Finanças
Número de investidores da classe C cai em 2020, diz Anbima
Classe social foi a mais afetada pela pandemia, desemprego e consequente queda da renda.
A queda no número de investidores da classe C foi de 23% ao longo de 2020, enquanto aumentou o número de investidores nas classes A e B. É o que mostra pesquisa realizada pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) em parceria com o Datafolha, que ouviu 3,4 mil pessoas da população economicamente ativa das classes A, B e C em todas as regiões do país.
O levantamento mostra que entre as pessoas entrevistadas da classe C, 40% diziam ser investidoras em 2019; já em 2020 esse percentual caiu para 30%. Dos entrevistados que pertencem a classe A, 71% se consideram investidores, ante 61% em 2019 – um aumento de 10 pontos percentuais. A classe B se manteve estável, com ligeiro aumento de 1,9% (de 53% para 54%). Com isso, o total de investidores na população brasileira caiu de 44% para 39%.
Outros indicadores mostram que a pandemia impactou diferentemente cada uma das classes. A renda média familiar da classe C retrocedeu ao patamar de 2018, ficando em R$ 2.800,00 em 2020. Enquanto isso, a média da classe A passou de R$ 17.000,00 (em 2019) para R$ 21.100,00. E a classe B de R$ 6.600,00 para R$ 7.400,00, no mesmo período.
“O impacto da pandemia não foi uniforme para toda a população. A classe C foi a que mais sofreu com o desemprego e consequente queda da renda. Vimos uma restrição orçamentária que claramente se refletiu na capacidade de planejamento financeiro da classe C”, afirma Marcelo Billi, superintendente de Comunicação, Certificação e Educação de Investidores da ANBIMA.
A pesquisa registrou em 2020 a menor proporção de investidores da classe C desde o início do levantamento (há quatro anos). Mas também indica que maior renda não significa necessariamente capacidade de poupança. Parcela significativa de pessoas da classe A (28% dos entrevistados pertencentes a esta classe) e quase metade (46%) da classe B não investem. E na classe C, apesar da renda reduzida, 30% se declararam investidores.
“O resultado reforça a ideia de que investimento não é só uma questão de renda. Existe um trabalho a ser feito em termos de educação financeira, para alertar sobre a importância de se pensar no futuro”, diz Billi.
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