Finanças

Ibovespa fecha acima de 110 mil pontos pela 1ª vez desde fevereiro

Já o dólar fechou em alta sobre o real, de olho na dívida dos EUA e perspectivas sobre o Fed.

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O Ibovespa teve alta nesta quinta-feira (18), fechando acima dos 110 mil pontos pela primeira vez desde o começo de fevereiro. No dia, as atenções seguiram voltadas para a votação do arcabouço fiscal.

O dólar à vista fechou em alta ante o real, em sintonia com o exterior, onde a moeda manteve ganhos ante outras de países emergentes, em meio às negociações entre o governo dos EUA e o Congresso para a expansão do teto da dívida do país e à divulgação de novos dados da economia norte-americana.

Nesta sessão, o Ibovespa subiu 0,59%, aos 110.108 pontos. O dólar avançou 0,68%, a R$ 4,9674.

No fim da tarde, a taxa do Depósito Interbancário (DI) para janeiro de 2024 estava em 13,32%, ante 13,328% do ajuste anterior, enquanto a taxa para janeiro de 2025 estava em 11,71%, ante 11,766% do ajuste anterior. Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2026 estava em 11,215%, ante 11,271% do ajuste anterior, e a taxa para janeiro de 2027 estava em 11,28%, ante 11,313%.

Arcabouço fiscal

No cenário local, o mercado repercutiu a notícia de que Câmara dos Deputados aprovou na quarta, com margem folgada de votos, um requerimento que confere regime de urgência para o projeto do novo arcabouço fiscal do país, abrindo caminho para a tramitação acelerada da proposta prioritária para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“As notícias em Brasília são relativamente positivas, com a aprovação do regime de urgência na tramitação do projeto do novo arcabouço fiscal pelo Legislativo. Os investidores estão aproveitando a confirmação dessa expectativa para realizar os lucros dos últimos dias”, disse em relatório a Levante Investimentos.

“Apesar de o texto não ser considerado ideal em termos de austeridade fiscal, a sinalização de que esse imbróglio será resolvido deve impulsionar os ativos domésticos”

Levante investimentos, em relatório

Já a XP disse acreditar que as alterações que tornaram o texto do arcabouço mais rígido ante o inicialmente proposto – com a inclusão de punições no caso de não cumprimento da meta fiscal – serão aprovadas, o que, num geral, é bem visto pelos mercados.

Ministro Fernando Haddad. 13/03/2023 REUTERS/Adriano Machado

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comemorou a aprovação do regime de urgência para o projeto do novo arcabouço fiscal e afirmou que no primeiro ano de vigência da medida a despesa vai crescer menos de 50% do crescimento da receita em todos os cenários projetados pela Receita Federal e pelo Tesouro.

Em entrevista a repórteres em São Paulo, Haddad afirmou ainda que está disponível para discutir mudanças no arcabouço com o relator da proposta na Câmara, deputado Cláudio Cajado (PP-BA), e líderes da Casa.

Cenário externo

O presidente norte-americano, Joe Biden, e o principal republicano do Congresso dos EUA, Kevin McCarthy, disseram na quarta-feira que estavam determinados a chegar a um acordo e iniciariam negociações diretas sobre o limite de dívida de US$ 31,4 trilhões do país.

Alguns investidores argumentavam que o dólar tende a se beneficiar globalmente de qualquer desfecho para o imbróglio da dívida, uma vez que, em cenário de calote, a demanda pela segurança da moeda norte-americana aumentaria e, em caso de acordo, as perspectivas de resiliência econômica poderiam alimentar apostas na manutenção de uma política monetária restritiva (juros altos) pelo Federal Reserve (Fed).

Destaques da B3

BRF

A ação BRFS3 disparou 11,48%, recuperando-se de perdas anteriores, e após o Valor noticiar que a empresa negocia a venda de precatórios e ativos judiciais. Na quarta, a empresa divulgou comunicado esclarecendo que “vem mantendo negociações, em caráter não exclusivo para a venda de determinados precatórios, créditos tributários e ativos judiciais”, mas ressaltou que “não há, no momento, qualquer proposta vinculante e decisão efetiva sobre a concretização da venda dos referidos ativos nem definição sobre o valor a ser recebido pela Companhia caso tal operação venha a ser concretizada”.

