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Os 10 melhores fundos de renda fixa da década, segundo a Morningstar

Veja ranking com o melhor desempenho de diferentes fundos de renda fixa pelo seu risco-retorno.

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Os fundos de renda fixa atrelados ao desempenho do Tesouro IPCA+ estiveram entre os melhores da última década, segundo um levantamento exclusivo feito pela MorningStar. “O que se observa é que foi a década da inflação. Todos os fundos que tiveram os melhores desempenhos tiveram estratégias atreladas a este indexador”, observa o planejador financeiro e sócio da Fiduc.

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Ninguém imaginou, nem mesmo os investidores mais cautelosos, que passaríamos por um rebalanceamento do retorno os ativos de renda fixa em anos recentes. Muito menos que alguns dos fundos de investimentos mais conservadores dessem resultados negativos no final da década. Em 2016, a Selic – a taxa básica de juros no país e que é um instrumento de estímulo econômico – estava em 14,25% ao ano, e hoje, está em 2%.

Era difícil de prever, ainda mais com uma pandemia no meio do caminho. Há expectativas que o mercado reaja e que até o final de 2021 a Selic volte a crescer e encoste ao menos nos 3%.

No primeiro semestre do ano passado, os fundos de renda fixa foram a classe de ativos com o maior resgate da indústria de fundos. Mais de R$ 95 bilhões em recursos deixaram o segmento. Mas apesar dessa realidade, se olharmos o longo prazo, 10 fundos se sobressaíram quando analisamos o risco-retorno.

Os melhores


A pedido do InvestNews, a casa de análises Morningstar fez um levantamento exclusivo com os melhores fundos de renda fixa da última década, equalizado o retorno e o risco, usando a metodologia chamada Retorno Ajustado ao Risco da Morningstar (MRAR). Mesmo que alguns fundos tenham oferecido aos seus cotistas retornos semelhantes, o que se expôs a menos risco foi considerado como melhor ativo.

Os filtros aplicados para o rating Morningstar Risk, foram: ter um patrimônio líquido de pelo menos R$ 25 milhões; o número de cotistas ser superior a 50; ser composto por investidores de varejo ou qualificados; ser um fundo de gestores independentes (o que exclui os grandes bancos). O período abrange desde 1 de janeiro de 2010 até 31 de dezembro de 2020.

Vale lembrar que rentabilidade passada não garante retornos no futuro e não deve servir de base para o investidor optar pelos ativos. Veja abaixo os melhores fundos de renda fixa da última década, segundo o levantamento da MorningStar:

Nome do fundo Retorno Morningstar (MRAR) , em %
Sul América Inflatie FI RF LP3,34
BTG Tesouro Geral FI RF Ref IPCA3,10
Sicredi Inst FIC FI RF Ref IMA-B LP3,10
Safra IMA FIC FI RF3,05
Icatu Vanguarda InflaçãoLng FIC FI RF LP3,01
BNP Inflação FIC FI RF2,99
Western Inflation Gold FIC FI RF2,96
BTG Inflation FIC FI RF2,56
BTG Tesouro Curto FI RF Ref IPCA2,54
Western Ativo Max FI RF2,42

Os 10 fundos possuem gestão ativa, e valores de entrada entre R$ 500 e R$ 1 milhão. Entre os TOP5 está o Icatu Vanguarda Inflação. Ele é o mais acessível que os demais, já que o investimento inicial é de R$ 500. Ele foi lançado em 2005 e é gerido por Icatu Vanguarda; a custódia é realizada pelo banco Bradesco. A sua taxa de administração é de 0,50%, e ele possui uma taxa de performance de 20% – ou seja: é cobrado um bônus pelo gestor por ter conseguido entregar uma rentabilidade superior à esperada.

Esse fundo busca superar a variação do índice Ima-B5 (que mede o desempenho dos títulos do Tesouro IPCA+), através de taxas de juros pós-fixadas e pré-fixadas. Assim como todos os outros, não pode ter estratégias em moedas estrangeiras ou renda variável, apenas em cotas em renda fixa. A sua rentabilidade nos últimos dez anos foi de 312%, e a nota de risco-retorno foi de 3,01.

