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Geral

3 fatos para hoje: títulos verdes do Tesouro; meta da inflação e Raízen

1- Tesouro avalia emitir US$2 bi em títulos verdes no mercado externo este ano, diz secretário

O Tesouro Nacional avalia emitir ainda neste ano no mercado externo até 2 bilhões de dólares em títulos públicos vinculados a compromissos ambientais, disse nesta terça-feira o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, em estratégia para aproveitar a atenção internacional que o Brasil tem recebido nessa agenda, além de referenciar operações do setor privado.

“É uma sinalização concreta do país para o mundo de que essa pauta não é só uma narrativa, é importante”, disse o secretário em entrevista à Reuters, acrescentando que o Tesouro pode dividir o lançamento em duas emissões de 1 bilhão de dólares cada.

O secretário afirmou que ainda há uma discussão sobre se esses títulos serão vinculados a projetos específicos ou a indicadores ambientais mais amplos, sendo mais provável a segunda opção. A decisão será tomada após diálogo com os ministérios do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Agrário.

O lançamento, esperado para o segundo semestre, não depende de mudança na legislação. Instrumentos infralegais devem ser publicados em breve para abrir caminho para o projeto.

“Tem que ter uma governança por trás. Fazer a emissão não é o mais complicado, mas a gente quer amarrar bem para que seja bem sucedido depois”, afirmou o secretário, acrescentando que a ideia é ter algum mecanismo de prestação de contas para assegurar que os compromissos de fato serão seguidos e respeitados.

O secretário disse que as emissões de títulos verdes pelo Tesouro também ajudarão a construir uma curva de preços que servirá de referência para as emissões de empresas privadas.

Ele argumentou que o projeto é importante, mesmo que o valor da emissão inicial não seja representativo para a gestão da dívida brasileira como um todo. O estoque da dívida pública federal terminou 2022 em 5,95 trilhões de reais.

A última emissão externa do governo brasileiro foi feita pelo Tesouro em 2021, no valor de 2,250 bilhões de dólares. As colocações feitas até agora não tinham vinculação ambiental.

Ceron destacou que o ministério também está produzindo medidas na área de crédito com foco ambiental para facilitar o acesso a investimentos em áreas como energia limpa e indústria verde.

PLATAFORMA EUROCLEAR

O governo ainda estuda medidas específicas para aumentar a participação estrangeira na dívida pública.

Dentro de aproximadamente dois anos, Ceron prevê que os títulos do governo em reais serão negociados na plataforma Euroclear, com sede na Bélgica, o que facilitará o acesso de não residentes aos títulos brasileiros.

Hoje, estrangeiros que buscam títulos públicos do país precisam acionar corretoras que operem no sistema doméstico do Tesouro. Com a mudança, o secretário espera que além de facilitar o acesso, o custo das operações para esses investidores seja reduzido.

Segundo ele, será constituída uma força-tarefa com o Banco Central para iniciar os primeiros preparativos técnicos para viabilizar a medida, com a qual o governo pretende atrair investidores institucionais e pessoas físicas.

Em outra frente, o Tesouro quer lançar novos títulos públicos voltados a pessoas físicas que hoje não acessam plataformas mais elaboradas de investimento.

Segundo o secretário, após colocar em prática neste início de ano o título voltado à aposentadoria, que já está em operação, o próximo passo será criar um papel voltado a investidores que desejam acumular recursos para financiar os estudos dos filhos no futuro.

Vista aérea de área desmatada em Uruará, Pará
Vista aérea de área desmatada em Uruará, Pará 21/01/2023 REUTERS/Ueslei Marcelino

2 – Meta de inflação não está na pauta do CMN, diz Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira que a meta de inflação não está na pauta da reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) desta semana, em meio a ruídos no mercado financeiro por temores sobre um possível aumento da meta.

Formado por Haddad, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, o CMN irá se reunir na quinta-feira após pesadas críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aliados à taxa de juros e ao nível da meta de inflação, que ele disse considerar baixo.

Essa será a primeira reunião do conselho, a quem cabe fixar as metas de inflação a serem perseguidas pelo BC, no novo governo.

“Não está na pauta”, disse Haddad, ao ser questionado por jornalistas na portaria do Ministério da Fazenda se o tema da meta de inflação seria discutido na reunião.

A fala de Haddad ocorre um dia após Campo Neto ter afirmado no programa Roda Viva, da TV Cultura, que o BC não propôs ao governo um aumento da meta de inflação para ganhar flexibilidade na política monetária, negando rumores que vinham rondando os mercados desde a semana passada.

Durante o dia, rumores de que Lula teria pedido que a meta de inflação, hoje em 3,25%, fosse aumentada em 1 ponto percentual, agitaram o mercado financeiro, com o Ibovespa caindo 0,91% e o dólar fechando com alta de 0,43%.

Uma fonte próxima ao presidente ouvida pela Reuters, no entanto, negou que Lula tenha feito esse pedido ao ministro da Fazenda. Pela manhã, Haddad teve uma reunião com Lula em que um dos assuntos foi a próxima reunião do CMN, mas o ministro saiu do encontro com a determinação de não levantar o assunto publicamente.

Na entrevista a jornalistas, Haddad voltou a defender uma harmonização entre a política monetária e a fiscal, ressaltando que, sem esse alinhamento, “fica ruim para todos alcançarem suas metas”.

O ministro disse ainda que, na entrevista ao Roda Viva, Campos Neto reconheceu que as medidas de ajuste fiscal anunciadas pela equipe econômica no mês passado estão na direção correta.

“Como os resultados virão, eu tenho certeza que isso vai ajudar a política monetária a concluir que nós estamos talvez com uma taxa de juros neste momento que compromete os objetivos do país”, disse Haddad.

Segundo ele, na comparação mundial o Brasil está em uma situação mais confortável no que diz respeito à inflação, mas menos confortável nos juros.

3 – Raízen tem lucro líquido ajustado de R$ 255,7 mi

A Raizen Energia SA informou na terça-feira que seu lucro líquido ajustado caiu 79% no terceiro trimestre do ano-safra 2022/2023.

A empresa, uma joint venture entre a Cosan SA e a Shell, divulgou um lucro líquido ajustado de 255,7 milhões de reais.

A receita líquida cresceu 9% na comparação com o ano anterior, para 60,368 bilhões de reais.

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