Finanças
Inclusão e tecnologia: os segredos por trás do boom das ações da Natura
Empresa é a quarta maior do mundo no segmento de beleza e divulgou ontem o seu balanço trimestral; ações da companhia dispararam mais de 8% nesta sexta-feira (14)
Uma das maiores empresas do setor de beleza do mundo, a Natura (NTCO3) viveu uma semana agitada. Um dia depois de divulgar o balanço com os resultados do segundo trimestre de 2020, a companhia viu suas ações dispararem 8,18% na Bolsa de Valores. Antes disso, passou por toda a repercussão causada pela campanha do Dia dos Pais, cujo protagonista foi o ator transexual Thammy Miranda.
Para falar sobre esses e outros assuntos, Dony De Nuccio entrevistou, no Conta+ desta sexta-feira (14), o vice-presidente de Negócios Brasil da Natura, Erasmo Toledo. Ele comentou que a marca Natura no Brasil teve um resultado bastante positivo no segundo trimestre, a despeito do prejuízo de R$ 392 milhões em âmbito global. Aqui no Brasil, o faturamento cresceu 4% em relação ao mesmo período de 2019, com impulso de 7,9% da Natura Brasil. Para Toledo, esse desempenho pode ser creditado ao auxílio que os outros países fornecem para a marca aqui no país, além do processo de digitalização crescente.
“A digitalização que conecte as consultoras é para onde a Natura está trabalhando. Nossa grande missão é conectar pessoas”, disse Toledo, ressaltando que a aquisição recente da plataforma de serviços de beleza em domicílio Singu deve ajudar a fornecer mais ferramentas para o trabalho das consultoras.
Hoje, a empresa alcança mais de 100 milhões de consumidores, sendo que o principal canal de contato com esses clientes está na venda direta. São cerca de 1,7 milhão de consultoras no Brasil, na Argentina, no Chile, na Colômbia, no México e no Peru.
Dia dos Pais da Natura
Segundo Toledo, a Natura não esperava tanta repercussão com a campanha do Dia dos Pais. Um dia depois do lançamento, as ações da empresa subiram mais de 7% na Bolsa. Além disso, a campanha publicitária gerou um amplo debate nas redes sociais, com pessoas defendendo e criticando a marca.
“A gente não esperava essa repercussão, mas já que gerou, acho que foi muito positivo. Queríamos mostrar o papel de pai independente do gênero. Essa campanha foi para mostrar que a Natura acredita na inclusão”, afirmou Toledo.
Além da própria Natura, a companhia é dona das marcas Aesop, The Body Shop e Avon.
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