1 – BC libera pagamento com cartões de crédito e débito via WhatsApp
O Banco Central (BC) decidiu retirar as medidas que impediam a realização de transações de compra com cartões de crédito, débito e pré-pago por meio do WhatsApp no Brasil, informou a autarquia na quinta-feira (2).
Até então, era possível apenas a utilização do WhatsApp para transferências de recursos entre indivíduos.
O BC determinou que o início das transações de pagamento por meio do aplicativo WhatsApp “deve ser comunicado pelos instituidores a todos os participantes de seus arranjos de pagamento com antecedência mínima de 30 dias”, segundo comunicado.
Guilherme Horn, head do WhatsApp na América Latina, disse no LinkedIn nesta quinta-feira que a empresa está “finalizando os testes” conduzidos com parceiros, incluindo Mercado Pago, do Mercado Livre, e Cielo, e a funcionalidade estará disponível “em breve”.
“Acreditamos que o pagamento de pessoas para empresas via WhatsApp terá um grande impacto para todos, trazendo facilidade e simplicidade para os usuários ao mesmo tempo em que ajudará as pequenas e médias empresas a aumentarem suas vendas”, afirmou o executivo na publicação.
A liberação veio através da cessação completa de medidas coercitivas aplicadas pelo BC à Mastercard e à Visa, que suspendiam essa modalidade no país. No final do ano passado, a autarquia já havia dado um aval preliminar para as duas empresas, embora não permitisse ainda o funcionamento da ferramenta.
Mark Zuckerberg, presidente da Meta, empresa dona do WhatsApp, Facebook e Instagram, repercutiu o anúncio em publicação no Instagram, dizendo: “animado para lançar isso em breve”.
A Meta, então ainda chamada de Facebook, lançou o serviço de transferência de recursos entre indivíduos via WhatsApp no Brasil em meados de 2020, mas a ferramenta foi rapidamente suspensa pelo BC. A autarquia só liberou o funcionamento em março de 2021, com o serviço reiniciando em maio daquele ano.
2 -Itaú Unibanco aprovou contratar assessores para oferta de aquisição das ações do Itaú Corpbanca
O Itaú Unibanco (ITUB4) informou que seu Conselho de Administração aprovou nesta quinta-feira a contratação de assessores para o início dos trabalhos relacionados à uma oferta de aquisição de até a totalidade das ações do Itaú Corpbanca, segundo fato relevante.
Já detentor de 65,62% do seu capital social total e votante do Itaú Corpbanca, o Itaú Unibanco planeja realizar uma oferta pública voluntária para a aquisição, “por si ou por suas afiliadas”, de até 34,38% do capital social total e votante do Corpbanca.
O Itaú Unibanco disse esperar que a oferta de aquisição de ações do Corpbanca seja realizada no primeiro semestre deste ano. Ainda segundo o fato relevante, o banco informou que o valor por ação na oferta será de 2 pesos chilenos.
3- Lula prevê crise de crédito para “logo logo” e volta a pressionar BC
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar o Banco Central pela atual taxa de juros e alertou que o Brasil pode sofrer uma crise de crédito “logo logo” se os juros não forem reduzidos pela autoridade monetária.
Lula voltou a dizer que não existe explicação para a taxa de juros de 13,75% ao ano, alegando que não há inflação de consumo no Brasil, e cobrou do presidente do BC, Roberto Campos Neto, a redução da taxa.
“Você não tem crédito. O crédito está escasseando. Logo, logo nós poderemos ter uma crise de crédito, e eu queria uma explicação, apenas, por que que o juro está a 13,75%”, disse Lula, em entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo, da BandNews.
“Porque esse cidadão, que não foi eleito para nada, ele acha que ele tem o poder de decidir as coisas e ainda ‘ah, eu vou pensar como é que eu posso ajudar o Brasil’. Não, você não tem que pensar como ajudar o Brasil, você só tem que pensar como reduzir a taxa de juros para que esse país volte a ter crédito, para que a economia volte a funcionar”, defendeu.
Lula e ministros do governo, como Fernando Haddad, da Fazenda, e Simone Tebet, do Planejamento, têm feito uma série de críticas à condução da política monetária pelo Banco Central e ao atual patamar da taxa básica de juros, a Selic.
Segundo o titular da Fazenda, a retração do PIB verificada no último trimestre de 2022, divulgada mais cedo nesta quinta, é um reflexo da alta dos juros promovida pelo BC em reação a medidas tomadas pelo governo anterior no período eleitoral. O ministro já havia afirmado na véspera que a taxa de juros é o maior problema econômica do país hoje.
O governo acompanha o mercado de crédito brasileiro com cuidado e considera a adoção de medidas para setores específicos em meio à preocupação de evitar uma crise de crédito no país diante de patamares elevados dos juros, que podem até mesmo dificultar a vida de empresas interessadas em rolar suas dívidas.
As concessões de empréstimos de fato apresentaram queda significativa em janeiro –as concessões totais caíram 15,3% no primeiro mês do ano ante dezembro– e levaram a uma baixa no estoque total de crédito no Brasil, que reduziu 0,3% no mês a 5,317 trilhões de reais, informou na segunda-feira o Banco Central.
Nesta quinta, o BC avaliou que o sistema financeiro está preparado para enfrentar riscos e tem provisões adequadas para perdas de crédito.
![Presidente do BC, Roberto Campos Neto em 12/04/2022. (Foto: Adriano Machado/Reuters). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 13/02/2023. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)](https://investnews.com.br/wp-content/uploads/2023/02/Destaque_site_01-1.jpg)
Na entrevista, Lula também afirmou que todas as decisões tomadas pelo governo passam por ele e, portanto, são decisões políticas, rejeitando que tenha havido uma vitória da área econômica sobre a política na decisão de reonerar a gasolina e o etanol.
“Não houve vitória econômica.. não houve vitória política, porque no meu governo todas as decisões passam por mim. E se passa por mim, todas as decisões, elas podem ter um resultado econômico, mas a decisão é sempre política. É sempre política. As decisões, neste governo, são tomadas na minha mesa”, afirmou.
Na terça-feira, o governo anunciou a reoneração da gasolina e do etanol após o fim de uma desoneração que acabou em 28 de fevereiro, no que foi apontado como uma vitória de Haddad sobre alas do governo e do PT que eram contra a reoneração, vista como impopular e com possível impacto inflacionário.
Após a conquista da equipe econômica, no entanto, o governo fez chegar a ordem de baixar a tensão da disputa e botar panos quentes nos embates entre a deputada Gleisi Hoffmann, presidente do PT, e Haddad, que não são de agora e nem causados apenas por divergências econômicas, mas fruto de uma disputa interna no PT e de um relacionamento que nunca foi amigável nos bastidores.
O presidente também reiterou às críticas à Petrobras pelo valor dos dividendos pagos aos acionistas e disse que o Brasil pode ter uma empresa pública de economia mista “de maior qualidade” e que possa induzir o crescimento por meio de investimentos.
Mais cedo, em evento de relançamento do Bolsa Família, Lula disse que não se pode aceitar que a Petrobras pague R$ 215 bilhões em dividendos no ano “quando ela deveria ter investido metade no crescimento econômico desse país, na indústria brasileira, na indústria naval, na indústria de óleo e gás”.
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