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Onda de IPOs no Brasil pode sofrer com piora do risco político

Segundo especialistas, se Bolsonaro agir ao estilo da ex-presidente Dilma Rousseff a próxima janela para IPOs ocorrerá apenas em 2023

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Executivos de bancos de investimento e gestores temem que a forte reversão das políticas favoráveis ​​ao mercado do Brasil pelo presidente Jair Bolsonaro possa impactar o recente renascimento das ofertas de ações por empresas no país.

O movimento de Bolsonaro para trocar o comando da Petrobras, bem como a afirmação de que irá “meter o dedo na energia elétrica” faziam o Ibovespa cair fortemente nesta segunda-feira (22) e adicionaram mais um risco às empresas que estão se preparando para buscar capital na bolsa paulista.

A Comissão de Valores Mobiliário (CVM) está avaliando o pedido de 33 empresas brasileiras interessadas em realizar ofertas públicas iniciais (IPO), mais do que a quantidade que estreou na B3 em todo o ano de 2020.

A percepção de maior risco político no Brasil pode dificultar a precificação das próximas ofertas, de acordo com o diretor de Equity Capital Markets de um dos bancos de investimento mais ativos.

“Certamente vai piorar, mas quanto vai piorar é uma questão que ficará mais clara em alguns dias”, disse o executivo. Uma nova onda de precificação de IPOs é esperada para o início de março, incluindo a operação da varejista de insumos agrícolas Agrogalaxy, aguardada para 10 de março.

Na visão de um gestor, se Bolsonaro partir para uma atuação mais intervencionista na economia, o cenário atual para o mercado de capitais pode simplesmente desaparecer. Mas ele não descarta que os investidores possam se acalmar se o presidente não tomar mais medidas não ortodoxas.

“Se Bolsonaro fizer as coisas ao estilo da (ex-presidente) Dilma Rousseff, a próxima janela (para IPOs) será em 2023”, comentou.

Um segundo gestor acrescentou que “não há dúvida” de que os sinais de uma interferência mais forte do governo na economia possam causar problemas aos mercados de capitais.

Neste ano, o Brasil teve 21 ofertas de ações, das quais 13 foram IPOs e o restante, ofertas subsequentes. O total arrecadado foi de US$ 5,3 bilhões, enquanto no ano passado as ofertas de ações totalizaram US$ 28,3 bilhões, de acordo com dados do Refinitiv.

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