No Brasil, além da Light e Americanas, há outras 16 empresas em recuperação judicial. Em 2020, eram 22 empresas em recuperação. Destas, somente cinco conseguiram encerrar o processo de RJ: a Fertilizantes Heringer, Inepar, Sansuy, Witzel e Viver. Logo, não são muitas empresas que conseguem se recuperar após o processo, muito menos se sair mais forte do que quando entrou.
O objetivo de uma recuperação judicial é garantir que a empresa reorganize suas contas assim como impedir a execução de todas as ações judiciais contra a companhia, incluindo as atreladas aos credores da empresa. No entanto, as companhias listadas em bolsa acabam sofrendo algumas penalidades, como o fato de as ações serem excluídas dos índices da bolsa de valores que porventura fizerem parte. Foi exatamente isso que aconteceu com a Light (LIGT3) e, no início do ano, com a Americanas (AMER3).
Fora dos índices, essas ações deixam de ser negociadas por gestoras dos Fundos de Índice (ETFs), que eventualmente podiam ter algum investimento passivo na companhia. Para o investidor, a menor liquidez de um papel em recuperação judicial e a chance quase que iminente de a empresa quebrar são riscos a serem colocados no radar.
Mas apesar dos riscos bem elevados, algumas dessas empresas podem oferecer grandes oportunidades. Isso porque, como já estão bastante depreciadas dada a situação da companhia, uma eventual recuperação teria o potencial de fazer seu preço multiplicar.
É o que os analistas do mercado chamam de “turning around”. Identificar esse processo, ainda no início, pode de fato gerar retornos expressivos. No mercado internacional, há alguns exemplos de empresas que entraram em recuperação judicial, mas conseguiram sair mais fortes. Entre elas estão a GM, Delta e American airlines.
Veja neste Cafeína como foi o processo de recuperação de algumas companhias.
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