As bolsas europeias avançam pelo terceiro pregão consecutivo, recuperando mais da metade das perdas de janeiro, com resultados corporativos do quarto trimestre sólidos, compensando preocupações em torno de aumentos de juros, antes de importantes decisões de bancos centrais na quinta-feira. A visão do Banco Central Europeu sobre uma inflação mais persistente será crucial amanhã e o mercado fica de olho para entender se seguirão o mesmo tom do FED. Dados de inflação da Alemanha e da França alimentavam expectativas de uma guinada mais dura no combate à inflação do BCE. Os mercados também elevaram suas expectativas para aumentos de juros nas últimas semanas, com pelo menos duas altas pelo BCE precificadas, mesmo com o banco mantendo, por ora, sua postura mais tolerante com a alta dos preços. Londres opera em alta de +0,64%; Frankfurt, +0,51%; Paris, +0,41%; Madrid, +0,35% e Stoxx600, +0,76%.
Zona do Euro: taxa anual do CPI atinge recorde de 5,1% em janeiro. A inflação atingiu a máxima histórica, acelerando em relação à alta de dezembro (5%). O resultado frustrou as expectativas, que esperavam taxa de 4,3%. Portanto, o CPI recorde amplia pressões para que o BCE aperte sua política monetária, lembrando que a meta de inflação do Banco é de 2%.
Cenário no Brasil e Ibovespa
Aqui, antes da abertura, sai o balanço do Santander e a produção industrial. O mercado também fica de olho no petróleo com a reunião da Opep+. Mas, o foco principal do dia é o comunicado do Copom (18h30), que pode servir de atrativo adicional ao fluxo estrangeiro com o smart money, derrubar ainda mais o dólar e dar sinais de até onde o Banco Central está disposto a subir o juros para combater a inflação, mesmo que isso jogue o país em uma estagnação do crescimento. Há ampla expectativa de um terceiro aumento consecutivo de 1,5 ponto percentual na Selic, em uma tentativa de minimizar riscos de novas saídas de capital. Além disso, a quarta-feira será marcada pela abertura do ano legislativo pelo Congresso.
O mercado deve digerir também o balanço do quarto trimestre do Santander, que registrou lucro abaixo do esperado. O banco teve lucro líquido gerencial de R$ 3,880 bilhões no 4ºTRI21, baixa de 2% em um ano. Em 2021, o lucro líquido gerencial do banco ficou em R$ 16,347 bilhões, alta de 7% ante 2020.
O principal índice da bolsa brasileira teve a segunda alta consecutiva na terça-feira e voltou a fechar na casa dos 113 mil pontos após mais de três meses, diante da influência das altas fortes das ações de Vale e Petrobras. O Ibovespa subiu 0,97%, a 113.228,31 pontos, com volume financeiro de R$ 27,1 bi.
Indicadores econômicos e eventos |
Brasil: Balanços de Santander, antes da abertura, e de Cielo, após o fechamento do mercado |
EUA: Balanço de Meta Platforms (Facebook), após o fechamento do mercado |
Áustria: Opep+ realiza reuniões ministerial e do Comitê Conjunto de Acompanhamento Ministerial (JMMC) |
China e Coreia do Sul: Feriado de Ano Novo Lunar mantém mercados fechados |
Fenabrave: vendas de veículos em janeiro |
Fipe: IPC de janeiro acelera para 0,74%, |
Zona do euro/Eurostat: CPI preliminar e Núcleo do CPI preliminar de janeiro (7h) |
FGV: IPC-S Capitais da 3ª quadrissemana de janeiro (8h) |
IBGE: Produção industrial de dezembro e 2021 (9h) |
EUA/ADP: relatório sobre criação de empregos no setor privado em janeiro (10h15) |
EUA/DoE: Estoques de petróleo da semana até 21/01 (12h30) |
BC: Fluxo cambial semanal (14h30) |
Copom anuncia decisão sobre a Selic (após 18h30) |
Japão/Jibun Bank/IHS Markit: PMI composto final e PMI serviços de janeiro (21h30) |