Finanças
Ibovespa fecha em queda, de olho em balanços financeiros e à espera de juros
Foco seguiu também sobre dados de inflação mais fracos no exterior, além de perspectivas mais otimistas para a política monetária.
O Ibovespa fechou em baixa nesta quarta-feira (19), de olho nas divulgações de balanços financeiros do 2º trimetre e aguardando os desfechos das decisões de política monetária nos Estados Unidos e Brasil. Já o dólar à vista fechou em baixa ante o real, com a moeda brasileira sendo favorecida pelo avanço de commodities como a soja e o milho nos mercados internacionais, importantes produtos de exportação do Brasil.
No dia, o Ibovespa caiu 0,25%, aos 117.552 pontos. O dólar recuou 0,48%, a R$ 4,78.
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No fim da tarde, a taxa do Depósito Interbancário (DI) para janeiro de 2024 estava em 12,765%, ante 12,761% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 10,785%, ante 10,735% do ajuste anterior. Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2026 estava em 10,2%, ante 10,134% do ajuste anterior, e a taxa para janeiro de 2027 estava em 10,225%, ante 10,15%.
Taxa de juros no Brasil
Projeções mostram aumento expressivo da chance da inflação fechar 2023 dentro da banda de tolerância da meta neste ano, disse nesta quarta-feira o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, reforçando a pressão para que o Banco Central corte a taxa básica de juros.
“Temos, a nosso ver, condições colocadas há algum tempo (…) para um processo vigoroso, um processo sustentado de redução da taxa básica de juros”, disse.
Em entrevista para comentar projeções do governo para indicadores econômicos, o secretário destacou a melhora nas expectativas para a inflação e disse não estar criticando o BC, mas apenas fazendo “constatações com dados”.
“Não há nenhuma razão técnica para a taxa de juros brasileira estar no nível que está hoje”, acrescentou, em relação à manutenção da Selic em 13,75% ao ano.
Cenário externo
A inflação no Reino Unido caiu mais do que o esperado em junho na base anual e atingiu o nível mais fraco em mais de um ano, de 7,9%. Na esteira dessa leitura, “investidores reduziram suas apostas em aumentos futuros nas taxas de juros pelo Banco da Inglaterra”, disse a equipe da XP em nota a clientes, atribuindo essa percepção a um clima mais ameno nos mercados globais nesta quarta-feira.
Além disso, Rafael Pacheco, economista da Guide Investimentos, disse que “a inflação tem sido bem correlacionada a nível global, então, com um dado mais fraco lá no Reino Unido, a tendência é que a inflação global de fato continue desacelerando”.
As esperanças de que o Banco da Inglaterra amenize seu ciclo de aperto monetário diante do arrefecimento da inflação vêm em meio a expectativas pela reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed) da semana que vem, em que o banco central dos Estados Unidos deve elevar sua taxa de juros uma última vez em 0,25 ponto percentual, de acordo com probabilidades implícitas em contratos futuros dos juros.
Destaques da B3
A mineradora Vale (VALE3) encerrou em baixa de 0,27%, após divulgar na véspera que a produção do minério de ferro avançou 6,3% no segundo trimestre deste ano, para 78,743 milhões de toneladas métricas.
Já a fabricante de componentes industriais Weg (WEGE3) apresentou lucro líquido de R$ 1.368,4 milhões no segundo trimestre de 2023. O resultado é 49,9% maior que no mesmo período do ano anterior, divulgou nesta quarta-feira (19). Com isso, a ação da empresa teve alta de 5,48%.
Bolsas mundiais
Wall Street
Wall Street subia nesta quarta-feira, com os investidores deixando de lado os resultados do segundo trimestre do Goldman Sachs e avaliando fortes ganhos de vários bancos menores.
As ações do Goldman Sachs caíam 1% depois de o banco relatar uma queda maior do que o esperado em seus resultados trimestrais, uma vez que um recuo dos negócios de consumo e em valores de investimento afetaram o gigante de Wall Street.
As ações de grandes bancos norte-americanos subiram na terça-feira após os credores afirmarem que juros mais altos ajudaram a aumentar os lucros no segundo trimestre.
O índice bancário do S&P 500 recuou 3,4% este ano após uma crise bancária que derrubou três credores e atingiu o setor bancário regional.
O índice de referência S&P 500 registrou um avanço de 19,2% no mesmo período.
Citizens Financial e M&T Bank superaram as estimativas de Wall Street para os resultados do segundo trimestre, beneficiando-se dos rápidos aumentos de juros pelo Federal Reserve.
O Citizens Financial subia 1,6%, enquanto o M&T Bank tinha alta de 3,6%.
Às 11:48 (de Brasília), o índice S&P 500 ganhava 0,38%, a 4.572,22 pontos, enquanto o Dow Jones subia 0,55%, a 35.143,24 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq Composite avançava 0,25%, a 14.389,79 pontos.
Todos os 11 principais setores do S&P 500 registravam ganhos, liderados por ganhos em ações do setor imobiliário, que subiam 1,3% na abertura.
Europa
As ações europeias fecharam em alta nesta quarta-feira, com os papéis do Reino Unido na liderança, depois que uma desaceleração mais rápida do que o esperado na inflação britânica ajudou a alimentar esperanças de taxas de juros próximas a um pico e também impulsionou as construtoras.
O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em alta de 0,26%, aos 461,97 pontos, estendendo os ganhos para a segunda sessão seguida.
- Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 1,80%, a 7.588,20 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 0,10%, a 16.108,93 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 0,11%, a 7.326,94 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 0,02%, a 28.712,31 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 0,04%, a 9.451,80 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,95%, a 6.111,47 pontos.
Ásia
As ações da China fecharam com pouca variação nesta quarta-feira enquanto o mercado de Hong Kong caiu, com dados econômicos frágeis ainda pesando sobre o sentimento enquanto investidores esperavam por estímulos significativos como o próximo catalisador.
O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, fechou em queda de 0,11%, enquanto o índice de Xangai avançou 0,03%. O índice Hang Seng, de Hong Kong, teve baixa de 0,33%.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 1,24%, a 32.896 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 0,33%, a 18.952 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 0,03%, a 3.198 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,11%, a 3.850 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 0,02%, a 2.608 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,65%, a 17.116 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,64%, a 3.275 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,55%, a 7.323 pontos.
*Com informações da Reuters.
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