Finanças
Tesouro Direto: taxa de prefixado supera 14% ao ano e renova recordes de 2022
Aumento da percepção de risco fiscal vem elevando prêmio dos títulos públicos.
Em meio ao aumento do risco fiscal, as taxas exigidas pelos investidores para resgatar títulos públicos alcançaram patamares mais altos nesta terça-feira (19). Os papéis prefixados com vencimento em janeiro de 2023 ofereceram retorno acima de 14% ao ano, novo recorde no ano.
Na última cotação do dia (por volta de 17h15), o papel pagava 14,01%, ao preço de R$ 942,41 cada. Para se ter uma ideia, no primeiro dia útil de 2022, o mesmo papel remunerava o investidor com juros de 11,90% ao ano.
Já o prefixado com juros semestrais também para 2023, no mesmo horário, pagava uma taxa de 14,02% ao ano para venda, perto do mesmo horário, ligeiramente acima do dia anterior.
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Os papéis atrelados à inflação também ofereceram retornos maiores que no dia anterior. O Tesouro IPCA+ com vencimento em agosto de 2024 pagava juro real de 7,34% (fora a variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo).
A rentabilidade oferecida pelos títulos públicos no momento da compra só é válida se o investidor carregar o papel até o dia do vencimento. Caso decida vender antes do prazo, ele está sujeito às variações de mercado.
Risco fiscal no radar
Apesar de ser dia de relativo alívio nas bolsas internacionais, o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, ressaltou em relatório que a questão fiscal está se sobrepondo no mercado de juros futuros, fazendo com que os ativos dancem “cada um à sua própria música”.
“O caso mais curioso é a pressão do mercado de juros futuros, em um dia de baixa liquidez e num cenário de descompressão de inflação, a desculpa para renovar as tensões nos vértices mais longos vem do ‘fiscal'”, escreveu nesta manhã.
Os ativos de risco no Brasil têm apresentado maior volatilidade nos últimos dias. Isso porque investidores temem que após a aprovação na última semana da chamada PEC dos Benefícios, que elevou os gastos do governo ao ampliar o pagamento de auxílios a três meses das eleições, contribua para uma piora nas contas públicas a partir de 2023.
Veja abaixo as taxas oferecidas para resgate dos títulos públicos nesta terça-feira (17h15):
Fonte: Tesouro Nacional
Veja abaixo as taxas oferecidas para compra dos títulos públicos nesta terça-feira (17h15):
Fonte: Tesouro Nacional
Novos papéis no mercado
Em relatório nesta manhã, a equipe de análise da Travelex destacou que as preocupações fiscais também devem despertar atenção para a negociação de papéis atrelados à inflação (Tesouro IPCA+ ou NTN-Bs) e LFTs (Tesouro Selic). O Tesouro deve ofertar nesta terça novas LFTs com prazo para 2028 e NTN-Bs para 2027, 2035 e 2060.
“Com este aumento de risco fiscal é esperado que investidores passem a exigir juros mais altos para comprar títulos públicos de longo prazo, com isso o mercado deve acompanhar com atenção o leilão do Tesouro Nacional de NTN-B e LFT”, escreveram em relatório.
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