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Bolsas globais despencam após Rússia atacar Ucrânia; petróleo supera US$ 100

É o maior ataque de um Estado contra outro na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

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Os ativos de risco do mundo todo caíram forte nesta quinta-feira (24), após a Rússia ter atacado a Ucrânia em uma chamada “operação militar especial” autorizada pelo presidente russo, Vladimir Putin. Bolsas americanas, asiáticas e europeias despencaram e a cotação do petróleo chegou a disparar para acima de US$ 100.

O Ibovespa fechou em leve queda após ter chegado a cair mais de 2%, seguindo o movimento global, enquanto o dólar subiu frente ao real e fechou no patamar de R$ 5,10, acompanhando o clima de apreensão no exterior.

Investidores em todo o mundo se voltaram para a relativa segurança de ouro e títulos do governo e liquidaram ações depois que forças russas invadiram a Ucrânia nesta quinta-feira em um ataque em massa por terra, mar e ar, no maior ataque de um Estado contra outro na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

As forças russas dispararam mísseis contra várias cidades ucranianas e levaram tropas à costa sul do país.

Os Estados Unidos e a Europa prometeram sanções mais duras à Rússia em resposta. “Se as sanções afetarem transações de pagamento, os bancos russos e possivelmente também o seguro que cobre as entregas russas de petróleo e gás, interrupções no fornecimento não podem ser descartadas”, disse Carsten Fritsch, analista do Commerzbank.

A China reiterou o pedido para que todas as partes envolvidas na situação na Ucrânia exerçam a moderação e rejeitou a afirmação feita por um jornalista estrangeiro de que as ações da Rússia são uma invasão.

“Os mercados acionários asiáticos em geral registraram perdas significativas hoje, e a piora da situação na Ucrânia impactou ainda mais os mercados financeiros”, disse Kenny Ng, estrategista do China Everbright Securities International. Entenda o conflito entre Rússia e Ucrânia.

Petróleo acima de US$ 100

Os preços do petróleo dispararam nesta quinta-feira, com o Brent (negociado em Londres) subindo acima de US$ 105 o barril pela primeira vez desde 2014, depois que a Rússia atacou a Ucrânia, exacerbando as preocupações sobre interrupções no fornecimento global de energia.

Moedas globais

Mais cedo, o rublo russo chegou a cair para uma mínima recorde nesta quinta. O euro chegou ao menor patamar em vários anos ante o franco suíço e o iene após os ataques. A volatilidade no câmbio disparou na madrugada, atingindo seu nível mais alto desde dezembro de 2020.

O rublo chegou a se desvalorizar para US$ 89,98, com a moeda dos EUA saltando 7% em relação à divisa russa.

Bolsas dos EUA

Os índices Nasdaq e S&P 500 fecharam em alta acentuada nesta quinta-feira, em uma reversão dramática do início da sessão, após o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, divulgar novas sanções mais duras contra a Rússia depois que Moscou iniciou uma invasão à Ucrânia. O índice Dow Jones também terminou em território positivo.

De acordo com dados preliminares, o S&P 500 ganhou 1,50%, para 4.288,12 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq Composite avançou 3,27%, para 13.464,29 pontos. O Dow Jones subiu 0,26%, para 33.218,71 pontos.

Bolsas da Europa

As ações europeias despencaram nesta quinta-feira, com bancos e montadoras liderando as perdas, já que a invasão da Ucrânia pela Rússia levantou temores de que uma guerra na Europa irá alimentar a inflação já alta e atrapalhar o crescimento econômico.

O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em queda de 3,28%, a 438,96 pontos, seu menor nível desde maio de 2021. O índice entrou em território de correção por cair 10% em relação ao seu recorde fechamento, atingido em janeiro.

Veja os desempenhos dos principais índices europeus por volta de 7h40 (horário de Brasília):

  • Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 3,88%, a 7.207,01 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 3,96%, a 14.052,10 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 3,83%, a 6.521,05 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 4,15%, a 24.877,51 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 2,86%, a 8.198,50 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 1,52%, a 5.348,28 pontos.

Bolsas da Ásia

As bolsas da Ásia fecharam em forte queda. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, caiu 2,03%, enquanto o índice de Xangai teve queda de 1,7%. Veja como fecharam os índices asiáticos nesta quinta:

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 1,81%, a 25.970 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 3,21%, a 22.901 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 1,70%, a 3.429 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 2,03%, a 4.529 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 2,60%, a 2.648 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 2,55%, a 17.594 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 3,45%, a 3.276 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 2,99%, a 6.990 pontos.

Bolsa de Moscou

A Bolsa de Moscou, que chegou a ficar suspensa “até novo aviso”, reabriu às 10h no horário local (4h de Brasília) e registrou queda acentuada. Por volta das 11h50 (de Brasília), o índice MOEX, referência no mercado de Moscou, despencava mais de 34%.

A Rússia possui mais de US$ 600 bilhões em reservas cambiais e ouro, alternativa que pode ser usada nos mercados de câmbio para sustentar o rublo. Uma moeda em rápida depreciação dificulta o pagamento de dívidas externas e leva a preços mais altos dos produtos importados.

Criptomoedas

A cotação do bitcoin também despencava nesta quinta-feira após os ataques à Ucrânia. Por volta de 8h30 (horário de Brasília), a criptomoeda recuava 10,19% no dia, negociada no patamar de US$ 34.942.

* Notícia em atualização.

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