Em quarto lugar está o fundo Safra Ima. O objetivo também é de superar o Ima-b através do investimento em cotas do Tesouro Nacional. Ele acompanha a Selic, que nos últimos dez anos avançou 180%, segundo dados da Morningstar. A sua rentabilidade neste mesmo período foi de 277%, bem superior a taxa de juro.

Ele foi criado em 2008, e sua taxa de administração é de 0,50%. A gestão e administração é feita pelo banco Safra. Esse fundo é o que tem o maior valor inicial se comparado aos demais: um milhão de reais. A sua nota de risco-retorno pela Morningstar foi de 3,05.

Em terceiro lugar está o fundo Sicredi. Ele foi criado em 2009, é administrado e gerido pelo banco cooperativo Sicredi, e a aplicação mínima é de R$ 50 mil. A sua taxa de administração está na casa dos 0,18% ao ano. Ele é atrelado ao CDI, que teve um rendimento de 161% na última década. Já o seu rendimento no período foi de 287%. Sua nota risco-retorno foi de 3,10.

Na segunda posição está o BTG Tesouro Geral. Com perfil também conservador, ele foi criado em 2008 e busca superar o rendimento do Ima-B. 99% de sua carteira está exposta a títulos públicos federais. A taxa de administração é de 0,20%, e a administração e gestão é do banco BTG Pactual. Quando analisado os últimos 12 meses, a rentabilidade do fundo foi de 6,2%. Já na última década, o seu rendimento foi de 287% versus 84% do IPCA no mesmo período. Aqui vemos como a gestão do fundo conseguiu superar a rentabilidade da inflação. A sua nota risco-retorno também foi de 3,10 como o fundo anterior.

E quem encabeçou o ranking foi o fundo Sul América Inflatie. Criado em 2008, sua categoria é de renda fixa longo prazo. A carteira desse fundo é composta majoritariamente por posições atreladas a inflação, como notas do tesouro ou contratos futuros de cupom IPCA. O objetivo desse fundo é superar o índice Ima-B no longo prazo.

A aplicação mínima para investir nele é de R$ 5 mil, sua taxa de administração é de 0,40%. A gestão ativa é da SulAmérica, que possui mais de R$ 44 bilhões sob gestão. A rentabilidade na década foi de 296%. Nos doze meses de 2020 foi de quase 5%. A sua nota pela Morningstar foi de 3,3, a maior pontuação desse ranking.

O ativo se encontra aberto para aportes, porém, é sempre bom checar os relatórios desses fundos para verificar se não podem estar fechados. Apesar de estar sendo levado em consideração um período mais longo, que abrange uma época em que a as taxas de juros eram bem maiores que os atuais 2%, ainda assim esses fundos renderam bem acima da Selic em 2020. Um exemplo foi o Icatu Vanguarda, que menos rendeu nesse período, mas ainda assim rentabilizou 4,46%.

Já o Western Ativo Max foi o que mais rendeu e gerou incríveis 9%. Aliás, ele rankeou em décimo lugar quando analisada a década. Segundo o planejador do Fiduc, Valter Police, se analisarmos a renda fixa, essa foi a década da inflação. Ou seja: todos os melhores desempenhos tiveram estratégias direcionadas para a inflação. Porém, nos últimos tempos, foi notável a perda de interesse de muitos investidores conservadores nesse tipo de ativo. Aliás, muitos deles se aventuraram na renda variável, tendo que se acostumar com as oscilações da bolsa.

Com esse cenário, a expectativa do mercado é que continue aumentando ainda mais essa exposição ao risco. Mas ainda assim, muitos investidores preferem navegar em mares menos revoltos.

Estes são fundos indicados para quem não pode ou prefere delegar a gestão dos seus recursos – seja parcial ou total – para um gestor profissional. No caso dos fundos de renda fixa, eles costumam ser utilizados mais como uma proteção de patrimônio e reserva de emergência, já que possuem uma certa previsibilidade a baixa oscilação.

Por isso a importância do investidor se atentar para a liquidez e a taxa de administração. Tem diferentes tipos de produtos de renda fixa, e por isso que é importante avaliar além da rentabilidade, os seus objetivos e o perfil de investidor.

Será que a renda fixa voltará a ser uma aposta promissora nos próximos anos?

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