Os investidores continuam retirando dinheiro de fundos negociados em bolsa que compram ações e títulos de mercados emergentes, estendendo as saídas pela segunda semana consecutiva em meio a crescentes incertezas sobre a trajetória da taxa de juros do Federal Reserve.
As saídas de fundos de ETFs listados nos EUA que investem em países em desenvolvimento, bem como aqueles que têm como alvo países específicos, totalizaram US$ 1,33 bilhão na semana encerrada em 10 de janeiro, em comparação com perdas de US$ 993,1 milhões na semana anterior, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.
O índice de US$ 15,4 bilhões iShares MSCI Emerging Market viu $830 milhões em saídas somente na semana passada — a maior retirada desde agosto. Somente na sexta-feira (10), quando o relatório do payroll americano superou as estimativas, o fundo registrou US$260 milhões em saídas.
“Operadores de curto prazo estão vendo os fortes dados econômico americanos implicarem menos cortes nos juros e um dólar mais forte”, disse Malcolm Dorson, gestor sênior na Global X Management. “Yields mais altos geralmente levam a um ambiente de aversão ao risco, e isso pode pressionar as ações.”
Os traders estão apostando em menos cortes de juros pelo Federal Reserve este ano, já que a maior economia do mundo continua aquecida. As contratações nos EUA aceleraram em dezembro e a taxa de desemprego caiu inesperadamente, apontando para outro ano de resiliência no mercado de trabalho.
Após os dados, os investidores começaram a mudar suas apostas, precificando o próximo corte pelo Federal Reserve para outubro. Os mercados também estão se preparando para a volatilidade enquanto Donald Trump retorna à Casa Branca, com promessas de campanha de impor tarifas duras em nações como China e México. Preocupações sobre o estado da economia da China também pesaram no sentimento em toda a região.
Embora haja um amplo pessimismo contaminando a região, os investidores estão se voltando para focos de otimismo. O Global X MSCI Argentina continua a ver fortes entradas à medida que operadores acolhem os esforços do presidente Javier Milei para reduzir a inflação e os déficits orçamentários. O ETF viu os ativos ultrapassarem a marca de US$ 1 bilhão em janeiro, acima dos US$ 104 milhões quando Milei assumiu o cargo.