A decisão de Donald Trump de impor tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio dos Estados Unidos impactou as ações de siderúrgicas pelo mundo.

Na Europa, onde as siderúrgicas respondem por 15% das importações de aço dos Estados Unidos, os papéis da ArcelorMittal e da Voestalpine caíram 1,9% e 0,9%, respectivamente, enquanto a Thyssenkrupp cedeu 3,9%.

No Brasil, o efeito se mostrou limitado. Na bolsa, duas das três siderúrgicas da Bolsa registraram alta nesta terça-feira (11).

A visão dos analistas é que o impacto da decisão do presidente americano se dá muito mais em empresas que não são listadas na Bolsa, como apontou o Itaú BBA em relatório, como Ternium Brasil e ArcelorMittal.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, condenou a medida do governo Trump e disse que o bloco de 27 nações tomará “contramedidas firmes e proporcionais”.

“É um cenário que para a Bolsa impacta menos”, afirma Felipe Corleta, sócio da GTF Capital. “Essa notícia tem um impacto maior em questões de balança comercial, na relação comercial com os EUA já que o Brasil exporta muito aço para lá, mas as empresas listadas devem sofrer um impacto menor”, avalia.

O Brasil é o segundo maior parceiro comercial americano nas exportações de aço, em especial os produtos semi-acabados de ferro e aço, como lingotes. Só em 2024 a receita brasileira com a venda de aço para o mercado americano foi US$ 6,2 bilhões, atrás apenas do Canadá.

No caso da Gerdau (GGBR4), o efeito, inclusive, é positivo, visto que cerca de 40% do seu Ebitda (lucro antes de juros e impostos) vem da sua produção dentro dos EUA. Segundo Corleta, com o aço importado nos EUA mais caro por conta das tarifas, a companhia tem maior margem para precificar seus produtos, visto que ela pode cobrar mais no mercado local e se manter competitiva com o aço de fora.

As ações da Gerdau fecharam com alta de 0,97%, a R$ 17,74.

Nos casos de Usiminas (USIM5) e CSN (CSNA3), apesar delas não terem operações nos EUA, a questão é que elas não exportam para o país e por conta disso o impacto das tarifas diretamente nelas é mais limitado.

Nesta terça, os papéis da Usiminas fecharam em alta de 3,50%, cotados a R$ 5,92, enquanto a CSN caiu 2,21%, a R$ 8,87. Apesar do movimento negativo, o papel chegou a subir para R$ 9,25 durante o pregão.

Além das três siderúrgicas, a bolsa brasileira também conta com a Companhia Brasileira de Alumínio (CBAV3), que teve alta de 5,51%, a R$ 5,74, nesta sessão, mostrando também a limitação do impacto sobre ela. Isso porque a empresa tem praticamente todo o seu negócio focado no Brasil, com pouca exportação.

(Com informações da Reuters)