Vale

No dia anterior, o Ibovespa foi puxado pela ação da Vale (VALE3) em meio ao avanço do preço do minério de ferro no exterior.

Nesta quinta, os contratos futuros de minério de ferro na bolsa de Dalian ampliaram ganhos pela quarta sessão consecutiva, apoiados por melhores margens de aço, retomada da produção e estoque persistentemente baixo nas siderúrgicas chinesas. A mineradora teve alta de 0,14% nesta sessão.

Embraer

A ação EMBR3 caiu 0,11%. A Embraer e a empresa de leasing Azorra fecharam novo acordo para oito aeronaves com a Royal Jordanian Airlines, que totaliza US$ 635 milhões a preço de lista, conforme comunicado da companhia aérea brasileira nesta quinta.

Da encomenda, seis aeronaves são parte da carteira de pedidos firmes da Azorra. Outros dois são pedidos firmes da companhia aérea da Jordânia feitos diretamente à Embraer.

Braskem

A ação BRKM5 subiu 0,21%, depois que o UBS rebaixou sua recomendação de compra para neutra, mantendo preço alvo em R$ 26.

Em relatório, os analistas destacaram que, embora a Novonor tenha confirmado que recebeu uma oferta não vinculativa pela Braskem, as notícias apontam que foi rejeitada, mas que a Petrobras, em vez de possível vendedora, pode se tornar compradora de parte da empresa.

“Dadas as declarações do presidente Lula, demonstrando interesse em aumentar o controle da Petrobras sobre setores/empresas, achamos que outras ofertas podem pelo menos ser discutidas.”

Bolsas mundiais

Wall Street

O Dow Jones abriu em baixa nesta quinta-feira, com as ações da Cisco recuando devido à desaceleração da demanda por seus produtos, ofuscando a forte previsão anual do Walmart e o otimismo sobre um possível acordo para evitar a inadimplência da dívida do governo norte-americano.

O Dow Jones caía 0,14% na abertura, para 33.374,56 pontos. O S&P 500 abriu em queda de 0,03%, a 4.157,68 pontos, enquanto o Nasdaq Composite subia 0,11%, para 12.513,87 pontos na abertura.

Europa

As ações europeias subiram nesta quinta-feira impulsionadas por expectativas de um avanço no impasse do teto da dívida dos Estados Unidos, com o índice de blue-chips da Alemanha atingindo seu nível mais alto em mais de um ano.

O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em alta de 0,39%, a 465,79 pontos, com papéis de automóveis e tecnologia na liderança da onda de compras.

O índice alemão DAX subiu 1,3%, para o nível mais forte desde janeiro de 2022, enquanto o francês CAC 40 saltou 0,6%, para uma máxima em mais de duas semanas, e o italiano FTSE MIB subiu para um pico em três semanas.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 0,25%, a 7.742,30 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 1,33%, a 16.163,36 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 0,64%, a 7.446,89 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 0,14%, a 27.235,65 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 0,02%, a 9.213,10 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 0,55%, a 6.056,56 pontos.

Ásia

As ações blue-chips da China caíram nesta quinta-feira, com investidores comprando ações de bancos e inteligência artificial depois que dados mostraram que a recuperação econômica do país está perdendo força.

O crescimento da produção industrial e das vendas no varejo da China em abril ficaram abaixo das previsões, sugerindo que a recuperação econômica está perdendo força.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 1,60%, a 30.573 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 0,85%, a 19.727 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 0,40%, a 3.297 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,10%, a 3.956 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 0,83%, a 2.515 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou alta de 1,11%, a 16.101 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,27%, a 3.182 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,52%, a 7.236 pontos.

*Com informações da Reuters.

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