro nos EUA que descartou qualquer possibilidade do pacote de estímulos ser aprovado antes da eleição americana, no dia 3 de novembro. Dow Jones recuou 0,57%, Nasdaq cedeu 0,80% e o índice S&P 500 fechou em queda de 0,67%.
As bolsas americanas também foram pressionadas pela temporada de balanços corporativos e os temores com uma segunda onda de covid-19, que ressurge na Europa.
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O dólar fechou em alta repercutindo os casos de covid-19 na Europa e o pacote fiscal de estímulos que ficou sem horizonte nos EUA. O dólar comercial fechou em alta de 0,34%, cotado a R$ 5,598. Na máxima do dia, a moeda americana chegou a R$ 5,603.
O dólar firmou alta nos negócios da tarde, chegando a superar os R$ 5,60. Com a agenda doméstica esvaziada, mas as preocupações fiscais ainda no radar, foi o noticiário externo, em sua maioria negativo, que guiou o mercado de câmbio ajudando a ofuscar os dados positivos do setor de serviços e do fluxo cambial de outubro. Além do conflito com o pacote de estímulos americano, pressionou a moeda americana a notícia de que a França começa um toque de recolher a partir de sábado (17), por quatro semanas.
Destaques da bolsa
O destaque positivo do dia foi da JBS (JBSS3), os papéis da companhia valorizaram 9,20%. Além dos casos de peste suína na Alemanha, que podem favorecer as exportações brasileiras, a companhia subiu após fechar acordo entre sua subsidiária americana Pilgrim´s Pride Corporation e a divisão antitruste do Departamento de Justiça nos EUA.
Subiu também a PetroRio (PRIO3) com alta de 8,02%, seguida pela Rumo (RAIL3) que avançou 5,52%.
No lado oposto do Ibovespa recuaram as varejistas: Hering (HGTX3) caiu 2,22%, os papéis das Lojas Americanas (LAME4) cederam 1,78% e a Renner (LREN3) recuou 1,78%.
As companhias experimentaram um movimento de comprados superando os vendidos especialmente com proximidade de datas importantes para o setor, como a Black Friday.
Ainda entre as quedas outra ação que desvalorizou foi a Magazine Luiza (MGLU3), que encerrou o dia em baixa de 1,58%. A companhia começou o dia com força com notícia de desdobramento de ações na proporção de 1 para 4. O intuito era que o preço da ação voltasse a R$ 20. Mas o ativo perdeu força até o fechamento.
Bolsas americanas
As bolsas de Nova York fecharam em queda nesta quarta-feira, 14, pressionadas pelo impasse fiscal nos Estados Unidos, após o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, dizer que um acordo antes da eleição seria “difícil”. A volatilidade gerada pela temporada de balanços corporativos e os temores com o avanço da covid-19 no mundo também pesaram nos índices.
O Dow Jones caiu 0,58%, a 28.514,00 pontos, o S&P 500 cedeu 0,66%, a 3.488,67 pontos, e o Nasdaq registrou baixa de 0,80%, a 11.768,73 pontos. “Após uma alta de cerca de 10% para o S&P 500 desde a baixa de setembro, não é nenhuma surpresa que os mercados façam uma pausa para consolidar os ganhos”, dizem analistas da corretora americana LPL Financial.
Após abrirem em leve alta, os índices acionários americanos inverteram a direção com os comentários de Mnuchin. O secretário frisou que há uma “distância” entre os partidos no que se refere aos estímulos. O diretor do Conselho Econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, por sua vez, disse em uma entrevista à CNBC que os republicanos estão “frustrados” com o impasse, mas negou que as negociações “tenham morrido”. Analistas do Citigroup destacam que os republicanos planejam um projeto de lei direcionado a setores específicos, mas que não deve haver apoio bipartidário.
A fuga dos ativos de risco também foi impulsionada por temores da segunda onde de coronavírus, principalmente na Europa. O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou que haverá toque de recolher em Paris e outras regiões para tentar conter o avanço da doença. O país também decretou estado de emergência sanitária.
Entre as empresas que divulgaram balanço hoje, Goldman Sachs subiu 0,20%, Wells Fargo recuou 6,02%, Bank of America cedeu 5,33% e United Health caiu 2,89%. Após o fechamento, Alcoa e United Airlines também informaram resultados. No after hours em Nova York, as ações das duas companhias registravam baixas de 2,69% e 1,15%, respectivamente, às 17h50 de Brasília.
*Com Estadão Conteúdo