Finanças
Pessimismo em relação a ações emergentes é o menor desde 2013
Investidores que lucram com a queda dos preços dos ativos sinalizam que é hora de parar de apostar contra ações de mercados emergentes.
Investidores que lucram com a queda dos preços dos ativos sinalizam que é hora de parar de apostar contra ações de mercados emergentes.
As posições baixistas no iShares MSCI Emerging Markets Exchange Traded Fund, com ativos de US$ 24 bilhões, caíram para menos de 1%, o menor nível desde 2013, de acordo com dados da IHS Markit. Isso significa que, desde fevereiro, apostas de até US$ 1,43 bilhão que previam perdas para ações de países em desenvolvimento foram eliminadas, e agora somam US$ 197,5 milhões, também o menor patamar em uma década.
Apesar de um primeiro semestre volátil, o índice de referência MSCI Emerging Markets mostra alta de 6% em 2023 e é negociado na máxima em quatro meses, impulsionado por expectativas crescentes de um pico no aperto monetário do Federal Reserve (Fed) e de um pacote de estímulo mais amplo na China.
“O gatilho para uma inclinação em direção aos mercados emergentes é o pico iminente nas taxas de juros dos EUA”, disse Hasnain Malik, estrategista da Tellimer, em Dubai.
Além disso, “as expectativas de crescimento na China já diminuíram, uma onda liderada por inteligência artificial está em andamento em Taiwan e na Coreia, a Índia continua se expandindo e nenhum dos grandes mercados emergentes sofre do tipo de vulnerabilidade externa” que aflige alguns dos pequenos desse grupo, disse.
O ETF iShares caminha para um ganho de 4,6% este mês, o maior desde janeiro. Refletindo a composição do índice de referência, o fundo de índice tem uma forte ponderação para a Ásia, sendo que apenas quatro países – China, Taiwan, Índia e Coreia do Sul – respondem por 69% do ETF. Um rali das ações do setor de semicondutores puxado pela onda da IA e ganhos para empresas de comércio eletrônico sustentam a valorização. A atual redução nas posições vendidas marca a eliminação de US$ 10 bilhões em tais apostas nos últimos dois anos.
Outros ETFs de ações de mercados emergentes também observam um recuo das estratégias vendidas. No maior desses fundos, o ETF Vanguard FTSE Emerging Markets, de US$ 73 bilhões, as apostas baixistas caíram na semana passada para os menores níveis desde outubro de 2020. No ETF iShares Core MSCI EM, um portfólio de US$ 72 bilhões, traders cortaram posições vendidas em US$ 1,7 bilhão em pouco mais de três meses.
Isso sinaliza uma guinada para ações de mercados emergentes, que apresentam desempenho inferior ao de papéis de empresas americanas pelo sexto ano consecutivo.
Desde que países em desenvolvimento encerraram um rali de US$ 8,3 trilhões em janeiro de 2018, foram atingidos por uma série de fatores, entre eles a guerra comercial EUA-China, a pandemia de covid e, mais recentemente, o aperto monetário agressivo do Fed.
Mas à medida que o banco central dos EUA se aproxima do fim dos aumentos das taxas de juros, a balança pende a favor dos mercados emergentes, dizem gestores de recursos. Enquanto as economias avançadas devem crescer, em média, entre 1% e 2%, o mundo em desenvolvimento pode registrar uma expansão de 4,3% por ano em 2023, 2024 e 2025.
No entanto, o indicador MSCI é negociado com um desconto de “valuation” de 35% em relação ao índice S&P 500, em comparação com uma média de 28% nos últimos 15 anos, com base nas projeções para a relação preço-lucro.
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