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5 fatos para hoje: compra da CEEE-G pela CSN; reforma tributária

Avanço para a autossuficiência em energia elétrica trará um ganho de R$ 334 milhões anuais em Ebitda para a CSN, segundo cálculos da companhia.

1 – CSN vê redução de 60% no custo de energia com CEEE-G e IPO da CSN Energia no futuro

A siderúrgica CSN (CMIN3) disse nesta quarta-feira (03) que a aquisição da geradora de energia elétrica CEEE-G trará ganhos importantes de competitividade às operações industriais, prevendo uma redução de 60% de seu custo com energia elétrica.

Ao mesmo tempo, a compra da elétrica também permitirá à CSN diversificar seus negócios, reduzindo sua exposição à volatilidade de mercados nos quais opera atualmente, segundo executivos.

Em teleconferência para comentar o negócio, o diretor financeiro da companhia, Marcelo Cunha Ribeiro, explicou que pouco mais de 50% da energia das hidrelétricas da CEEE-G atenderá as unidades de siderurgia, cimentos e mineração do grupo a partir de 2023.

O avanço para a autossuficiência em energia elétrica trará um ganho de R$ 334 milhões anuais em Ebitda para a CSN, segundo cálculos da companhia.

O restante da energia gerada pela CEEE-G deverá ser vendida principalmente em contratos (PPAs, no jargão do setor) de longo prazo, junto a contrapartes sólidas. Uma parcela menor ficará descontratada, para que a companhia possa buscar ganhos com a comercialização de curto prazo, a preços melhores.

“Não queremos estar expostos ao risco de energia descontratada, ou pelo menos não em excesso. Nossa estratégia de investimento com a CEEE-G é para garantir esse benefício industrial e ter alguma exposição com o ganho da comercialização”, explicou Ribeiro.

“Vamos fazer da CEEE-G uma comercializadora, vamos começar pequenos, mas também vamos entrar no negócio de comercialização de energia”, acrescentou.

Por meio de uma subsidiária, a CSN venceu o leilão de privatização da CEEE-G com uma oferta de 928 milhões de reais, 10,93% acima do preço mínimo definido em edital, na semana passada.

Novas oportunidades e IPO

Questionados sobre potenciais novas aquisições em energia, Ribeiro disse que a companhia passou a ter um apetite mais “oportunista”. “Não vamos ficar ativamente procurando novos ativos, temos bastante trabalhando dentro de casa agora… Mas vamos ficar sempre atentos.”

O CFO disse ainda que a CSN irá avaliar no futuro uma oferta inicial da ações (IPO) da CSN Energia, unidade do grupo que concentra os negócios desse segmento.

“Continuamos no caminho traçado, a gente acha que é relevante que os negócios tenham um acesso a capital facilitado… Por isso o IPO, fizemos (CSN) Mineração, estamos prontos no caso do Cimento… e no caso da Energia, é um candidato natural.”

A companhia observou ainda que, nos próximos meses, precisará realizar uma oferta de compra das ações de minoritários da CEEE-G, com destaque para a Eletrobras, que detém 32,74% do capital da elétrica. A expectativa é de que oferta de “tag along” possa ser realizada com deságio de 20% do preço do leilão.

Também presente na teleconferência, o CEO da CSN, Benjamin Steinbruch, destacou que a companhia continuará como um grupo industrial, apesar da mais recente aposta no setor elétrico.

“Nossos principais negócios são de produção, basicamente mineração, siderurgia e cimento. Nós temos a infraestrutura e logística e a energia como serviços complementares à produção, vamos nos manter fiéis à nossa origem”, afirmou Steinbruch.

2 – Guedes vincula correção da tabela do IR e auxílio de R$ 600 permanente à reforma tributária

O governo poderá corrigir a tabela do Imposto de Renda e pagar de maneira permanente o Auxílio Brasil de R$ 600 se o Congresso aprovar o projeto de reforma tributária que já passou pela Câmara e aguarda análise do Senado, disse nesta terça-feira o ministro da Economia, Paulo Guedes.

Em apresentação durante o evento Expert XP, Guedes afirmou que a reforma do Imposto de Renda é a solução para que as duas promessas já feitas pelo presidente Jair Bolsonaro sejam cumpridas com responsabilidade fiscal.

A regra atual prevê que o Auxílio Brasil será de R$ 600 apenas até dezembro. A estratégia para viabilizar o valor mais alto de forma permanente foi noticiada pela Reuters na semana passada.

Como o teto de gastos seguiria sendo um obstáculo a essas despesas adicionais mesmo com essa solução, Guedes voltou a defender a retirada de amarras do Orçamento, dando mais liberdade para os governantes definirem alocações prioritárias.

Na apresentação, Guedes disse que o Brasil tem hoje situação fiscal forte e equilibrada, avaliando que a política monetária também está no lugar.

Ele afirmou que a arrecadação tributária de julho será novamente um recorde, 9% acima do esperado. O dado oficial será apresentado pela Receita Federal apenas no fim deste mês.

O ministro afirmou que o pagamento do Auxílio Brasil de R$ 600 este ano é fiscalmente responsável, custeado por receitas extraordinárias. Ele argumentou que o governo “violou o teto de gastos” para repassar recursos aos mais frágeis em um momento de emergência.

