Os 27 fundos multimercados que bateram a renda fixa nos últimos 6 anos

Apenas 27 fundos multimercados, de um universo de 9,6 mil, superaram o retorno do CDI (Certificado de Depósito Interbancário) nos últimos seis anos, mostra um levantamento feito pela provedora de informações financeiras Economatica.

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Fundos multimercados são aqueles que investem em diferentes ativos, como papéis de renda fixa, ações, moedas e até derivativos. O gestor é livre para montar uma carteira mais conservadora ou mais arriscada, a depender da estratégia escolhida.

Já o CDI é um indicador que acompanha a variação da taxa Selic — hoje em 4,25% ao ano — e é usado como referência em vários tipos de investimento de renda fixa. Vale lembrar que o levantamento abrange um período em que o CDI esteve muito mais alto, acompanhando a Selic, que chegou a 14,25% ao ano entre 2015 e 2016.

No passado, o CDI costumava ser muito usado como um “benchmark”, marca que os gestores tentam superar em seus fundos. Assim, eles podem provar que o desempenho do fundo foi melhor que o de aplicações de renda fixa, geralmente com risco menor.

Marca defasada

Com os juros na mínima histórica, faz cada vez menos sentido atrelar um fundo multimercados ao CDI, acredita o head de fundos de investimento da Easynvest, Vinícius Araújo. “Este critério ficou um pouco defasado”, diz.

Segundo ele, o perfil destes fundos mudou recentemente. Os multimercados apostavam no chamado “kit Brasil” com estratégias “macro”, como juros e moedas. Agora, acrescenta Araújo, os gestores estão mais voltados para investimentos de renda variável, como ações. Nestes casos, o “benchmark” pode ser diferente.

O fundo Bahia Am Maraú Fc foi o que apresentou a melhor performance no período pesquisado, entre 31 de dezembro de 2012 e 31 de dezembro de 2019. Ele mostrou um retorno médio, por ano, de 149,49% do CDI.

Entre os fundos da amostra, cinco são do Safra Asset Management, três do Credit Suisse Hedging Griffo Wm, três do BB DTVM, dois do Opportunity Gestão, dois do Bahia Am Renda Variável e outros 12 de gestoras com um fundo cada.

Oito dos 27 fundos que bateram o CDI têm um patrimônio superior a R$ 1 bilhão. O campeão, Bahia, é o maior deles, com R$ 5 bilhões na carteira.

Apenas três não são fundos que investem em outros fundos ou fundos que espelham fundos masters (aqueles que pertencem à mesma instituição financeira). São eles: Sul América Endurancet, Polo Macro e Dlm Hedge Conservador.

Critérios da amostra

O levantamento da Economatica levou em conta todos os fundos multimercados classificados pela Anbima (Associação Brasileira das entidades dos Mercado Financeiro e de Capitais) com histórico de 31 de dezembro de 2012 até 31 dezembro de 2019. A Economatica calculou o prêmio sobre o CDI em janelas de três anos (dezembro de 2012 até dezembro de 2015; dezembro de 2013 até dezembro de 2016, dezembro de 2014 até dezembro de 2017).

Fundos que vieram depois ficaram de fora da amostra. A Economatica considerou apenas nos produtos com mais de 500 cotistas no final de 2019 e retirou da lista os fundos exclusivos (que possuem apenas 1 cotista) e fundos de crédito privado. Lembrando que rentabilidade passada não garante retornos futuros em qualquer tipo de investimento.

Veja abaixo os 27 fundos que superaram o CDI entre 2013 e 2019: