Finanças
Mercado muda de sentido, Ibovespa fecha em queda e dólar, em alta
Dia havia começado com bolsa em alta e dólar em queda.
O Ibovespa, principal índice da B3, virou e fechou em queda nesta terça-feira (25), diante da ausência de novos catalisadores e do desempenho modesto em Wall Street. O dólar também mudou de direção e terminou o dia em alta sobre o real.
O Ibovespa caiu 0,84%, aos 122.988 pontos. Já o dólar subiu 0,25%, comercializado a R$ 5,3371. Veja outras cotações.
“A bolsa fechou no negativo seguindo o humor estrangeiro. Não teve basicamente nenhuma grande informação para gerar esse fluxo negativo”, afirmou Jansen da Costa, sócio-fundador da Fatorial Investimentos. “O mercado vai ficar oscilando entre otimismo e pessimismo baseado na inflação americana.”
Já sobre o dólar, estrategistas do Citi alertaram em nota que “a recente valorização do real não deve durar muito, apesar do desempenho bastante robusto da conta corrente neste ano”
“Olhando à frente, os riscos fiscais internos permanecem elevados… Além disso, nossa perspectiva global apoia a visão de que o dólar deve se fortalecer até o final do ano”, acrescentou a instituição, citando que o Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) pode iniciar alguma redução de estímulos ainda neste ano.
O risco de uma taxa de juros abaixo do esperado também está no radar, já que analistas têm afirmado que juros reais negativos estão entre as razões para a forte depreciação do real desde o ano passado.
Cenário interno
Os investidores voltavam sua atenção para Brasília, em dia de retomada dos depoimentos na CPI da Covid. O dia já começou com depoimento da secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, conhecida como “capitã cloroquina”. A investigação da abordagem adotada pelo governo Jair Bolsonaro diante da pandemia é apontada como grande fonte de incertezas e ruídos políticos.
Os investidores também ficavam de olho na tramitação da reforma tributária. Após se reunir com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), relatou na segunda-feira como ficará o fatiamento das propostas referentes à reforma tributária que vão tramitar nas duas Casas Legislativas.
Destaques da bolsa
VALE (VALE3) recuou 2,49%, com o setor de mineração e siderurgia no vermelho, em meio à fraqueza do minério de ferro na China. O país, maior consumidor de metais, prometeu fortalecer controles de preços de materiais chave nos próximos cinco anos, incluindo minério de ferro.
AZUL (AZUL4) teve elevação de 4,11%. A empresa contratou consultores para estudar oportunidades de consolidação na indústria e anunciou encerramento de acordo de codeshare com a Latam Airlines Brasil. A rival GOL (GOLL4) valorizou-se 2,88%.
BANCO INTER UNIT (BIDI11) caiu 6,97% após fechar em alta de quase 25% na véspera, após o banco digital anunciar planos para listagem de papéis na Nasdaq e uma oferta de ações no Brasil em que a StoneCo vai investir até R$ 2,5 bilhões, equivalentes a até 4,99% do capital social do Inter.
WEG (WEGE3) avançou 0,98%, buscando recuperação pelo segundo pregão seguido, após acumular até a última sexta-feira declínio de 9,4% em maio. Das máximas de janeiro, ainda contabiliza perda de cerca de 30%.
EMBRAER (EMBR3) avançou 1,29%, recuperando patamares de fevereiro de 2020, antes da pandemia e do colapso do acordo com a Boeing. No ano, as ações acumulam alta de 99%, em parte por expectativas de migração no mercado de aviação global para aeronaves menores, bem como eventual parceria já sinalizada pela companhia e reabertura das economias.
Bolsas mundiais
Os mercados acionários dos Estados Unidos encerraram em ligeira queda nesta terça-feira, com os índices incapazes de dar sequência ao rali da véspera, enquanto investidores continuam tentando avaliar a trajetória da inflação.
- O índice Dow Jones caiu 0,24%, a 34.312 pontos
- S&P 500 perdeu 0,21253%, a 4.188 pontos
- O índice de tecnologia Nasdaq recuou 0,03%, a 13.657 pontos
As ações europeias fecharam estáveis nesta terça-feira, com um acordo imobiliário alemão de bilhões de dólares e um rali nas ações de tecnologia sendo compensados por perdas em importantes empresas de mineração devido a preocupações com os mercados chineses.
- Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 0,31%, a 7.029,79 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 0,18%, a 15.465,09 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 0,28%, a 6.390,27 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 0,01%, a 24.892,90 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 0,03%, a 9.208,70 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 0,20%, a 5.211,13 pontos.
As ações da China tiveram forte alta nesta terça-feira, com o índice de blue-chips registrando o melhor dia em quase 11 meses, uma vez que os temores em torno da inflação doméstica e no exterior diminuíram.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,67%, a 28.553 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 1,75%, a 28.910 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 2,40%, a 3.581 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 3,16%, a 5.318 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 0,86%, a 3.171 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou alta de 1,58%, a 16.595 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,72%, a 3.146 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,98%, a 7.115 pontos.
(*Com informações de Reuters)