Analistas vêm mencionando ampliação de riscos fiscais e possível pressão inflacionária depois que o governo decidiu liberar despesas por fora do teto para turbinar benefícios sociais meses antes da eleição.

Na apresentação, Guedes pediu que as pessoas acreditem nos fatos, e não em narrativas. O ministro argumentou que o governo foi acusado de populismo fiscal em 2021, mas encerrou o ano com superávit primário nas contas do setor público.

Sem especificar se estava se referindo ao governo central ou ao setor público (que inclui Estados, municípios e estatais), ele afirmou que o governo terá superávit fiscal este ano novamente.

Sem dar detalhes, o ministro também afirmou que o governo vai tentar zerar o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e também levar a zero encargos trabalhistas por meio de uma reedição da chamada carteira verde e amarela.

3 – BC: Copom avaliará ajuste residual de menor magnitude em próxima reunião

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deixou a porta aberta para continuar o ciclo de alta de juros na próxima reunião, em setembro, às vésperas da eleição. Nesta quarta-feira (3) o Copom elevou a taxa Selic em 0,50 ponto porcentual, de 13,25% para 13,75%, voltando ao mesmo patamar de janeiro de 2017.

No comunicado, o BC afirmou que “avaliará a necessidade de um ajuste residual, de menor magnitude, em sua próxima reunião”. E assegurou que “seguirá vigilante” e que vai buscar a convergência da inflação para as suas metas, o que inclui o ano de 2023 e, em menor grau, de 2024. Mas destacou que a incerteza elevada no Brasil e no mundo demandam “cautela adicional”.

“O Copom enfatiza que seguirá vigilante e que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar a convergência da inflação para suas metas. Nota ainda que a incerteza da atual conjuntura, tanto doméstica quanto global, aliada ao estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos acumulados ainda por serem observados, demanda cautela adicional em sua atuação”, disse, no comunicado.

No documento, o BC voltou a mostrar preocupação com o risco de desancoragem de expectativas para os prazos mais longos, o que, na sua avaliação, demanda que “o que o ciclo de aperto monetário continue avançando significativamente em território ainda mais contracionista”.

“O Copom considera que, diante de suas projeções e do risco de desancoragem das expectativas para prazos mais longos, é apropriado que o ciclo de aperto monetário continue avançando significativamente em território ainda mais contracionista. O Comitê enfatiza que irá perseverar em sua estratégia até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas.”

4 – Bolsonaro revela conversa com embaixador na Argentina: Situação é crítica

O presidente Jair Bolsonaro revelou, em encontro com aliados no Palácio da Alvorada, conteúdos de sua troca de impressões com o embaixador do Brasil na Argentina, Reinaldo Salgado. “Ele me disse que a situação econômica da Argentina é crítica. Não consegue entender como a Argentina pode sair dessa situação”, relatou o presidente aos presentes.

Bolsonaro também comentou a troca de ministro da Economia no país vizinho para tentar conter a crise econômica. “Foi trocado o ministro da Economia, que fundiu outras pastas. Estão agora esperando o anúncio das medidas.”

Na conversa com políticos bolsonaristas, como o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), e o senador Wellington Fagundes (PL), candidatos à reeleição, Bolsonaro voltou a criticar os signatários dos manifestos pela democracia organizados pela Fiesp e pela USP. Para o presidente, os artistas que assinaram os textos o fizeram por terem perdido contratos da Lei Rouanet.

“Assinar papel qualquer um assina. Agora, dar demonstração na prática que é democrata é algo completamente diferente. Estamos há três anos e meio no governo, não tem uma palavra minha, uma ação minha tentando ferir a nossa Constituição”, afirmou o chefe do Executivo no Alvorada.

5 – De olho na Rússia, Senado dos EUA aprova entrada de Finlândia e Suécia na Otan

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Bandeiras da Finlândia, da Suécia e da Otan em Bruxelas 18/05/2022 REUTERS/Johanna Geron

O Senado dos Estados Unidos aprovou, nesta quarta-feira (03), a adesão de Finlândia e Suécia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a mais importante expansão da aliança militar desde os anos 1990, em resposta à invasão da Rússia à Ucrânia.

Os senadores aprovaram a medida por 95 votos a 1, superando com extrema folga a maioria de dois terços (67 votos) exigida para apoiar a ratificação dos documentos de adesão dos dois países à aliança, que conta com armas nucleares e é liderada pelos EUA.

Finlândia e Suécia requisitaram entrada na Otan em resposta à invasão da Ucrânia pela Rússia, que alertou várias vezes contra a adesão de ambos à aliança.

Os 30 aliados da Otan assinaram o protocolo de adesão dos novos membros no mês passado, o que permite que eles se juntem à aliança assim que os países-membros ratificarem a decisão.

A adesão precisa ser ratificada pelos Parlamentos de todos os 30 membros da Otan para que Finlândia e Suécia possam ser protegidas pela cláusula de defesa, que diz que um ataque contra um aliado é um ataque contra todos.

*Com informações da Reuters, Estadão Conteúdo e Agência Brasil

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