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Secretário do Tesouro nega divergência entre BC e ministério da Economia

Um dia antes, Paulo Guedes rebateu fala de presidente do BC sobre situação fiscal.

Presidente do BC, Roberto Campos Neto, e ministro da Ecoomia, Paulo Guedes, deixam o Palácio do Alvorada em Brasília 27/04/2020 REUTERS/Ueslei Marcelino

O secretário do Tesouro, Bruno Funchal, afirmou nesta quinta-feira (26) que não há divergência entre o Ministério da Economia e o Banco Central, dizendo ter certeza que o objetivo da autoridade monetária é “totalmente alinhado” com o da pasta.

“Todos fazem parte do mesmo governo”, afirmou ele, em coletiva de imprensa.

Na quarta-feira (25), o presidente do BC, Roberto Campos Neto, havia frisado a necessidade de o país conquistar credibilidade com a continuação das reformas e com plano que indicasse clara percepção para investidores de que país está preocupado com trajetória da dívida.

Questionado sobre a declaração mais tarde, o ministro da Economia, Paulo Guedes, o rebateu.

“O presidente Campos Neto sabe qual é o plano. Se ele tiver um plano melhor, peça a ele qual o plano dele. Pergunta qual o plano dele para recuperar a credibilidade. O plano nós já sabemos qual é, nós já temos”, disse Guedes.

Segundo Funchal, o plano para a Economia envolve, nas próximas semanas, a aprovação no Senado das PECs do Pacto Federativo e Emergencial.

Na Câmara, a pauta prioritária abarca o PLP 137, que permite pagamento de despesa com recurso vinculado a fundos, além da autonomia do BC e projetos associados ao pacote de ganho de produtividade para a economia: lei de falências, marco do gás, para cabotagem e para ferrovias.

De acordo com o secretário do Tesouro, o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2021 deverá sim ser votado neste ano. Caso o projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) não seja apreciado em seguida, o governo entrará o próximo ano seguindo a regra do duodécimo.

“O que se faz, em geral, na regra do duodécimo é um doze avos (ao mês) para despesas obrigatórias e um dezoito avos para discricionárias, e a gente começaria o ano desta forma”, disse.

Inflação e dívida

Perguntado sobre a pressão inflacionária atual e seus impactos sobre a gestão da dívida, Funchal afirmou que ela não preocupa.

“A gente tem confiança no time do Banco Central”, disse. “Isso aí está bem controlado e claramente foi uma situação dessa inflação momentânea por conta de mudanças de padrão de consumo durante a pandemia”, completou.

Quando aos fortes vencimentos de dívida no ano que vem, Funchal afirmou que o Tesouro está preparado e que o colchão de liquidez fica sempre acima do mínimo prudencial.

“Agora o volume de emissão de títulos do Tesouro aumentou bastante”, disse. “Isso é um alerta, mas o nosso planejamento é para que a gente não tenha nenhum problema em relação à questão desse nível de endividamento, mas de fato entra como alerta pelo volume de vencimentos.”

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