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3 fatos para hoje: CVM absolve Joesley Batista; oferta de aquisição do Itaú

E mais: Campos Neto vê ‘janela’ para continuidade na queda dos núcleos de inflação.

Os mercados globais amanheceram em sua maioria positivos na manhã desta terça-feira (30). Índices futuros do Dow Jones, S&P, Nasdaq, além de Stoxx 600 operavam em alta após o feriado da véspera – Memorial Day – em que bolsas dos Estados Unidos e União Europeia estavam fechadas.

Agentes do mercado estão confiantes nos esforços do governo americano para convencer os parlamentares a aprovarem no Congresso a proposta de aumento do teto da dívida, embora haja menos de uma semana para isso.

Vem sendo levado em consideração que o Tesouro colocará à venda mais de US$ 1 trilhão em títulos até o final de setembro para reforçar seu caixa, o que pode enxugar a liquidez e afetar os mercados de risco.

A votação sobre a legislação acontece na quarta-feira (31) e é necessário que republicanos e democratas entrem em acordo.

Já no Brasil são esperados os dados da inflação ao produtor do mês de abril, IGP-M de maio e o resultado das contas do governo central de abril.

Veja abaixo mais 3 fatos para a manhã desta terça-feira (30):

1 – CVM forma maioria para absolver Joesley Batista de insider trading

O colegiado da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) formou maioria – com votos dos diretores Otto Lobo, Alexandre Rangel e João Accioly e do presidente João Pedro Nascimento – para absolver Joesley Batista e Emerson Fernandes Loureiro, superintendente de tesouraria do Banco Original na época, da acusação de usar informações privilegiadas para realizar operações com derivativos de taxa de juros. A diretora Flavia Perlingeiro pediu vistas do processo e o julgamento foi suspenso.

Empresário brasileiro Joesley Batista 07/09/2017 REUTERS/Adriano Machado

O processo e outros dois em julgamento hoje foram abertos depois que Joesley Batista decidiu delatar o então presidente da República, Michel Temer. O conteúdo de uma conversa entre ele e Temer, com indícios de corrupção, vazou e levou o mercado a uma crise, com desvalorização do câmbio, a maior em 14 anos, e queda forte do Ibovespa. O episódio ficou conhecido como Joesley Day.

De acordo com o relatório do diretor Otto Lobo, a área técnica apontou que Joesley Batista e Loureiro teriam beneficiado a J&F Participações, companhia controlada pela família Batista, usando informações privilegiadas para realizar operações com derivativos de taxa de juros.

O diretor Otto Lobo propôs a absolvição e foi seguido por Nascimento, Rangel e Accioly. O presidente da CVM avaliou que a área técnica não reuniu indícios suficientes para mostrar que Loureiro teve acesso a informações privilegiadas oriundas de Joesley Batista.

Também indicou que estar em posse de informação privilegiada não é suficiente como comprovação de que elas foram usadas e geraram benefícios.

Os contratos DI eram boas oportunidades de negócio na época, lembrou Nascimento, recordando o cenário adverso. “O Banco Original não era o único player que acreditou na elevação da taxa de juros nesse período.”

2 – Campos Neto vê ‘janela’ para continuidade na queda dos núcleos de inflação

Os núcleos de inflação estão, em média, arrefecendo, embora mais lentamente do que o esperado, e o Brasil entrou em uma janela temporal agora na qual esse movimento de queda deve continuar, disse o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, na segunda-feira (29), em evento em Fortaleza.

Campos Neto pontuou que a inflação cheia no Brasil está “caindo bastante”, mas que todos os países estão com núcleos de inflação “bastante altos” se comparados com as metas de inflação.

“Vemos que a média de núcleos está caindo, o que é bom, mas mais lentamente que o esperado”, pontuou o presidente do BC, ao se referir à situação brasileira. “Ainda temos expectativas de inflação de longo prazo elevadas”, acrescentou.

Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, durante sessão do Senado 15/02/2023 REUTERS/Adriano Machado

Apesar do diagnóstico, Campos Neto afirmou que o país entrou em uma “janela” em que a queda dos núcleos de inflação “provavelmente vai continuar”.

Ao mesmo tempo, ele afirmou que existe um “surto” de inflação no mundo, mas que a inflação brasileira é “mais baixa que a média”.

Campos Neto também abordou o atual cenário para o crescimento das economias globais. Sobre a China, ele disse que o país está sendo atualmente “muito carregado por consumo e investimento, que tende a não persistir”.

Em relação ao Brasil, o presidente do BC afirmou que a atividade econômica está surpreendendo para cima, com serviços em alta e a indústria em baixa — neste caso, muito em função da indústria automotiva, que possui parcela considerável do setor.

“O mercado de trabalho tem sido uma surpresa relativamente positiva no Brasil”, acrescentou. “O desemprego está em nível bem melhor que antes da pandemia. Tem desemprego na indústria, mas geração de empregos em serviços.”

Ao tratar do crescimento brasileiro, Campos Neto também defendeu a importância de ações que elevem a produtividade ao longo do tempo.

“Todas as reformas que enderecem o tema de produtividade vão ser relevantes”, defendeu. “O Brasil fez muitas reformas, mas, com todas as reformas, os economistas acham que nossa capacidade de gerar crescimento sem inflação caiu”, disse.

3 – Itaú Unibanco prevê início da oferta de aquisição de ações do Itaú Chile em 6 de junho

O Itaú Unibanco recebeu o último aval regulatório necessário para a oferta de aquisição de ações do Itaú Chile, operação prevista para começar em 6 de junho, disse o banco brasileiro nesta segunda-feira.

O valor por ação da oferta é de 8.500 pesos chilenos, bem maior do que o inicialmente divulgado, em função de um grupamento de ações da ordem de 4.500 para um e de dividendos declarados desde então.

Já detentor de cerca de dois terços do capital social total e votante do Itaú Chile, antigo Itaú CorpBanca, o Itaú Unibanco planeja realizar a oferta para a aquisição de até 34,38% do capital social total e votante da companhia, segundo comunicado de março, quando anunciou a operação.

Com Reuters e Estadão

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